❝ des(confiar) ❞

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Quando minha cabeça repousa no travesseiro, meu mundo começa a piscar. A escuridão esconde-se por detrás das luzes do meu pensamento. Reflito sobre tudo, reflito sobre nada. Chego à diversas conclusões e, ao mesmo tempo, não concluo nada. Dizem que "quem quer, dá um jeito", dizem que "as coisas se ajeitam", dizem que "tudo depende do sujeito". Dizem que "posso alcançar as estrelas", entretanto, quando estico os meus dedos, elas nunca chegam, eu nunca as sinto. Só assinto. Pausas desnecessárias durante a jornada, deixei meus ursos de pelúcia pela estrada. Ainda uso meias felpudas, para impedir que os monstros puxem-me pelos pés, na calada da noite. Cubro a cabeça de madrugada, porque tenho medo do que a quietude pode me mostrar. Respiro fundo quando estou prestes a explodir, não posso negar, nunca parece funcionar. Não consigo separar meus pensamentos em parágrafos, simplesmente, não posso quebrá-los. Partir sem olhar para trás. Recomeçar. Reconhecer. Outras pessoas, outros ares, outros lugares. Depois de adulto, dizem que "tudo vai se desflorir", então, eu invento metáforas para poder me explicar. Tudo o que dizem não passa de falácias, de conversas, de letras soltas dentro de uma salada azeda de pessoas, de almas salpicadas exageradamente com desesperança, nos corações fatigados dos temperos ensossos da vida, já crescidos. Desconfio de mim, desconfio de você, desconfio de tudo aquilo que pode me tornar sem sal, sem sabor, sem furor. Ah, é sempre assim, de novo, olha eu aqui. Quando minha cabeça repousa no travesseiro, meu mundo começa a jorrar, a falar sem fim.



Hey, pessoas floridas!

Chegamos ao final da FASE SOLAR, então, a partir do próximo capítulo, será iniciada a FASE LUNAR (textos com teor mais denso), sendo, ao todo, TRÊS FASES. Obrigada por todo o apoio e por todo o carinho até aqui, permaneçam comigo.

Beijos de flores!

PÉTALAS SOLTASOnde as histórias ganham vida. Descobre agora