Prólogo

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A vida nunca foi fácil, e não seria para alguém fugindo da violência.

Mariana fecha os olhos e tenta controlar a respiração, ou melhor, tenta não morrer sufocada. Ela está escondida no caminhão, junto a sua família. Sua mãe, a Monique; sua irmã mais velha, Lizandra e sua tia, Katya. Todas estão na mesma situação que Mariana.

Todas fugindo, atravessando a fronteira ilegalmente para chegar em Candelária, o país vizinho.

San José, seu país de origem, sempre foi violento. Mariana não entende porque estão indo embora agora, sua mãe alega que é tudo para fugir da violência, sobre elas não poderem, nem ao menos, sair na rua. No entanto...

Sempre foi assim, por que depois de anos elas vão embora?

Mas Mariana ignora tudo isso e apenas reza para chegarem ao seu destino. Sua mais nova cidade. A cidade que faz fronteira com San José, mas todos juram que é bem diferente. Há violência, de qualquer modo, mas, segundo a maioria, nada comparado ao terror do país vizinho.

Horas depois, com o corpo suado, respiração ofegante, com muita fome e dor nas costas, o caminhão para com a porta de trás sendo aberta.

Mariana sorri de alívio, ao ver que chegaram ao seu destino.

Saem do caminhão, dando uma olhada nos prédios e casas que estão mais a frente, mais um quilômetro e estarão na nova civilização, a qual farão parte, já percebendo que tudo parece mais ''evoluído'' que em San José.

— Então, esse é o paraíso. — Katya sorri, analisando tudo ao redor, após pagar o caminhoneiro, que já se distancia, sem dar mais qualquer ajuda as novatas do seu país.

— Há violência, de qualquer maneira. — Mariana fala, ainda sem entender essa ''fuga'' repentina. — É tipo trocar seis por meia dúzia.

— Segundo nossa mãe, aqui será melhor. — Lizandra coloca a alça da bolsa no ombro. — Vamos ver no que vai dar, porque saímos de uma casa e viemos para a rua, não é mesmo?

Todas encaram Monique, a líder dessa imigração ilegal.

— O que é? — Monique grita, exausta. — Olha esses prédios. Como não podem sorrir para uma nova civilização? Uma nova vida?

— Onde vamos morar? — Mariana pergunta. — Como vamos viver? Comer? Perguntamos do outro lado da fronteira, agora...

— Eu disse que daria um jeito, certo? — Monique interrompe. — Apenas sorriam. Estão escutando sons de tiros? Não, pois teremos paz aqui!

— Aqui é violento, Monique. — agora Katya, a única irmã de Monique, interrompe a conversa. — Tem gangue, tem roubos...

— E não temos nada a ver com isso, se ficarmos quietas, continuaremos sem ter nada com isso. — Monique prende o cabelo em um rabo de cavalo. — E, antes de mais uma acusação do meu plano ser uma merda, devo dizer que planejei tudo antes. — ela sorri. — Falei com um cara em San José e ele falou sobre como legalizar nossa estadia aqui. Ele conhece um cara e já adiantou o assunto com ele.

— Que cara é esse? — Lizandra pergunta.

— Não importa! — Monique rosna, mostrando a falta de paciência. — Vocês não conhecem mesmo, mas dará tudo certo. Apenas peguem essas malas e vamos andando em frente. Temos dinheiro e a moeda é a mesma de San José, não precisaremos converter nada. Pagaremos um hotel e amanhã cedo começo a resolver nossas vidas.

Monique começa a andar, em direção a entrada da cidade.

Mariana, Katya e Lizandra ficam lado a lado, pensando que a promessa de vida melhor as trouxeram nessa viagem, e que, talvez, seja apenas o medo da novidade tomando conta da situação.

— Vamos, meninas. — Katya respira fundo. — Vamos a nossa nova vida.

(COMPLETO NA AMAZON) A esposa comprada do mafioso - Família Garcia (Livro 1)Where stories live. Discover now