Na alma: há brancas e pretas, porém, a maioria é cinzenta. Ninguém é completamente anjo, tão pouco, irrevogavelmente demônio. Há o bem ansiando o mal e o mal sonhando com o bem. O mundo seria transposto de equilíbrio mútuo, sorrisos distribuídos e abraços coletivos. O estereótipo do perfeito é descartável, o padrão é manjado e a alma é o elo dourado. Há extravagância na de cor clara e solidão na de cor escura, não sei o porquê de não conhecer a cor da minha alma, talvez, ela não seja uma das mais acinzentadas, porém, quando me pediram para desenhá-la com carvão, eu fiz um arco-íris, usando apenas uma mão.
Na espera: fenômenos da natureza não conseguem conter o ímpeto de alguém que quer agir fora de hora. Sentar-se é o maior castigo para quem quer correr. O coração chora. Ultrapassa a sensação de "doer". Acalme-se, há tempo para todas as coisas, inclusive, para deixar acontecer. Seja aquietar-te quando o furor só faz querer agitar-te, seja a ânsia em resolver as partes que não lhe cabem, ou, até mesmo, a contingência espinhosa de equilibrar-se em cima do muro. A espera castiga. A espera testa. A forma como é sua espera define o tipo de pessoa que será nesse mundo.
No sonho: alívio vicioso. Certeza imperativa, alma sensitiva, sem medo de cair. Sonhar é enfrentar. Ser destemido, ressignificar. No sonho, posso voar. Desnudar. Não tenho medo do perigo. Não sei mais chorar. Encontro propósito no riso, escrevo como se não corresse riscos, acreditando no brilho do olhar. Ter um sonho é correr de pés livres, sem receio de se dilacerar, sofrer, estigmatizar. Queimar o interior com o fogo fictício, apenas para ter como se salvar.
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ESTÁ A LER
PÉTALAS SOLTAS
Poetry[❀ CONCLUÍDA] Chame de poesia, chame de poema, chame de conto ou chame do que for. A verdade é que as palavras estão vivas, crescentes e independentes. Palavras são a mais pura libertação da voz oculta. Alguns as chamam de salvação, outros, de expre...
