19. SENHORITA ALISHA

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Olá, estou passando para lembrar sobre aquela estrelinha logo alí. Não esquece tá bom? Conto com seu voto, assim vou saber se está gostando do Portal Para Slanfar. E obrigada a todos os que estão lendo e também lembrando de votar. <3

JÁ TINHA ALGUM TEMPO que eu estava parada ainda olhando para o ponto em que Ylior havia sumido. Não era estranho eu estar sentindo algo como um vazio ou uma vontade de correr atrás e chutar o meio Vallir. Mas eu tinha escolhido isso, ir ao sul, ir para Clant, então ele apenas me deixou como eu queria. Será que esperava que eu fosse atrás?

Sinceramente não imaginei que o meio Vallir fosse me deixar sozinha por conta e risco nessa enorme floresta dourada. Pensei em chamar seu nome, quem sabe ele estava perto ou se escondendo. Mas onde estaria meu orgulho nessa hora? Eu não podia fazer isso.

Uma possibilidade é fazer o caminho inverso. E seguir a estrada de pedras coloridas. Maldito Ylior, poderia ter me levado ao sul antes de evaporar sob a minha vista. Subi o pequeno morro com dificuldade apoiando o braço no tronco mais próximo. E o que foi aquilo de "Não diga a minha localização", me pergunto se ele se preocupou em me largar nessa floresta após ter me beijado.

Se eu não confundisse o caminho poderia chegar em poucos minutos na estrada. Mas o grande problema é o Golem me encontrar, seria um pouco trágico que isso fosse acontecer.
Alguns passos seguintes e um barulho estranho começou a dividir espaço com a brisa melódica. Passos e mais passos. Será essa a hora que corro gritando socorro? Meu segundo pensamento é me esconder, e torcer para não ser achada. Olhei para os lados e me encostei no tronco próximo.

Embora o barulho tivesse sumido, eu continuei abaixada sobre o tronco e com o rosto colado na árvore. Era completamente suspeito a ausência de ruídos, então tinha que me precaver mantendo a posição. Como seu eu tivesse previsto, o som de passos voltou e agora estava combinado com vozes, essas dizendo coisas que eu desconhecia, um idioma diferente. Não pareciam poucas pessoas, talvez três ou mais. Eu estava literalmente suando frio e torcendo que não chegassem a mim, mas o som ficava cada vez mais alto. Não bisbilhotei, apenas ainda abaixada tentei descer uma pedra que eu havia escalado e esse foi o meu maior erro.

O que parecia limo e terra úmida facilitaram com que eu deslizasse pedra abaixo, a queda foi tão rápida quando dolorosa, para os meus glúteos ao menos. Uma baque nada pleno e muito menos silencioso, a calça que Ylior havia me dado parecia um couro preto, e rasgou a lateral, eu não sabia se corria ou tentava segurar o rasgo para que não aumentasse ainda mais. Céus, hoje é o meu dia.

Fiquei sentada assim como eu caí, ainda assimilando qual será meu próximo passo.

— Senhorita Alisha?! —uma voz ecoou até os meus ouvidos.

Me virei repentinamente como uma criança quando vai descobre que vai ganhar um presente. Alguém me conhecia e embora eu pudesse fazer algumas suposições mentais de quem estava me chamando, eu preferi ver com meus próprios olhos.

—Arom! —falei com um largo e aliviado sorriso no rosto.

É confortante ver um rosto conhecido após ser abandonada. Arom me olhava com um misto de alegria, surpresa e também de pena. Talvez eu não estivesse no meu melhor estado físico, a julgar pelos ferimentos em cicatrização, a roupa suja de sangue e rasgada, ou até mesmo quem sabe meu sorriso de alívio pudesse ser facilmente confundido com um riso psicótico. 

Arom foi se aproximando e notei alguns outros vallirs mais distantes, ambos com uma túnica em tons de ferrugem claro e um adorno cobre na cabeça. Arom estava diferente deles, sua cor de vestimenta era cinza e seu adorno prata que harmonizam com os seus cabelos castanhos.

— Oi Arom, bem... eu —ainda sentada comecei a falar mas simplesmente não sei exatamente o que contar.

— Estou feliz por encontrar a senhorita, depois conversamos com calma —disse gentilmente percebendo a minha situação. — Vamos para casa —finalizou estendendo a mão para mim e mostrando um largo sorriso no rosto.

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