A história de Pedro Garcia e Mariana Mendéz
Mariana conhece de perto a violência, a fuga, as dificuldades, a fome... Após fugir do seu país de origem com sua família, a vida de Mariana não melhorou. Foram anos de sofrimento até a tranquilidade chega...
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PEDRO
— Quer? — Miguel me entrega um cigarro.
— Nada de novo sobre Mari e Lizandra? — acendo o cigarro, enquanto sento no sofá.
— Elas moram aí na frente. — Miguel fala, com muita raiva e sei que isso é por causa de Lizandra. — Me mudei para cá e a primeira visita foi Lizandra na minha porta, com uma desculpa idiota que precisava de leite, entenda como quiser.
— Será que você deu leite a ela? — sorrio.
— Não, eu informei para ela onde fica o mercado. — eu dou risada, Miguel ainda está enraivado. — Mas Lizandra tem vindo sempre a procura de algo mais idiota, estou pensando em sair daqui, sério. Já mostrei minha arma e parece que ela ficou mais excitada, já ameacei e ela disse que gosta de homem bruto.
— Homem difícil atrai mulheres?
— Lizandra não é uma mulher, é um castigo. Eu nunca tive nada com ela, até quando ia ao clube eu desviava porque conheço a fama de vadia louca, mas a garota não sai de perto. Pelo menos a mãe nem olha pra mim. A tia deve ter medo de mim, certeza que tem. Eu dou bom dia à irmã de Lizandra e ela me responde normalmente, acho que ela e a tia são as únicas normais do lugar.
— A mãe dela disse que a Mariana é boa, calma, diferente de Lizandra. — explico. — Disse que eu poderia me casar com Mariana, para que eu não me preocupasse em casar verdadeiramente. Casamento de mentira.
— Não conheço a Mariana direito. Mas, como disse, ela só fala ''bom dia''. Todo dia sai para trabalhar e devo dizer que já vi Mariana e a irmã brigando. Irmão! — Miguel exclama. — Mariana socou a cara de Lizandra!
— A Mariana causou aquele estrago em Lizandra?
— Você já viu?
— Sim, ontem a noite Lizandra foi ao clube dizer que não poderia trabalhar, estava com um curativo no nariz. — explico. — Aquela baixinha briga bem, além de parecer ser bem brava.
Eu já gosto de Mariana sem conviver com ela, e quanto mais sei dela, mais eu gosto.
— Sim, cara. E teve outra vez, lembra de umas duas semanas quando Lizandra apareceu com hematomas? — confirmo. — Foi Mariana.
Lembro-me da história, mas eu nem liguei muito no nome, foquei apenas em ''Quebraram Lizandra''.
A história foi que alguma vizinha, que também trabalha no clube, foi na casa de Monique e Lizandra atendeu. Essa vizinha queria pegar o dinheiro que emprestou a Monique, então, para evitar confusão, Lizandra foi pegar o dinheiro da irmã — na época eu entendi que era uma moradora da casa —, mas a irmã chegou na hora e viu que Lizandra estava dando o notebook como pagamento, porque não achou o dinheiro da irmã. Então começou um puxa pra lá e um puxa pra cá com o notebook. A irmã, que agora sei que se chama Mariana, pegou algum objeto de decoração e jogou em Lizandra, batendo na cabeça. Lizandra ficou tonta e Mariana pegou o notebook, mas Lizandra foi pra cima novamente. A vizinha se meteu na briga e empurrou Mariana, fazendo com que ela não fosse atingida por Lizandra.
