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Emily

São oito horas da manhã quando finalmente decido levantar, Carrie ainda dorme feito um anjinho.
Meu corpo inteiro dói, principalmente minha parte íntima e minha bunda.

Não me arrependo, foi incrível. Eu não sei como vai ser a partir de agora, meu medo é Ethan dar para trás, mas não posso ficar pensando nisso.

Assim que chego a cozinha, uma mesa linda de café da manhã se encontra recheada de frutas, suco, chocolate e panquecas. Minha barriga ronca alto.

- Que bom que acordou - Anne aparece sorridente por trás de mim. - Como foi a noite? - Ela me olha maliciosa e sinto meu rosto esquentar. Será que ela ouviu? Meu Deus, que vergonha.

- Foi...foi boa. - Tento desviar meu olhar para todos os cantos da cozinha, menos para os olhos de Anne.

- Imagino, quer uma pomada querida? - Abro a boca, mas nada sai. Jesus, onde eu enfio a cara? - Não precisa ficar envergonhada - Anne puxa uma das cadeiras e faz um sinal para que eu me sente. - Fiz o café da manhã bem reforçado, imagino que precisem repor as energias.

- Anne!

- O que foi? - Ela se senta à minha frente - Eu já fiz muito isso, não estou mais na idade mas adorava um sexo selvagem.

- Anne, o que você disse? - A voz rouca de Ethan soa indignado atrás de mim.

Ele se senta ao meu lado sem desviar os olhos de Anne, que sorri sapeca.

- Estamos conversando sobre a noite de vocês, Emily está envergonhada pois ouvi tudo. Aliás, deixou a garota dolorida. - Eu não sou religiosa, mas Deus, pode me arrebatar.

- Machuquei você? - Ross me encara preocupado e começa a olhar para meu corpo, buscando algo de errado.

- Podemos não falar disso no café da manhã? - Vejo que ele vai protestar mas acaba não falando nada.

Ia começar a me servir, mas um chorinho fino e auto soa pela casa.

- Carrie acordou - Ia me levantar para ir até Carrie, mas sou impedida por Anne.

- Não, deixe que eu pego querida, já comi mesmo. - Anne se retira da cozinha às pressas.

Ethan está quieto, pensativo. Ontem depois que transamos, não conversamos, o cansaço era de mais para aguentar alguns minutos de conversa.

- Está tudo bem? - Ele me olha preocupado e apenas confirma com a cabeça.

Sinto algo ruim se apoderar do meu peito. Não, por favor Ethan, não faz isso.

- Não é isso que está pensando. - Como se lesse o meu pensamento, Ethan diz calmo e solta um sorriso fraco. - Não vou fugir mais Emily, mas peço que tenha paciência comigo.

- O que foi? - Sei que algo está errado, Ethan está tenso.

- Recebi uma ligação do seu pai, a empresa está trabalhando em um projeto junto ao governo e seu pai está intermediando essa relação.

- E que projeto é esse que está te estressando? - Me levanto ficando atrás de sua cadeira, seguro os ombros fortes de Ethan e começo uma massagem.

- Não posso contar, desculpe. - Suspiro e apenas aceito, compreendo que Ethan deve ter assinado algum contrato de sigilo.

- Tudo bem, pode apenas me contar o porquê da preocupação?

- Não, não posso. - Ethan se levanta e eu me afasto um pouco - Sente-se e coma, vou precisar ir para a empresa.

- Agora?

- Sim, desculpe. - Suas mãos me seguram pelo ombro, enquanto seus lábios beijam os meus em um selinho demorado. - Volto até o almoço, eu espero.

Ethan

Adentro meu escritório com pressa e raiva,
Jonathan Mitchell está sentado entre dois homens, não parecem seguranças.

- Que bom que pôde vir. Ethan, esses são Joey e John Lancaster, são os sócios majoritários da J.J Lancaster, a empresa que irá trabalhar com você.

São irmãos gêmeos. Já tinha ouvido falar dessa empresa, trabalham com produtos químicos e biológicos. A companhia deles não havia sido citada nos contratos.

- Não vou concordar com nenhuma arma biológica. - Sou direto, o sorriso de Jonathan se desfaz, assim como os sorrisos dos outros dois.

- Exigência do presidente. Sei que é algo delicado e...

- Não, não vou colaborar com algo assim. Tem noção do tamanho da catástrofe que isso pode causar no mundo se for parar em mãos erradas?

- Não confia no seu governo, Senhor Ross? - Um dos gêmeos diz.

- Para ser sincero, não, não confio.

- Foi capitão do nosso exército, um homem de extrema confiança e patriotismo, e agora diz que não confia no seu país? - Jonathan diz incrédulo. Apenas sorrio cínico e caminho até o bar. Pego uma garrafa de whisky e derramo um pouco em copo.

- Eu servi durante anos, eu fiz o que me mandaram fazer durante anos, eu matei pessoas inocentes. Tudo isso por interesse econômico. Eu perdi minha sanidade, eu perdi minha saúde mental, perdi amigos, perdi minha perna. - Sirvo mais três copos e entrego um para cada. - Sabe o que o governo me deu em troca? Nada.

- Está sendo ingrato.

- Estou? - Sento na minha poltrona. Os três homens de terno me encaram. - Não, não estou. Na verdade, eu agradeço, foi graças a tudo isso que conheci a... Sua filha. - Mitchell fecha os punhos e trava o maxilar. - O acordo irá permanecer como era quando assinei os contratos, caso contrário, podem desconsiderar minha presença nesse projeto.

Aperto o interfone na minha mesa.

- Os senhores já estão de saída, pode acompanhá-los? - Peço à minha secretária.

- Claro, Senhor Ross.

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