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"Jane na mídia"

Ethan

Estamos todos em posição de sentido. "The Star Spangled Banner" soa nas caixas de som. Uma câmera passa por nós, nos filmando para mostrar em rede nacional Americana.

Para mim, carregar a nossa bandeira no ombro sempre foi motivo de orgulho. O patriotismo sempre esteve presente na minha vida, sempre estará.

Meu avô era um grande soldado, me inspirou a ser igual a ele.

Lembro do dia em que a dog tag dele foi entregue em minhas mãos. Meu avô havia morrido em batalha na segunda guerra. Seu corpo foi encontrado anos depois.

Assim que as gravações param, dou ordem para os soldados irem almoçar.

Vou para o quarto e fico sentado na cama, escorado na parede e olhando para o teto.

Não queria estar aqui. Queria estar em casa com Anne, ou em algum bar com meus amigos. Não aqui, de novo.

Sei que ainda não aconteceu nada, mas tenho a impressão que irá. Os palestinos estão quietos de mais desde que o míssil foi lançado contra os militares israelenses.

- Um dólar por seus pensamentos. - A voz de Emily me tira do transe. Ela está escorada no batente da porta, vestida com uma blusa camuflada e uma calça cargo verde, a mesma que estou usando. Continua bonita.

- Nada de muito importante - Volto os olhos para o teto. Sinto o colchão afundar ao meu lado, sei que ela sentou junto a mim.

- Tem certeza? Eu sou boa ouvinte. - Ela dá uma leve empurrada em meu ombro. Suspiro.

- Estou sentido algo estranho. Há algo acontecendo e eu não estou percebendo. - Olho para Emily - Sente isso? As coisas estão sendo fáceis de mais, e nunca é fácil demais.

- Sente que algo de ruim vai acontecer? - Sua voz é temerosa.

- Sim. Eu não gosto de perder meus homens Emily - Digo aflito. - A última vez que perdi um dos meus soldados, eu não consegui dormir por meses, foi minha culpa.

- Por que seria sua culpa? Estavam em meio uma guerra, homens atiraram contra vocês. Não foi sua culpa, você estava tão sujeito a morrer quanto ele.

- O tiro era para ser em mim. - Sinto minha garganta apertar. - Ele...ele se jogou na frente. - Emily passa a mão pelo meu rosto, enxugando uma lágrima que deixei escapar. - Ele tinha família Emily. - Ela sobe em meu colo e me abraça. Me permito chorar no colo dela. Não sinto vergonha, não tem porque sentir.

- Eu sinto muito. - Suas mãos acariciam meu pescoço.

Droga. Não posso perde-la. Farei o possível para manter todos meus homens a salvo, mas quebrarei a promessa que fiz a mim mesmo e tomarei mais precaução com Emily. Não por ela ser filha de alguém importante, mas farei isso por mim mesmo. Não sei se aguentaria perder Emily. Eu não sei como aconteceu, mas peguei carinho por ela.

Já estamos a um mês aqui. Várias pessoas já foram resgatadas, creio que não ficaremos muito mais tempo nesse lugar, espero.

- Me desculpe - solto-me de Emily. - Molhei sua camisa.

- Tudo bem. - Ela segura meu rosto com suas mãos pequenas. - Faz bem chorar, você é humano e sei o quão difícil deve ter sido passar por tudo que passou. Pelo menos dessa vez não teve matança. - Ela sorri, tentando amenizar o momento.

- Eu espero que continue assim. Não quero ter que matar mais ninguém.

- Eu também não quero. Nunca matei ninguém, apenas salvei vidas e não quero que isso mude. - Ela está com a cabeça abaixada, olhando para nossos corpos colados.

Amor De GuerraUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum