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CAPÍTULO REVISADO - 14/12/19

*Maria Honduras On*

É oficial, eu havia virado uma stalker junto com a Luana. Passávamos o dia inteiro pesquisando coisas sobre os Barbixas e principalmente os lugares que eles frequentavam e coisas assim.
Nosso FC era dedicado a isso, pesquisar tudo sobre eles, lugares que frequentam, ficar procurando aonde eles estão naquele momento e coisas assim. O legal é que já tínhamos quase 500 seguidores em poucos dias, e isso nos motivava ainda mais.

Apenas Dona Márcia sabia que eu estava gastando uma grana para contratar detetives que ficassem de olho em cada um, especialmente no Daniel e no Anderson, que são meu e da Luana preferidos, respectivamente. Claro que faríamos o mesmo em relação ao Elídio, mas em uma quantidade de tempo menor, a não ser que peçam para isso. Era loucura, eu sei, mas faríamos tudo de forma mais discreta possível.

Apenas para ter notícias fresquinhas e inéditas, nos tornando famosas.
Assim quem sabe não descobriríamos o tipo de garota que cada um gosta, e nos tornaríamos amigas deles e até algo a mais. Era sensacional pensar assim, seríamos amadas pelo fandom e isso também era incrível.

Já havíamos encontrado detetives particulares sensacionais e agora estávamos nos arrumando para um karaokê, que rolaria talvez como comemoração do aniversário do Andy. Era um grana que eu defini como um investimento e Luana estava empolgada igualmente.

Tudo isso foi idealizado por mim, claro, principalmente depois de falarmos com eles no aniversário do Andy e conhecermos a Melissa, que havia me dado um ranço enorme, mas seria uma ótima porta para entrar na família dos meninos, principalmente do Daniel.

Semana que vem, iríamos novamente ao Improvável. Infelizmente, seria o último dia do festival de férias, depois disso só teríamos Improvável novamente em Março e isso me deixava já com saudades.
Mas apesar disso, teríamos muito pela frente.

Luana estava com um vestido vermelho de matar, que acentuava suas curvas e o salto alto preto, o cabelo estava solto e ondulado e a maquiagem era forte, todo conjunto a deixava muito sexy. Eu havia decidido por um vestido azul marinho com decote canoa, um salto alto perto e meu cabelo ruivo deixei de um lado só, mostrando um brinco médio prata.
Estávamos vestidas para matar, é isso.
Quando ficamos prontas, meu motorista chegou e avisou que nos deixaria na porta do Karaokê e foi exatamente isso que ele fez. Falei rapidamente que ligaria assim que sairmos.

- Maria, o que estamos fazendo, meu deus? - Luana questionou.

- Estamos tentando nos aproximar dos nossos ídolos, ué - Respondi, nos aproximamos da entrada.

- Mas não acho que vai ser tão fácil assim e não é legal ser dessa maneira - Luana disse- Eles devem ter alugado uma das salas do karaokê, acho meio difícil conseguirmos entrar lá.

- Eu não tinha pensado nisso -Falei- Mas iremos conseguir, ou não me chamo Carmen Donaruma.

- No caso, você realmente não se chama - Luana falou. Entramos no lugar, e a nos aproximamos da recepção.

- Olá, Boa Noite - A mulher sorridente, falou

- Boa Noite - Eu e Luana falamos juntas.

- Estão em busca de alguma sala? Só vocês duas? - A moça falou, apontando para nós duas.
- Então, na verdade ... - Luana
começou - Viemos aqui convidadas e o pessoal já está por ai, eu acho. - Arqueei as sobrancelhas, acho que não iria não funcionar, mas não irei quebrar o papel.

- Oh, sim - A Moça se sentou em frente a um computador - Pode me dizer o nome da pessoa que reservou, por favor?

- Ah, Claro - Luana se aproximou, e olhou para mim.

- Anderson Bizzocchi - Falei, e a mulher começou a digitar.

- Não temos nenhuma reserva aberta com esse nome - A mulher disse, enquanto olhava atentamente a tela.

- Talvez esteja no nome dos amigos dele - Luana disse- Tenta, Elídio Sanna e Daniel Nascimento. - A mulher apertou o delete, e digitou cada um dos nomes e esperou carregar.

- Neste momento tem uma reserva no nome de Elídio Sanna, inclusive ele deixou uma lista de pessoas autorizadas - Ela clicou em algum coisa na tela, enquanto eu e Luana nos encaramos em pânico. O que iríamos fazer já que o nosso nomes não estão na lista?

*Maria Honduras off*

*Daniel Nascimento on*

Eu me permiti me divertir muito, distrair a cabeça e rir bastante junto com os meus amigos, mesmo que fosse em algo que não é o quê costumo fazer e não faz e talvez nunca faça, parte do meu estilo.

Tudo isso foi fundamental para eu ficar bem, pelo menos por um período de tempo pequeno. Essa parte de quebrar a rotina, me fez muito bem, e Gabriela também foi importante para eu permanecer assim. Eu sabia que precisava falar com ela sobre o que aconteceu, mas deixei para pensar nisso depois e aparentemente ela também.

3 horas da manhã, eu até tinha me arriscado a cantar algumas musicas e não, não bebi nada alcoólico, mas chegou uma hora que percebi que quase todos já estavam pouco alterados e ainda estavam muito animados.

Cacei Gabriela com o olhar, e a encontrei conversando com o Edu, engraçado era que eu pensei que ele seria o Mestre de Cerimônias, mas foi o Andrei, talvez ele teria tido um compromisso. Um sentimento estranho surgiu em mim ao ver os dois rindo, mas tudo bem, deve ser impressão minha.

O cansaço bateu forte, e me vi bocejando pela primeira vez, acho melhor eu ir para casa. Fui me despedindo do pessoal, me despedi do Andy, que agradeceu a Improvável presença e desejou melhoras, e que qualquer coisa era para chamá-lo, agradeci.

Encontrei Elídio e Samara se atracando em um dos cantos, e pelo teor da pegação, era melhor eu não nem pensar o resultado final daquilo tudo. Acho que Samara esqueceu que Gabriela iria dormir na casa dela hoje, e que eu era um dos poucos que ela conhecia e não bebia naquele lugar.

Resumindo, Gabriela dependia da vontade de Samara para ir embora.

Refleti se valia a pena chamá-la para dormir lá em casa, eu já havia oferecido caso precisasse e parece que esse é o momento.

Respirei fundo, eu não vou ser empata foda, ignorei Samara e Elídio e voltei para falar com Gabriela, e ela ainda estava lá com o Edu, eles estavam provavelmente conversando sobre algo da pista do karaokê, já que olhavam para lá e apontavam as vezes. Me aproximei.

- Edu, estou indo cara - Falei, ele se levantou e deu aquele abraço típico de homem. Gabriela olhou para mim.

- Tchau Dani, espero que tenha sido legal -Edu falou- Fizemos o possível.

- Claro que foi. Valeu a pena ter vindo, só não prometo vir mais vezes - Falei rindo.

- Só o fato de você ter vindo uma vez na vida, já vale -Edu falou. - Irei tentar cantar com o Andy. Tchau cara. - ele saiu mandando beijo.

- Dani, você viu a Samara por aí? - Gabriela perguntou se levantando também.

- Ela está ocupada, se é que você entende - falei, me lembrando da cena.

- Ai Deus, acho que irei ficar por aqui mais um pouco -Gabriela sorriu sem graça e se sentou.
- Eu já disse que tem um quarto disponível em casa, caso você queira - Falei prestativo.
- Eu acho que irei acabar aceitando. Não queria ficar aqui até mais tarde - Ela olhou para mim e se levantou, pegando sua bolsa em meio ao monte que as meninas juntaram em um dos bancos, a colocando a alça por cima do corpo, deixando a bolsa de lado. Assenti.

Gabriela se despediu de algumas pessoas que ela havia conhecido e dos que ela já conhece, enquanto eu a aguardava encostado em uma das mesas.

Quando Gabriela me encontrou novamente, ela me disse que encontrou com Samara no meio do caminho e avisou que dormiria na minha casa, e disse para não se preocupar e agradeceu pelo convite e recepção. Samara ficou meio triste, mas eu sabia que no fundo, ela agradeceu mentalmente, porque assim poderia terminar as putarias com o Elídio sem se preocupar com visitas, ainda mais sem as filhas em casa.

Paguei a minha conta do bar, e Gabriela mais rápida que eu, já havia pagado a dela há muito tempo atrás. Sem ninguém saber. Fiquei puto, mas minha mente só me permitiu olhar para ela repreendendo, que deu ombros.

Quando passamos na recepção, a funcionária me chamou e haviam duas garotas, lindas diga-se de passagem, ali também. Eu e Gabriela paramos, e eu a puxei para ir junto comigo.

- Olá, Posso ajudar? - Perguntei, e encarei as moças.

- GABRIELA? - A ruiva questionou. Arqueei as sobrancelhas, e olhei para Gabriela, que estava com os olhos esbugalhados. A antiga amiga estava ali.

- Ei, você é a Maria? Estou enganado? - Perguntei, mas antes que qualquer um falasse alguma coisa a moça da recepção tomou partida.

- Vocês dois são convidados do Elídio Sanna? -Eu e a Gabriela concordamos - Vocês conhecem essas garotas?

- Eu conheço, mas acredito que não são convidadas do Elídio -Respondi, percebendo que Gabriela estava quieta e ficou atrás de mim.
A boca da Luana estava aberta e a expressão da Maria para Gabriela não era das melhores. - Não me lembro dos nomes delas na lista.

- Poderia me apresentar o documento de vocês? - A moça da recepção encarou as duas amigas, que entregaram os RGs com caras fechadas.

Eu tinha certeza que elas não iriam entrar e mais ainda que Elídio não chamou nenhuma das duas.

Gabriela estava quieta atrás, e me veio em mente que ela estava tentando um lugar para de proteger. A encarei.

- Gabriela? Está tudo bem? - Perguntei baixo a encarando e ela negou.

- Na medida do possível - Ela respondeu- Não queria que isso estivesse acontecendo.

- Calma, que dá tudo certo.

- Não, tipo, eu não queria que Maria descobrisse tão cedo que estou me aproximando de vocês. Olha essa situação. Você não tem noção do que Maria é capaz de fazer para conseguir o que quer - Gabriela falou. Estávamos falando baixo, para não chamar mais atenção das meninas, mas parecia impossível.

- Exatamente, o nome de vocês não está na lista e sinto muito, mas apenas o dono da reserva pode liberar vocês. - A moça falou

- Mas... - Luana começou a falar, mas a moça interrompeu novamente.

- Vocês podem tentar falar com ele ou ainda pedir o senhor Daniel falar com o dono.

- Sinto muito, mas estamos de saída - Indiquei eu e a Gabriela - Não poderemos ajudar, nos desculpe, mas eu tenho certeza que Elídio não esqueceu o nome de ninguém. Até porque o aniversário é do Andy. - Sorri "amigavelmente" para as duas mulheres e puxei Gabriela pela mão.

Ignorando todos e saindo dali, sem tempo para ver as caras de Luana e Maria. Fomos caminhando juntos até meu carro, que havia ficado em uma da vagas do estacionamento do karaokê. Entramos cada um de lado. Respirei fundo, e dei partida indo rumo ao meu apartamento.

- E então? - Gabriela iniciou um assunto- se divertiu? - Percebi que ela não queria tocar no que acabou de acontecer e resolvi respeitar isso.

- Mais do que eu pensei que iria - Sorri, olhando para frente. Há essas horas da noite, as ruas estavam vazias, mas vários bares noturnos estavam lotados. - Confesso que tinha desanimado de vir, até lembrar que havia prometido muitas vezes.

- Fico feliz que se divertiu um pouco. Um dos propósitos era exatamente esse- Ela falou. Sorri em agradecimento, e permanecemos em silêncio até a chegada em meu apartamento.

Quando estacionei em uma das vagas, saímos e eu tranquei o carro. Caminhamos lado a lado até o elevador, sem dizer uma palavra, esperamos e quando o mesmo chegou, entramos juntos.

Apertei o botão do meu andar e a porta se fechou, e o elevador se movimentou.

- Está com frio? - perguntei, ao vê-la se encolhendo e tentando aquecer o braço passando a mão com certa rapidez.

- Um pouco - Gabriela sorriu fraco. Nos encaramos por um tempo.

- Eu não tenho nenhum casaco aqui, mas tenho o meu abraço serve? - Abri os braços, ela riu adoravelmente e apenas para não me deixar no vácuo, ou não, veio me abraçar. Passamos um tempinho assim, até afrouxarmos o abraço.

Ergui seu rosto com a minha mão, fazendo-a me encarar. Delicadamente, passei meu polegar em duas das suas bochechas recebendo um sorriso em troca.
- Que se foda- Murmurei e antes que minha coragem sumisse completamente, empurrei Gabriela contra a parede do elevador, encarando o rosto surpreso dela. A respiração ofegante bateu em meu rosto e imagino que a minha esteja do mesmo jeito. Aproximei meu rosto e umedeci minha boca com a língua e sem pensar, juntei nossos lábios desesperadamente. Uma corrente elétrica passou por todo o meu corpo, e não só Gabriela me deu passagem para aprofundar o beijo, como entrelaçou os braços ao redor do meu pescoço, me puxando para mais perto. Ambos soltamos um grunhido de satisfação. Deslizei minhas mãos até sua cintura, apertando e a empurrando ainda mais contra a parede do elevador. Senti Gabriela arranhar levemente minha nuca, me fazendo gemer em sua boca e voltar o beijo ainda mais faminto. Movimentávamos os lábios ao mesmo tempo em que estimulávamos cada toque através do beijo, encaixando as bocas e desencaixando apenas para que as línguas experimentassem uma a outra. Senti as mãos de Gabriela agarrarem meus cabelos, e em resposta prendi seu lábio inferior entre meus dentes recebendo um gemido dela dessa vez. Até que a velocidade do beijo foi diminuindo e eu começar a dar leves beijos na sua boca macia e pararmos completamente, apenas permanecendo com as testas coladas e olhos fechados. Permaneci com as mãos segurando sua cintura e nossas respirações ofegantes, era o único som do elevador. Pelo menos, até o momento em que a porta abriu indicando que chegamos no andar.

Abrimos os olhos e nos encaramos, mas desviamos até eu me distanciar hesitante. Gabriela saiu primeiro, e eu logo em seguida, olhávamos para todos os lugares menos um para o outro.

Deus, o que eu fiz?

Parei em frente a porta do meu apartamento, e destranquei. Me afastei minimamente, indicando a Gabriela que ela poderia entrar e assim o fez. Entrei logo atrás e tranquei a porta, o silêncio dominava o local, na verdade a única coisa que fazia barulho naquele momento era minha mente. Gabriela parou no meio da sala e eu parei a alguns metros dela.
- Gaby
- Dani -Falamos juntos. Concedi a vez para a Gabriela, apontando para o sofá. Nos sentamos e senti que minhas mãos estavam suando de nervoso.

- Eu... - Gabriela começou, olhando para o chão, mas me encarando depois. - acho que não podemos...

- Concordo - Falei, suspirando - Mas acho que não agora.

- Você acabou de sair de um... - Gabriela tossiu- ... Relacionamento e você sabe, enfim.

- Sim - Mordi o lábio, tentando não pirar. Baguncei meu cabelo e a encarei. - Eu...

- Vamos esquecer isso e fingir que nada aconteceu, certo? - Gabriela perguntou, permanecemos um tempo em silêncio, nos encarando.

- Tudo bem - suspiramos - Isso não devia ter acontecido. - Eu disse, e ela concordou.

- Sim - Gabriela tirou a bolsa e colocou ao lado das duas roupas que ela havia deixado no sofá (e eu não tinha reparado que estavam ali). - Onde eu posso dormir, Dani?

- Você... - Comecei, nos levantamos, completamente sem jeito. Vi Gabriela recolher suas coisas e me encarar- Pode dormir naquele quarto, que você se trocou sabe? - Indiquei. - Acho que você vai precisar de roupas também. Samara que iria te emprestar, mas devido as circunstâncias creio que...

- Se não for incomodar, eu acho que aceitaria sim - Ela sorriu, sem jeito- Não queria dormir de vestido, e nem de calça jeans.

- Sim, claro -Falei- Eu irei pegar uma das minhas roupas para você, se quiser indo para lá.

- Beleza - Gabriela disse, e foi caminhando até o quarto de hóspedes que ela havia ficado antes. Fui até meu quarto, especialmente até minha gaveta de camisetas, peguei uma camiseta antiga do Star Wars e um short de malha fina, acho que seria o suficiente. Voltei para o quarto de hóspedes, e ela estava sentada na cama com o olhar perdido no chão.

- Gabriela - Chamei, entrando e batendo levemente na porta que já estava aberta. Ela me olhou. - Eu peguei uma camiseta e um short de fino para você, acho que é o suficiente. Tem um edredom no guarda-roupa, caso você queira tem também um fino.

- Sim, é suficiente sim - Ela sorriu, e esticou a mão para pegar. Entreguei e sorri também. - Obrigada Dani, se não fosse por você eu estaria lá ainda, esperando Samara.

- Não precisa agradecer - Falei - Bem, se você quiser comer alguma coisa, fique a vontade de ir até a cozinha. Eu estarei por lá também, já que acho que não conseguirei dormir.

- Eu também acho que não - Gabriela murmurou - Mas irei levantar cedo para ir para casa, afinal, tenho que resolver algumas coisas ainda.

- Você que sabe, você sabe que nunca atrapalha.

*Karina Zoca on*

Eu faria o possível para recuperar minha relação com o Daniel, porque foram mais de 10 anos da minha vida nisso e foram os melhores até agora.

Eu não podia deixar tudo isso acabar por um erro meu, um erro que poderia ter sido evitado.

Estava cega e dominada pela luxúria.
Eu ignorei todas as ligações do Diego, e acho que essa foi a melhor escolha. Ele com certeza jogaria toda a culpa em mim, quando na verdade foi nossa culpa.

A única coisa que estava quebrando minha cabeça, era COMO irei fazer isso. Aposto que Dani já havia falado com os meninos, porque o estado emocional que ele estava quando saiu daqui, não era o melhor e tenho certeza que ele foi buscar amparo. Talvez se a gente parasse para conversar ou até quem sabe, se encontrar em algum lugar, as coisas resolveriam.

Eu sou uma pessoa horrível.

*Karina Zoca off*

*Narrador on*

No dia seguinte ao Karaokê, Gabriela se trocou novamente, tomou café por insistência do Daniel e foi para sua casa. Não conseguiu dormir nenhum pouco e também não foi se juntar ao Dani na cozinha, decidiu permanecer deitada onde estava.

Durante a semana, Gabriela organizou e correu atrás dos últimos detalhes do seu apartamento, a maioria das coisas haviam chegado lá e a data da mudança foi marcada. Mal via a hora desse momento chegar, mas também queria adiar o máximo possível, porque não queria deixar a casa da sua mãe.

Além disso, sentia falta do Dani e ao mesmo tempo não conseguia parar de pensar no beijo, e em todas as sensações. Foi apenas um beijo e já foi capaz de balançar o universo de Gabriela.

Mas nem tudo são flores e na quarta, ficou sabendo pelo Elídio, novamente, que Daniel havia tido uma recaída enorme, mas foi ele que o encontrou no apartamento. Dani estava horrível e tudo ao seu redor estava uma bagunça, como se o ódio tivesse sido descontado alí, o que parecia bem óbvio. O coração de Gabriela se apertou, mas ela compromissada demais, não conseguiu visitá-lo, mas se animou um pouco, sabendo que iria, rezava para sim, reencontra-lo novamente final de semana. Outra coisa que estava incomodando Gabriela, era sua antiga amiga, Maria. Sabia o quão vingativa ela poderia ser, e isso a afligiu muito.

Quando Daniel parou sozinho em seu apartamento pela primeira vez depois de todos os acontecimentos, tudo voltou como uma enxurrada. Sozinho, a mente voltou a tortura-lo.

Não se sentia mais suficiente, sentia que todos os seus sentimentos foram massacrados, e só de ver todos os quadros de todas as viagens que havia feito com ela, tacou todos no chão, que se quebraram. Daniel não bebia, o que era ótimo, mas descontava todo seu stress em comida e na escrita. Folhas e mais folhas rabiscadas por todos os lados, lágrimas e mais lágrimas derramadas.

Sentia que precisava externar todo aquele sentimento, porque se guardasse para si, seria pior. Estava sendo difícil ser forte.

Depois que Elídio percebeu que ele não estava respondendo, nem atendendo, Lico foi até seu apartamento e deu uma bronca. Parecia que estavam numa relação de pai e filho adolescente.

Felizmente, Elídio conseguiu resgatar Dani de um precipício emocional maior.

Quarta-feira, Dani se distraiu muito com o treino junto com seus amigos. Havia pelo menos aquilo para regenerar sua força. Todos estavam tranquilos e fingiram que nada havia acontecido, porque era o melhor jeito de tentar seguir em frente e ajudar o amigo.

Diego estava insistente ligando para a Karina. Os dois deveriam conversar, isso é certo. Ele não sabia o que fazer, mas faz o possível para ter seu amigo de volta e tentaria chances com Gabriela. Para que assim, pelo menos, a vida o desse uma felicidade sem prazo de validade.

Os últimos dias do festival de férias estavam chegando.

*Narrador off*

UNLIKELY - D.NWhere stories live. Discover now