Capítulo 43

1.2K 60 29
                                    


 Boa leitura!


Ana Clara POV

— Grite, Raposo não pegue! Raposo não pegue! – Vitória fez a voz irritante da Dora Aventureira pela milésima vez e eu bufei de raiva

— Não pegue Raposo, não pegue! — Cecília entrou na brincadeira e eu a fulminei com os olhos. A loira riu e deu de ombros. "Relaxe amor, estamos de férias" sibilou

— Raposo, não! — Bruno gritou enquanto subia numa pedra e Vitória pulou na pedra ao lado da sua. Cecília pulou nas costas de Vitória e os três começaram a gritar "Raposo não pegue!"

O que estava acontecendo? Bem, é o seguinte: Bruno descobriu pela internet que havia um lugar em Araguaína onde as pessoas iam para explorar uma pequena floresta, tomar banho de cachoeira e acampar. Bruno ficou super animado com isso e tentou convencer todo mundo a ir 

Minha mãe negou logo de cara, falou que precisava trabalhar no dia seguinte e meu pai também. Minha sogra e o padrasto de Cecília preferiram dar só um pequeno passeio pela cidade, disseram que não queriam fazer coisas malucas que "só os jovens fazem". Os demais nem sequer deram atenção ao carioca, estavam muito ocupados comendo e fofocando sobre a vida alheia para se importarem com banhos de cachoeiras e acampamentos. As crianças se animaram, mas quando receberam olhares de repreensão dos pais, disseram que não poderiam ir pois tinham aula no dia seguinte

Observação: nós não tínhamos convidado as crianças pois não sabíamos cuidar nem de nós, quem dirá dos filhos dos outros

 Bruno conseguiu convencer somente eu, minha namorada, Luana, Júlia e Vitória. Nós seis levantamos às sete horas da manhã de uma quarta feira ensolarada e tomamos um café reforçado pois a viagem seria longa. Minha mãe entregou a chave do carro dela já que não tínhamos carro e o Jeep dela aguentava passar por estradas de terra e então começamos a nos organizar


Flashback On

— Não façam o que eu não faria pelo amor de Deus — meu pai beijou a bochecha de cada uma de nós e na vez de Bruno o segurou pelos ombros — tu é o mais medroso de todos, mas tente cuidar das minhas meninas

— Com prazer, senhor — Bruno bateu continência e Vitória revirou os olhos — dona Isabel já tinha me pedido isso. Vou cuidar delas como se fossem minhas filhas — o rapaz piscou e fez todas nós entrarmos no carro

Estava apertado pois só tinha lugar para cinco pessoas no Jeep mas demos nosso jeito. As mochilas foram para o porta malas, as comidas ficaram em nossos colos e as garrafas de água também. Cecília trouxe sua câmera polaroide para registrar algumas coisinhas e Luana estava com uma câmera digital da Nikon pendurada no pescoço 

— Olhe para cá, amor, sorria! — Olhei rapidamente para Cecília e o flash me cegou por instantes. Pisquei diversas vezes e me inclinei para ver a foto — não está sorrindo e saiu um pouco borrada pelo movimento repentino, mas ficou linda. Você é linda — a loira bicou-me nos lábios e sorriu timidamente 

— Olha só tudo isso, não parece surreal demais? — Vitória comentou enquanto se ajeitava no banco do passageiro. A cacheada olhou para todos dentro do carro e sorriu — eu nunca imaginei algo assim, sabe? Nunca pensei que estaríamos dentro de um carro caro, viajando para ficar no meio do mato junto com pessoas tão incríveis como nós. Porque na real, somos incríveis — Vitória afagou o ombro de Bruno que sorriu para ela e voltou a atenção para a estrada — eu sou bruta as vezes e tô sempre fazendo gracinhas, mas eu amo vocês, de coração mesmo. Amo vocês. E sei que vamos embora amanhã a tarde, mas quero aproveitar tudo isso ao máximo e eu só aproveitaria tudo isso, com vocês do lado

Mess MeOnde histórias criam vida. Descubra agora