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CAPÍTULO REVISADO - 16/12/19

*Gabriela Oliveira*

No dia seguinte, eu acordei com um braço em minha cintura, literalmente me puxando para perto. A primeira coisa que eu vi foi o rosto de Daniel, que dormia solenemente a centímetros do meu rosto, estávamos respirando praticamente o mesmo ar.

Sorri, ao ver todos os detalhes daquele ser humano. A cicatriz na testa, as marquinhas de ruguinhas perto dos olhos, um e outro fio de cabelo branco que estava começando a aparecer.

Meu coração se acelerou ao me lembrar de ontem a noite, finalmente, depois de um tempo, aconteceu e eu não poderia estar mais feliz. A minha confiança aumentou em mil por cento e só de acordar no dia seguinte e ele ainda estar ali, me deixava quentinha.

- Bom dia - Ele abriu os olhos minimamente, eu mal tinha percebido que havia passado um tempo encarando demais.

- Oi - Sorri, encarando aquele ser. Ele sorriu e passamos um tempinho assim.

- Dormiu bem? - Dani perguntou passando a mão no rosto.

- Uhum - Falei.

- Antes de mais nada - Ele acariciou levemente minhas costas - Lembrei que hoje terei que ir provar o terno do casamento da Carol e do Jonas, queria saber se você quer ir comigo.

- Mas será que eu posso? - Perguntei, ele mexia distraidamente no meu cabelo.

- Claro que sim, a não ser que você não queira, ai irei entender - Dani parou de mexer e ficou apenas me encarando.

- Irei sim - Respondi - Dani...

- Eu

- Oque você acha?

- Acho que - ele suspirou - vamos deixar acontecer. Oque você acha?

- Deixa acontecer naturalmente? - Falei, ele me encarou com sobrancelhas arqueadas.

- Eu tenho uma leve impressão que conheço essa frase - Ele falou e eu só ri

- Enfim - Me aconcheguei ainda mais nele, se eu pudesse parar o tempo ali.

- Acho melhor levantarmos e irmos tomar café, se eu não tivesse que provar a droga do terno, eu definitivamente ficaria aqui com você o dia todo - Daniel beijou minha testa e foi o primeiro a tomar o impulso de se levantar e sentar na cama, as costas dele estavam mais vermelhas do que eu imaginava, já que ele era branquinho.

- Dani, suas costas - Falei, e ele virou para mim como se tentasse ver o estrago das costas. - Ai meu deus, me desculpa - Me levantei, não me importando tanto em estar ou não vestida, aquilo não era o foco da minha atenção no momento. Ele riu jogando a cabeça para trás.

- Eu só não te beijo agora, porque fazer isso logo depois de acordar é horrível - Ele se virou um pouco para dizer - Não precisa se desculpar, essa é a última coisa que você tem quê se preocupar.

Passei levemente as pontas dos dedos, sentindo-o se arrepiar, o vendo sorrir levemente.

✨✨✨

Muito tempo depois, eu e Daniel estávamos no carro rumo a prova de terno dele. Estávamos um pouquinho melosos demais, principalmente depois de termos escovados os dentes (Fico pensando até quando isso vai durar) para mim isso estava sendo completamente irreal, mas eu estava feliz que Dani estava se recuperando muito bem, com talvez um empurrãozinho meu.

Descemos do carro e, surpreendentemente, Daniel entrelaçou nossas mãos, sorri contida, mas não é possível que esse homem ainda consegue me surpreender até nos mínimos detalhes.

Entramos na loja e havia vários manequins na vitrine com ternos de todas as cores possíveis. Nos aproximamos do balcão e Dani deu o nome dele para uma das funcionárias que se apresentou como Talita (sorridente demais) e o nome do casal que seria o casamento.

A funcionária estava fazendo um tanto quanto lentamente e vira e mexe tocava no Dani, como se tivesse realmente intimidade e ela não reparou nenhum momento que eu estava ali e muito menos nas mãos.

Passado um tempo, depois de pegar algumas medidas do Dani, estávamos esperando em frente ao provador, Daniel sair de lá. Detalhe, que nenhuma das duas puxou assunto, mas isso não seria interessante de jeito nenhum. Passados alguns minutos, ele saiu de lá com um terno na cor lápis e a gravata rosinha claro. Não teve como não ficar boquiaberta com aquela cena, até a Talita que estava ali de prontidão estava assim.

- E ai? Como eu estou? - Dani se olhava no espelho, ajeitando e arrumando o cabelo e se virou para nós e meu deus, o óculos dele sempre dava um mais um toque especial.

- Você está muito muito muito muito lindo - Falei - Você precisa urgentemente cogitar a utilizar este terno como seu conjunto diário.

- Não mesmo, passei muito tempo utilizando para o Em Breves - ele riu, e se virou para o espelho de novo- Muito obrigado - Dani ajeitou um pouco a gravata.

- Você acha que esse tamanho está bom? - Talita se aproximou, tocando o ombro dele. Arqueei as sobrancelhas, mas será possível? - Se bem que acho que serviu bem esse aqui - Ela o olhou de cima a baixo e Daniel apenas sorriu, sem graça.

- Sim, esse ficou bom. De primeira.

- Eu posso te fazer uma pergunta, se não for incomodar... - Talita falou, arrumando o cabelo para frente, eu ainda permanecia em silêncio, apenas observando a cena - Você é o Daniel Nascimento, dos Barbixas?

- É, sou eu sim - Ele concordou e ela sorriu.

- É uma honra recebê-lo aqui, será que podemos tirar uma foto? - Talita perguntou.

- Claro, claro - Daniel concordou - Eu irei só trocar de roupa - Ele apontou e assim foi. Mais uma vez, passamos um tempo em silêncio.

- Quem é você? - Ela se virou para mim, pela primeira vez naquele tempo que estávamos ali.

- Me chamo Gabriela - Sorri, amigavelmente.

- Você... - Ela começou, mas fomos interrompidas pelo Daniel, até que foi rápido.

- Acho que é isso, irei levar esse aqui - Ele entregou o conjunto para a Talita, que apenas concordou e saiu, sem completar sua pergunta. Daniel se virou para mim e ofereceu as mãos para eu me levantar e assim o fiz, saímos da área do provador e ficamos aguardando Talita.

- Hoje foi um passeio sem graça, me desculpa - Daniel olhou para mim - Mas ainda tem nosso jantar e o Não tem xícara - Ele apontou para mim e eu só consegui concordar.

- Eu só preciso voltar para casa - Eu falei e ele me abraçou pela cintura, ainda me encarando - Tomar um banho, trocar de roupa...

- Okay, eu não te deixaria ir, mas já que você acha que precisa trocar de roupa, eu deixo - Daniel falou, fazendo um carinho leve na minha cintura, não sei como eu não derreti ali mesmo.

- Estou desde ontem de manhã com essa roupa - Falei - Não tem condições.

- Realmente - Ele me deu um selinho e bem nessa hora, senhorita Talita chegou e não conseguiu esconder a cara de desgosto.

- Olha, Daniel, aqui está seu terno - Ela sorriu para ele, entregando uma capa grande - Será que podemos tirar a foto? - ela ergueu o celular. Dani me encarou e eu só dei ombros.

- Claro - Ele se desvencilhou de mim e pegou o celular, erguendo-o e tirando uma selfie com ela e entregando o celular em seguida. Nos despedimos e saímos dali.

- Confesso que amei saber que não sou o único a sentir ciúmes nessa relação - E esta foi a primeira coisa que Dani falou ao entrarmos no carro.

- Quem estava sentindo ciúmes ali? - perguntei indignada, mesmo que realmente aquilo havia acontecido.

- Amor, eu posso ser lerdo as vezes, mas não tanto assim - Daniel sorriu de lado, ao me ver sem resposta. Mas acontece que não era sobre isso que eu estava muda.

Consegui desviar do assunto e passamos o tempo até minha casa conversando sobre algumas coisas, e até sobre o fato de Daniel amar Star Wars, coisa que eu definitivamente não esperava.

Ele iria me buscar para jantarmos umas 19:30, para dar tempo e também conseguir chegar no horário para o espetáculo que seria as 21:30. Me despedi dele com um longo beijo e sai do carro quase com o coração na boca, difícil acreditar que aquilo estava acontecendo.

*Gabriela Oliveira off*

*Daniel Nascimento on*

O dia mal havia terminado e já havia acontecido mil coisas. Depois de ter deixado Gabriela em seu apartamento, voltei para o meu, pensando o caminho todo em como as coisas estão bem loucas no momento, estacionei o carro na garagem, subi no elevador, entrei em casa.

Passei o dia todo arrumando algumas coisas dos Barbixas e respondendo alguns e-mails, quando vi já estava perto da hora que eu iria buscar Gabriela para irmos jantar e ao espetáculo.

Tomei banho e escolhi uma camiseta preta e um casaco preto de frio, coloquei calça jeans preta e meu tênis. Peguei meu óculos, chave e carteira, passei perfume e sai de casa trancando tudo.

✨✨✨✨✨✨

- Mas não é possível que isso realmente aconteceu? - Gabriela riu alto, já estávamos em um dos restaurantes do shopping, já que é nele que estava o Teatro Folha, onde aconteceria o espetáculo "não tem xícara."

- Sério - Ri também - Nessa de embarcar na improvisação fora do palco, Eu e o Elídio estávamos numa padaria e ai ele começou uma cena de que estava brigando comigo, e eu aceitei isso e tipo parecíamos que íamos no matar, mas o objetivo final era comprar pão.

- Meu deus - Gabriela bebeu um pouco do seu suco - Mas conseguiram?

- Sim - Respondi - Todo mundo estava olhando para nossa cara, mas conseguimos - Rimos juntos.

- Eu acho que nunca passei nenhuma vergonha - Ela olhou para longe, possivelmente tentando lembrar e ai pareceu que a mente deu um estalo - Minto! Já sim, teve uma vez que eu levei um suco daqueles pequenos de caixa sabe? Mas dessa marca especificamente era numa garrafinha. Até ai tudo bem, estava no intervalo, assistindo a apresentação do grupo da minha sala sobre uma cidade chamada Paranapiacaba, conhece? - Assenti, me lembrando vagamente - Enfim, e ai o menino que eu gostava na época estava no meu lado, e eu fui abrir meu suco e ele estava com gás - Eu ri, já imaginando a cena - Sério, o suco caiu metade no chão e o resto foi nele e um pouco na blusa branca dele, eu quase chorei - Ela ficou vermelha e começou a rir - Pedi desculpa, mas pareceu que ele não tinha escutado, pedi pro meu amigo dizer para ele e então ele me desculpou e disse que não tinha problema, mas ainda assim, eu fiquei muito mal.

- Devo me afastar do seu suco então? - Mordi o lábio, arqueando as sobrancelhas, vendo-a rir escondendo o rosto com a mão. Eu nunca vou me cansar de ver aquela cena.

- E então, está chegando a hora do espetáculo? - Ela mudou de assunto, me fazendo rir, mais uma vez.

- Está sim - Concordei - A convidada de hoje será a Marianna Armellini.

- Que legal - Gabriela sorriu, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha - Eu sempre quis conhecê-la.

- Hoje você irá - Falei, peguei meu celular para olhar a hora e já eram 21:20, sim o tempo havia passado muito rápido. - Acho melhor a gente irmos entrando - Me levantei, vendo Gabriela pegar sua bolsa e se levantar também, arrumamos as cadeiras e pegamos as bandejas colocando-as nos balcões ali perto. - Por sorte, a Cíntia conseguiu deixar dois lugares já reservado.

- Quanta exclusividade - Ela riu, comecei a guia-la levemente com a minha mão direita em suas costas. Mesmo que não fosse tão longe do Teatro, já que ele é localizado na praça de alimentação.

- Eu não teria tempo de vir aqui e trocar o Vaucher pelo ingresso - Falei - Então, pedi para ela e ela conseguiu. - Peguei os ingressos da minha carteira, e entreguei os dois para a moça que estava conferindo. Nessa altura do campeonato, a maioria das pessoas já haviam chegado, a moça autorizou nossa entrada e mais uma vez fui guiando Gabriela. - Espero que não se incomode em sentar lá no fundo.

- Não mesmo - Ela negou.

- Eu sinceramente prefiro me sentar no fundo do que na frente e tenho a mania de ficar avaliando também - Falei e Gabriela apenas riu - É sério, eu sinceramente não entendo o porquê as pessoas amam ficar grudadas no palco. - Passamos pelo corredorzinho, e nos deparamos de cara com a plateia, era um teatro bem menor do que TUCA.

Indiquei Gabriela a subir as escadinhas e fomos indo subindo, vez ou outra eu conseguia escutar um '" É o Daniel Nascimento dos Barbixas?"" mas ignorei e continuei subindo, chegando na antepenúltima fileira, falei para Gabriela que seria bem no meio, passamos por algumas pessoas que apenas sorriram e nada disseram e nos sentamos.

- Eu acho que você tem total razão de sentar no fundo - Gabriela falou, passei meu braço ao redor da sua cadeira e fiquei brincando com seu cabelo - Daqui você tem uma ótima visão do palco.

- Então - Concordei.

- A maioria das pessoas gostam de sentar na frente, porque conseguem ver os artistas que gostam de perto - Gabriela me encarou.

- É um ponto de vista interessante - A encarei também. - Você já ficou na frente quando foi ao Improvável?

- Algumas vezes - Ela concordou.

- Então devo concluir que você gostar da gente?

- Gosto ué - Gabriela deu ombros e nós rimos. Escutamos um grito um pouco alto, nos viramos em direção, mas não tinha nada e tinha muita gente também, então ignoramos.

A abracei com tamanha fofura daquela mulher e a deixei assim, aconchegada em mim, mesmo que o braço da cadeira incomodasse um pouco, continuei mexendo no cabelo dela.

Eu reparei que vira e mexe algumas pessoas olhavam para nós, mas eu apenas ignorava.

Gabriela se desencostou um pouco de mim, imagino que por causa do braço da cadeira, continuei com o braço ao seu redor.

- Muito obrigada por fazer companhia hoje - Falei e ela sorriu.

- Eu que tenho que te agradecer, se não fosse você, estaria em casa como sempre, assistindo algum filme aleatório - Gabriela falou.

- Mas eu estaria fazendo o mesmo - Falei e a gente passou um minuto se encarando para desatar na risada. - Estou aqui pela Cíntia e para assistir esse formato de improviso.

- E eu estou aqui, porque você me trouxe - Gabriela falou, passamos mais um tempo nos encarando até eu sorrir de leve, era um anjo mesmo. Puxei-a para um selinho, antes de as luzes se apagarem e começar o espetáculo.

*Daniel Nascimento off*

*Maria Honduras on*

- VAMOS NO NÃO TEM XICARA - Pulei junto com Luana, no meio do shopping Pátio Higienópolis. O "Não Tem Xícara" é um espetáculo de improvisação que tem uma forma completamente diferente do Improvável. O grupo chama um convidado e a partir de palavras dadas pela plateia, esse convidado conta uma história que ele passou ou alguma que ele lembrou e, a partir disso, os improvisadores criam cenas.

Eu estava muito animada, porque finalmente conheceria a Cíntia Portella, uma das integrantes do grupo e uma das minha admirações, era o dia que eu havia separado especificamente só para ir nisso.

Seria um ótimo jeito de relaxar e tentar pensar em alguma coisa em relação ao Daniel.

- O lugar é marcado? - Luana perguntou, já estávamos chegando no teatro.

- Que eu saiba, a gente escolhe na bilheteria, tipo, trocamos o Vaucher pelo ingresso - Falei, nos aproximamos da bilheteria e trocamos, escolhemos um lugar mais ou menos no meio, entramos e sentamos nos nossos lugares.

- Até que já tem muita gente né? - Luana perguntou olhando ao redor.

- Sim, já está se aproximando do horário do espetáculo - Olhei no relógio do celular.

- Maria - Luana me encarou - Respira fundo.

- Quê? - Arqueei as sobrancelhas, mas respirei mesmo assim. - Oque está acontecendo?

- Você vai olhar disfarçadamente para trás - Luana falou e assim eu o fiz, um pouco com pressa demais. Eu só não esperava encontrar Daniel Nascimento e Gabriela Oliveira

- AAAAAAARG - Gritei de raiva, mas Luana pulou em mim, tapando minha boca.

- Eu preciso que você mantenha a calma - Luana sussurrou para mim, na medida que meus olhos se enchiam de lágrimas. Ela soltou a mão da minha boca e eu estava prestes a cair numa crise.

- Filha da Puta, eu não acredito que ela fez isso - Falei com toda a raiva do mundo - E a Karina? Oque aconteceu com a Karina?

- Sobre isso...

- Eu vou me vingar, mas eu irei sim - Limpei as lágrimas que caiam do meu rosto. Me virei novamente e infelizmente, foi bem no momento que Daniel tascou um selinho nela e bem no momento que as luzes se apagaram indicando que o espetáculo começaria.

Isso não vai ficar assim.

*Maria Honduras off*

(Tarde de Sexta-feira com o Pov Karina)

*Karina Zoca on*

O Casamento estava se aproximando e eu não poderia estar mais ansiosa.

Tarde de sexta e eu já havia me encontrado de manhã com o pessoal do buffet que cuidará da cozinha no dia da Carol e do Jonas e, aparentemente, conseguimos entrar em um consenso ali.

Eu orientei algumas coisinhas que Carol havia me pedido e sai do encontro com um sorriso no rosto, pelo menos uma coisa tinha que dá certo.

Agora, eu estava a caminho da prova de vestidos das madrinhas e aparentemente eu era a última a provar, já que até os padrinhos experimentaram os ternos, o que me deixa curiosa de saber quando especificamente Daniel foi.

- Karina, minha anja da life - Carol abriu os abraços sorrindo ao me ver entrando.

- Oi Carol, anjinho, tudo bem? - Sorri, a abraçando. - Como estão as coisas?

- Estão bem - Ela respondeu- eu estava ansiosa para te ver com o vestido, acho que você vai ficar tão linda - Ela me puxou, cumprimentei os funcionários da loja, que já seguravam o vestido.

- Você precisa ver o modelo que eu escolhi - Carol falou entusiasmada - Léia, mostre-a. - A Léia que segurava a capa do vestido, sorriu e começou abrir a capa, retirando um vestido rosa claro, com decote em V fundo e o tecido parecia estar amarrado na cintura. Absurdamente lindo.

- Carol do céu - Exclamei, pegando o cabide do vestido, admirando-o de cima a baixo. - Você fez a melhor escolha.

- Eu sei! - Ela deu uns pulinhos e todos riram. - Você precisa provar. Espero muito que dê certo, embora acho que vai sim, porque além de você ter um corpão, eu não sei o que faria se não desse certo.

- Vai dar sim, amém - Eu ri, uma das funcionárias me indicou onde era são os provadores, deixei minha bolsa e meu lenço de cabelo numa cadeira e fui até lá.

Me troquei e ao sair para alguém levantar o zíper das costas, todos não esconderam a surpresa. Carol caminhou até mim, antes da funcionária e levantou o zíper e me olhou através do espelho.

Eu estava linda demais. O vestido acentuava levemente minha cintura e o decote valorizava ainda mais o busto.

- Você. Está. Muito. Linda - Carol falou pausadamente e eu só conseguia me admirar no espelho - Léia, acho que definitivamente caiu como uma luva na Karina, não precisará fazer nenhum ajuste.

- Você está sentindo alguma região mais larga? - Léia se aproximou de mim, me encarando através do espelho. Neguei, passando a mão por toda a cintura e meu busto.

- Você definitivamente tem bom gosto, Carol - Falei, me virando para encarar a parte de trás no espelho, e me voltando novamente. - Ficou absurdamente lindo.

- Eu sinceramente pensei que o tom do vestido não ajudaria em nada, mas pelo visto de valorizou ainda mais. - Carol falou - Tudo certo então, foi mais rápido do que eu imaginei. - rimos. Depois de resolver tudo oque tinha de pendência, saímos de lá, fomos até uma padaria, pedimos um café e esperamos.

- Ka, chô te perguntar uma coisa - Carol mordeu o lábio, hesitando- Oque de verdade aconteceu entre você e o Daniel nos últimos tempos?

- Então... - Falei, depois de alguns minutos em choque.

- Eu to tentando entender, tipo, sério. Se você quiser desabafar comigo, você sabe que eu estou aqui - Carol desatou a falar- Desconfiei quando citamos o nome do Diego e, principalmente, quando Dani pediu para levar outra pessoa.

- Ele pediu para levar outra pessoa? - Perguntei - Você não está falando sério?

- Calma, respira - Ela falou - Primeiro que quero que você me explique o que está acontecendo antes de eu arriscar colocar vocês dois juntos no mesmo lugar e ainda mais como um par no meu casamento.

- Carol, olha - Falei, agora eu tinha que começar a arcar com as consequências - Nós, meio que...

- Me explica o Diego - Carol me encarou intensamente.

- Eu trai o Daniel com Diego, durante um ano, mas acabou - Soltei de uma vez - Não nos reencontramos mais depois que o Dan descobriu e nem quero mais, mas foi horrível - As lágrimas começaram a surgir- Eu me pergunto o que raios fiz da minha vida - Encarei Carol que me olhava em choque - Não sei oque fazer, mas tenho que recuperá-lo. Mas apareceu alguém antes de mim, como você mesma disse -A encarei, esperando alguma reação e a ela só me encarava.

- Não sei o que te dizer - Ela falou

- Você pode me dizer quem o Daniel irá levar? - Mordi o lábio ansiosa, tentando esconder meu nervosismo.

- Ka, eu não quero confusões no meu dia. Tipo, sendo egoísta de verdade - Carol falou e por um segundo, eu havia realmente esquecido desse detalhe - É um dia que eu quero que todos se divirtam, sabe? Mesmo que você irá ver de um jeito ou de outro.

- Eu entendo e quero me desculpar por isso - Abaixei a cabeça, suspirei - Irei me controlar.

- Precisa mesmo, porque o Diego estará lá também. - Carol falou - Espero que o Daniel também não arrume confusões.

- Eu também.

*Karina Zoca off*

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Talarica: (irei explicar ainda assim, vai que né?) É quando a pessoa é sua amiga, sabe que você gosta de alguém e fica exatamente com a pessoa que você gosta.

Obs: Queria deixar aqui, a veracidade da situação engraçada do suco contado pela Gabriela Oliveira. Essa situação realmente aconteceu na vida real.

UNLIKELY - D.NWhere stories live. Discover now