VI

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O dia já havia começado agitado.

O Colégio Neo Culture estava em luto pela morte de um de seus melhores alunos.
Moon Taeil havia faltado às aulas naquele dia. O mesmo não suportaria ver as homenagens ao seu amado sem ter pelo menos uma recaída.

O céu estava nublado, combinando perfeitamente com o clima que havia se instalado naquela instituição em que todos pareciam extremamente abalados.

As aulas foram suspensas naquele dia, devido ao enterro do rapaz. A escola em peso estava presente como sinal de respeito à família e ao próprio Doyoung, que sempre foi um garoto extremamente atencioso com todos que conhecia e não conhecia.

—Estamos presentes aqui, nesse dia fatídico para prestar nosso respeito e homenagem ao nosso amado aluno, Kim Dongyoung.- a diretora Hong falava com pesar na voz e com algumas lágrimas acumuladas nos olhos.- Ele sempre foi um aluno prodígio, devo ressaltar. Participando de todas as nossas atividades e iria liderar nosso novo clube de artes que seria inaugurado daqui a 2 meses. Meus sentimentos à família,  familiares e amigos.- a diretora continuou falando depois disso, mas Seo Johnny mal prestou atenção. Estava distraído demais com pensamentos confusos e que não chegavam a lugar nenhum.

Ao final da homenagem — que durou mais ou menos 1 ou duas horas — os alunos e familiares começaram a ir embora.
Johnny assistiu tudo à distância. Pensou em ir falar com o tal de Ten que tinha sua imagem desenhada numa folha na cena do crime.

Ele não era o assassino, seria extremamente óbvio e ele estaria se entregando.

Algumas pessoas, ao saírem do auditório, onde haviam sido prestadas as homenagens, estavam com uma aparência cansada e triste, e Johnny sentiu que aquele não seria o melhor momento para conversar com o garoto, mas ignorou seu senso quando viu o rapaz sair do auditório com um moletom preto e calças jeans de lavagem azul escura e tênis velhos. Ele não parecia estar nem um pouco interessado em se vestir bem naquele dia, já que parecia que não havia penteado seu cabelo. Estava acompanhado de um rapaz de cabelos ruivos que também parecia bem deprimido e que tinha seu braço em volta do ombro de Ten, como se tentasse consolá-lo.

—Ei, você ai!- Johnny chamou a atenção do tailandês que o olhou curioso, assim como o ruivo,  provavelmente se perguntando "porquê diabos o policial encarregado do caso do meu amigo está vindo falar comigo?".

—Está falando comigo?- ele perguntou olhando para os lados como se quisesse confirmar que era ele mesmo.

—Sim. Você é o Ten, não é? Perdão, não me lembro seu nome completo agora.- Johnny tentou parecer receptivo mas os rapazes pareciam confusos com a chegada repentina do oficial.

—S-sim, sou eu. Houve algum problema?- Chittaphon ainda parecia confuso e talvez até chocado com o aparecimento do Seo.

—Eu gostaria de conversar com o senhor por um instante.- Seo esperou um pouco para que o outro rapaz saísse, mas ele permaneceu ao lado do tailandês.- Em particular.

O rapaz ruivo olhou para Ten como se perguntasse com o olhar se ele ficaria bem sozinho com um oficial de polícia querendo conversar em particular com ele.

—Tudo bem, Tae. Pode me esperar lá fora com o resto do pessoal. Daqui a pouco eu vou pra' lá.- Ten disse tentando passar segurança ao rapaz, mas parecia que nem ele tinha certeza.

—Está bem.- o garoto ruivo não pareceu muito convencido pelo o que Ten disse, mas preferiu não discutir e saiu depois de olhar bem para Johnny.

Absentis et Mortuus Est | NCT [HIATUS]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora