Capítulo 5

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Definitivamente os treinos do Reino Sombrio eram muito diferentes dos de Arvedui.

Estava encerrando o quarto dia ali, terceiro de treinamento, e Ani mal conseguia se sustentar em pé.

Sua rotina era uma loucura.

Logo nos primeiros exercícios físicos, Mestre Angrod percebeu que ela não conseguiria passar no teste final para tomar o manto de guerreiro dos elfos escuros. Então, a escalou para aulas de magia também.

Seu dia iniciava com aulas de feitiçaria, seguida por uso de portais ou execução de rituais, depois linguagem, história ou religião élfica.

Era a parte favorita de Ani. Apesar da frieza dos mestres, estava aprendendo muito sobre seus poderes, coisa que jamais pensou que seria capaz de fazer.

E tudo isso em apenas três dias de aula.

Às vinte e duas tinha um intervalo até a meia-noite, quando acontecia o ritual de energização coletiva.

Essa era a única atividade que os elfos escuros realizavam na área externa da caverna. Provavelmente, por conta do frio extremo fora da montanha.

Eles formavam vários círculos concêntricos e de mãos dadas entoavam a oração de energização que Cam a ensinou em Arvedui.

Ele estava sempre ao seu lado segurando fortemente a sua mão durante esses rituais.

A energia gerada ali era tão grande, que todos saíam alegres com um brilho azul ao redor de todo o corpo. Inclusive os que não eram magos.

O brilho de Ani apagava rapidinho quando começava, logo depois, o treinamento físico composto basicamente de aulas de utilização de armas brancas e de fogo, uma hora de academia e, para finalizar, algum tipo de luta corpo a corpo.

Ela já havia passado pelo Muay thai e o Krav Magá, um método diferente de defesa pessoal que Ani suou para entender.

Detestava tudo: o fato de ser proibida de usar seus poderes exatamente quando estava descobrindo como fazer; a Mestra Ulren, que a deixava servir de saco de pancadas dos colegas de turma infinitamente mais fortes; os exercícios sobre-humanos que era obrigada a fazer; as fêmeas que, apesar de serem cronologicamente mais velhas do que ela uns vinte anos estavam saindo da puberdade élfica e eram um pé no saco.

- Você sabia que é uma humilhação não ser reivindicada por um macho diante do rei? - Perguntou uma tal de Sunan, depois de deixá-la estirada no tablado.

- Tenho certeza que sim. - respondeu Ani cuspindo o sangue que se acumulava em sua boca cortada pelos golpes da fêmea - Para quem realmente se importa.

- Quer que eu acredite que não se importa?

- Na verdade, não me interessa no que você acredita ou deixa de acreditar.

- Você é fraca e feia. Deve ser por isso que Lorde Cam não te quis.

Ani riu francamente.

"Sério isso? Voltamos para o jardim de infância?"

- E eu estou muito, mas muito preocupada com esse fato.

- Posso saber o que que está deixando nossa princesa tão preocupada? - Cam perguntou entrando no Centro de Luta.

Os olhos de Sunan brilharam como sempre acontecia quando ele chegava para verificá-la ou acompanhá-la ao quarto.

Ani estava irritada com aquela história, sua boca estava ardendo e seu corpo dolorido dos golpes.

- Um fato que Sunan apontou. - Riu debochadamente antes de completar - Segundo a beldade aqui, você não me reivindicou porque sou fraca e feia. E eu estava dizendo a ela como isso me preocupa.

SÉRIE NOTURNA - LIVRO 2: EU SOU A ESCURIDÃO (Completo - em revisão)Where stories live. Discover now