Eu sou uma Lupina.

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Podem me chamar de Carrie, já que não posso dizer minha real identidade. Um acontecimento sinistro ocorreu comigo quando fui visitar uma amiga no Brasil. Moro em Denver – Colorado Estados Unidos e minha amiga que podemos chama-la de Grace mora no Rio, ela nasceu em Denver, mas depois de um tempo foi embora para o Brasil. Apesar dela ter ido embora, nunca deixamos de nos falar, então resolvi visita-la, peguei o avião no Aeroporto Internacional de Denver e aterrissei no Aeroporto Internacional Santos Dumont. Ela já estava me esperando, nos cumprimentamos e fomos para o carro ate a casa dela no bairro Barra da Tijuca.

— Minha amiga quanto tempo! – Comentou Grace colocando as malas de Carrie no chão. – Tome um banho e se arrume, hoje à noite iremos sair.

— Mas estou cansada da viagem e...

— O banho quente fará você relaxar.

— Onde fica o banheiro?

— Segue em frente, no final do corredor vire à esquerda.

— Ok minha amiga!

Fiquei apaixonada pela casa, nossas famílias sempre foram estáveis, mas depois que a Grace veio para o Brasil ela deu um salto financeiro incrível, eu estou muito feliz que minha amiga ganhou várias conquistas.

Horas depois...

Saímos da casa, ela conseguiu comprar um Logan preto lindo. Depois de um tempo rodando caímos em uma estrada escura. Admito que fiquei desconfiada.

— Para aonde estamos indo?

— Calma minha amiga, você irá adorar!

— Mas por qual motivo estamos nesse lugar escuro e fora da civilização?

— Isso é surpresa!

Nesse momento fomos encurraladas por dois carros, quatro homens dois de cada carro se aproximaram armados e encapuzados. Eu fiquei extremamente nervosa e sai chorando de dentro do Logan, mas a Grace saiu calma que ate abraçou um dos assaltantes.

— O que você esta fazendo Grace?

— Calma minha amiga, eles são meus amigos!

— O que?

Estava inconformada com o ouvira, mas antes mesmo de obter alguma resposta, senti uma dor muito forte na cabeça e tudo se apagou.

Tempo depois...

Comecei a despertar, ao abrir meus olhos acinzentados notei que estava em uma sala extremamente vazia, com as paredes brancas e o chão com pisos negros. Não existiam janelas naquele lugar e a pouca claridade vinha de uma lâmpada que além de balança de um lado para o outro ela oscilava.

— Vejo que acordou Carrie.

Ao ouvir a voz feminina e familiar tentei olhar para trás, mas era em vão, não demorou Grace caminhou diante de mim. Ela usava uma roupa totalmente preta e sobre a cabeça tinha uma touca que escondia seus cabelos loiros.

— O que você esta fazendo?

— Você acha que eu enriqueci como? Quando vim ao Brasil, me uni a traficantes, tanto de drogas como de pessoas. Tenho que admitir que o tráfico de pessoas é muito mais lucrativo!

— Então você me convidou para me traficar?

— Exatamente minha querida amiga!

— Achei que fossemos amigas?

— Eu sempre te detestei Carrie, odiava que éramos tão amigas e que estudávamos no mesmo colégio, por isso que eu fugi para o Brasil, já que aqui saberia que minhas maldades não seriam descobertas tão cedo.

— Você é doente é?

— Por isso te trouxe para cá, já que quero te fazer sofrer.

— Mas eu nunca te fiz nada.

— Mas não importa, eu te odeio.

Ouço um barulho vindo de trás de mim, quando me dou conta vejo quatro homens armados, mas dessa vez eles não estão com capuz.

— Bom minha querida Carrie, meus capangas cuidaram de você agora. Adeus.

Eu estava totalmente inconformada com o que estava acontecendo, meu ódio era imenso, ao ponto de eu perder o controle sobre ele. Senti como se algo me possuísse, a fúria era tão dominadora que me entreguei. Nesse momento meu corpo e meus dentes começaram aumentar de tamanho, minhas unhas cresceram, surgi pelos enormes em meu corpo todo, eu estava sã, mas a minha fúria falava mais alto.

Grace e seus capangas ficaram assustados, os homens começaram atirar em mim, eu senti as balas atravessando o meu corpo e saindo para o outro lado, tal sensação me deixou mais irada, com um movimento arrebentei as cordas e avancei para em cima deles. Nunca me divertir tanto em minha vida, cada cabeça arrancada e cada coração esmagado era prazeroso para mim. Mas a hora que rasguei a barriga da minha amiga falsa, meu prazer aumentou, eu vi seus órgãos ficarem pendurados e ela cair sobre o próprio sangue.

— Soco... – A voz da traficante sai rouca. – Por quê?

Eu não respondi nada, apenas assistia de camarote aquela desgraçada morrer em minha frente. Aos poucos a morte começou a leva-la, quando parou de respirar eu sai do quarto andando, diante de mim notei um espelho, quando olhei para ele vi minha transformação. Estava com quase três metros de altura, meu corpo ainda tinha os traços femininos, porém estava coberta de pelos vermelhos, meus olhos estavam amarelos, minhas orelhas eram pontiagudas e minha boca estava enorme, era uma verdadeira cachorra gigante sobre duas patas. Tenho que admitir, eu não fiquei com medo, apenas impressionada com minha forma, voltei a caminhar naquela casa. Logo a frente tinha uma janela fechada, fiquei sobre as quatro patas e comecei a correr, ate pular e estourar a janela.

Quando me dei conta, estava no meio do nada, existia apenas na estrada uma penumbra graças à luz do luar. Comecei a correr, apenas estava eu e um céu forrado de estrelas. Já próximo da cidade, olhei para cima e uivei para a lua extremamente cheia. Fiquei em duas pernas e comecei a caminhar, pensando como voltaria para os Estados Unidos daquela forma. Enquanto caminhava notei que comecei a encolher e sentir frio, a rua que entrei estava deserta, então me aproximei de uma loja fechada e olhei para a vitrine, percebi que tinha voltado ao normal, mas minhas roupas estavam rasgadas e completamente sujas de sangue.

Como eu não podia gritar para ninguém, então comecei a caminhar com a intensão de encontrar onde ela morava. Nesse momento senti o cheiro dela no ar, segui em direção a esse cheiro, acho que andei aproximadamente duas horas e quando me dei conta, estava no portão da casa dela. Com dificuldade pulei o muro e arrombei a porta, tomei um banho, fiz minhas malas e fugi daquela cidade.

Aqui em Denver ainda não me transformei, às vezes sinto uma raiva incontrolável, mas respiro fundo e ela volta ao normal. Notei que eu me transformo no momento de extrema fúria. Há pouco tempo descobri que muitos de meus parentes também se transformam, sinceramente estou perplexa, já que não sabia de absolutamente nada, mas decidi ir ate eles e aprender tudo que puder. Já que não quero matar nenhum inocente, apenas aquele que me atacar.

E meu lema agora é:

"Olho por olho e dente por dente."

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