Alfonso segurou meu queixo fazendo eu soltar meu lábio e me beijou. Suas mãos envolveram minha nuca e minha cintura colando meu corpo ao dele. Gemi inconscientemente quando a língua dele entrou em contato com a minha exigindo, explorando. Minhas mãos foram parar nos seus cabelos e puxei alguns fios, estava louca pra transar com ele outra vez. Mordendo meu lábio ele se afastou.

- Quem é Lionel? - estreitou as sobrancelhas.

Sorri percebendo que ele estava incomodado, poderia dizer que ele estava quase com ciúmes.Me virei de costas e tirei a água do fogo colocando dentro do coador.

- Espero que ele não seja alguém com quem você transou.

Me virei pra Alfonso e vi que ele estava sentado de braços cruzados e sério. Será que estava com ciúmes? Ciúmes de mim? Meu coração acelerou com a idéia.

- Errou feio... Lionel é meu cachorro, um pastor alemão grande, feroz e extremamente carinhoso. - sorri. - Ele trabalhou com meu pai, mas quando tinha um ano sofreu um acidente em uma operação e ficou difícil pra ele correr como os outros cães. - suspirei e despejei o café pronto dentro da garrafa.

- Com certeza ele estava protegendo seu pai. - Alfonso estendeu a mão e me aproximei.- É isso que cães policiais fazem. - entrelaçou nossas mãos e me fez sentar no seu colo.

- Sim. - concordei apoiando as mãos nos ombros dele. - Eu já tinha ido visitar meu pai e ele sabia que eu era apaixonada por cachorros e queria ter um... Então quando decidiram afastar o Lionel, meu pai o deu de presente pra mim... Eu tinha 13 anos e lembro exatamente dele entrando na porta, com o cachorro na goleira dizendo pra mim que o Lionel era especial, que tinha cuidado do meu pai e agora era minha vez de cuidar dele. - sorri sentindo meus olhos arderem. - Foi o dia mais feliz da minha vida e se Lionel não estivesse com 12 anos e pudesse viver num apartamento estaria aqui comigo.

Encarei Alfonso e engoli seco ao ver como ele me estudava com atenção. Fiquei constrangida por ter falado demais outra vez, mas Alfonso fazia isso comigo e depois do que me contou de sua mãe, ele merecia saber algo pessoal sobre mim. E aquilo era muito pessoal. Poucas pessoas sabiam, mas meu pai morreu cerca de 06 meses depois de me dar o Lionel. Ele era a última lembrança viva do meu pai.

- Desculpa, eu sempre me emociono. - tentei me levantar, mas Alfonso segurou minha cintura me mantendo sentada.

- Não tem porque ter vergonha, eu sei como é receber dos seus pais um presente que você tava esperando ansiosamente. - acariciou meu rosto.

- Você recebeu algum presente assim?

- Não foi como você, mas minha mãe era muito boa com tudo e todos... Uma vez um pássaro se feriu no quintal da minha casa, acho que eu tinha uns 09 anos e insisti pros meus pais deixarem eu ficar com ele, cuidando dele... Minha mãe concordou primeiro e convenceu meu pai... Eu cuidei do pássaro por 03 meses e fiquei muito mal quando tive que deixa-lo voar... Mas minha mãe me fez entender que alguns animais precisavam ficar livres pra serem felizes, depois que eu esqueci do pássaro invoquei que queria um cachorro, um gato, um peixe, uma vaca... Acho que dei um pouco de dor de cabeça pra eles nessa época. - sorriu e eu ri com ele. - Ainda bem que a fase passou ou eu estaria vivendo numa fazenda e não comandando uma empresa.

- Concordo, acho que CEO combina mais com você do que fazendeiro. - sorri o encarando.

- Você combina comigo. - sorriu me encarando e senti meu rosto pegar fogo.

Quanto mais perto eu ficava de Anahí, menos vontade de me afastar eu tinha. Ver ela se abrir pra mim por vontade própria havia mexido comigo e feito eu me abrir de volta pra ela e contar algo que ninguém, exceto alguns familiares sabiam. E agora tê-la sentada no meu colo, me encarando bem de perto, usando a parte de cima do meu moletom estava me deixando de pau duro.

Irresistível - O Caso Portillo ✔Where stories live. Discover now