Capítulo 13

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Boa leitura!

Cecília POV

3 meses. 

Fazem exatamente três meses desde que Ana voltou a trabalhar. Nos falamos todos os dias por chamada de vídeo, mensagens e ligações. Nenhum desses meios de comunicações supriram a necessidade de tê-la por perto. Iriamos nos ver semana que vem, ela teria uma semana de folga e eu viajaria para São Paulo só para vê-la

Eu acabei me mudando para o apartamento do Bruno depois que descobri sobre o relacionamento que minha mãe fez questão de me esconder por seis meses. Quando ela apresentou o rapaz para mim e para minha irmã, eu entendi o porquê d'ela ter escondido o namoro por tanto tempo. Ele tinha apenas 28 anos, ou seja, ela tinha idade para ser mãe dele. Minha mãe não tinha jeito mesmo, ela sempre fora apaixonada por meninos mais novos, devo ligar para o conselho tutelar ou 190?

Agora meu padrasto era apenas oito anos mais velho que eu, o que me fez zombar da cara de minha mãe assim que o conheci. Seu nome era Thiago, ele media um metro e setenta e cinco mais ou menos, seus cabelos eram loiros assim como sua barba mal feita, gostei dele logo de cara. Aparentemente os dois se conheceram em uma das "viagens de férias" da minha mãe, lá em Fernando de Noronha. No final de tudo eu estava certa, ela estava mesmo namorando

Conviver com Bruno era muito mais fácil do que eu imaginava, ele era completamente organizado e cuidadoso com suas coisas. Acho que ele é assim porque faz estágio na Vogue, lá a organização é tudo, pelo que fiquei sabendo

Tudo na minha vida estava correndo bem, a faculdade, meu não-relacionamento com Ana, dividir o apê com Bruno, zoar o namorado da minha mãe...

Eu tinha acabado de chegar da faculdade. Estava saindo do elevador quando dona Lupita, vizinha do Bruno, me parou no caminho

— Ei Cecília, como a senhorita está hoje?

— Tô bem e a senhora? Ainda tendo problemas com o senhor Antônio? — Antônio era o nosso porteiro, dona Lupita o odiava por nunca dar bom dia a ela

— Aquele velho maldito — segurei o riso quando a vi fechar os punhos em frente ao rosto e cerrar os olhos — eu sempre lhe dou bom dia e ele fica vermelho como pimenta, acho que Antônio me odeia assim como eu o odeio, até muda de cor

As vezes eu achava que por conta da idade, Lupita acabava não se dando conta de algumas coisas que aconteciam ao seu redor e talvez algumas atitudes de Antônio passavam desapercebidas por ela. Como por exemplo, sempre que o homem a via, ajeitava a gravata e juntava os pés. Era evidente que o senhor Antônio gostava dela, só não era tão evidente para dona Lupita

— O jeito é a senhora descer e tirar isso a limpo. Agora eu preciso ir dona Lupita, é sempre um prazer me encontrar com a senhora — deixei um beijo casto no dorso de sua mão e pude notar as bochechas de Lupita ficarem vermelhas enquanto ela encolhia os ombros e fixava os olhos no chão

— Aí Cecília, tão galanteadora, Ana é uma mulher de sorte

— Vou lhe contar um segredo: eu também acho

A senhora jogou a cabeça para trás enquanto seguia rindo em direção ao elevador. Entrei no apê e corri para tomar um banho. 

De banho tomado, eu andei até a cozinha ainda secando os cabelos, procurando por algo que pudesse matar a fome que eu sentia

Acabei comendo um pedaço de pizza que tinha sobrado da noite passada, eu e Bruno precisávamos urgentemente aprender a cozinhar. 

Antes que eu pudesse dar a última mordida na fatia de pizza, meu celular vibrou em cima do balcão da cozinha

Mess MeWhere stories live. Discover now