Capítulo Onze

Depuis le début
                                    

Me sentei em um banco que havia próximo, e desabei. Kleber me abraçou, era o amigo que eu mais precisava naquele momento, e por sorte minha, estava obtendo.

--- Vai ficar tudo bem, Lucas. Nós passamos por coisas piores, basta ter fé e determinação.

Essas lindas palavras saíram de sua boca, e haviam me proporcionado uma calmaria imensa que penetrava a minha alma e parecia que tudo iria ficar bem.

--- Eu espero.. --- disse bufando, e enxugando as lágrimas que escorriam pelo meu rosto, lágrimas de um descontentamento, por não a ter comigo.

Eu só queria a ter, seria tão difícil? Eu estou disposto a lutar, a agir, a dar o meu melhor por ela e para ela. Estou disposto a dar a minha vida.

Caminhamos de volta para a casa, não conseguia ao menos me alimentar. Só conseguia lembrar do seu rosto, me pedindo para ajudá-la... Quando caiu, há 3 anos atrás.

"Lucas. Me ajuda, eu não vou conseguir.. Eu vou cair, por favor Lucas."

Era como se eu estivesse presenciando, tudo novamente, cada passo a passo, sentimento a sentimento e angústia a angústia.

"Eu te amo lucas."

Sua mão escorregando da minha, nossos dedos se afastando. Por que isso teria que acontecer? As vezes só temos que aceitar, ou lutar. Nós quem decidimos.

Já era noite, minha mãe batera na porta do meu quarto, tudo escurecido e assim se encontrava o meu coração atualmente, sem nenhum sinal de luz, o meu sinal era ela, sempre será. Havia me trazido comidas e aperitivos, segundo ela não poderia ficar sem comer se quisesse lutar por Larissa.

Havia tocado na minha ferida, me encolhi.

--- Lucas, lute por Larissa.

--- Por favor mãe, sai. Eu quero ficar só, por favor.

--- Eu não posso te deixar.

--- SAI MÃE, POR FAVOR! SÓ SAI! --- disse, me virando para ela e com os olhos esbugalhados e molhados pela imensa quantidade de lágrimas que estavam sendo distribuídas em meu rosto.

Havia me arrependido do que acabara de fazer, minha vontade era lhe pedir desculpas. Ela me obedeceu sem hesitar, e se retirou. Agarrei o meu travesseiro, e tudo começou outra vez. Lembrava do seu sorriso, o seu maldito sorriso. O que havia me deixado louco, desde a primeira vez que a vi.

Quando me encontrava perto de cair no meu abismo noturno, uma pedra foi acertada em minha janela. Assustado, eu perguntei.

--- Quem está ai?! --- calçando as sandálias, saindo da cama, e indo  em direção a janela perguntei.

--- Sou eu!

--- Que susto, Kleber. Entra, o que faz aqui uma hora dessas? Está tarde.

--- Você está chorando? Não fica assim, amigo. Você tem a mim. Vamos lutar por ela, e a ter novamente.

--- Chorando? Eu? Não, não --- disse, enxugando as lágrimas.

--- Como sempre, tentando ser o durão.

Rimos, por incrível que pareça. Mas, por dentro eu estava destroçado.

--- Preparamos um jantar aqui, e chamamos André e Larissa. Desmascarado ele ficará.

--- Jantar, Kleber? Sério? Estamos em caso de vida ou morte, e você pensa nisso? Que ideia fútil.

--- Me desculpe Lucas, mas eu também estou afetado com tudo isso. Você não é o único que está assim, afinal a nossa mãe está internada, a beira da morte.

Após dizer isso, ele pulou a janela.

--- Kleber... Me desculpa. --- eu disse, em um tom baixo.

O dia já estava novamente em cena, se eu tivesse ela.. Ah, se eu tivesse. Seria completamente diferente, o peso na consciência pelo que acabei de fazer era horrível. Diretamente, me direcionei em direção a casa de Kleber, precisava lhe pedir desculpas. Na avenida, avisto casais. Desviado o olhar, tudo me fazia lembrar ela? O nosso primeiro beijo, o pedido de namoro, o sequestro, a "falsa morte".. Como tudo isso dói, ao apenas lembrar.

Quando estou caminhando, sinto a visão conturbada e meu ar sendo roubado. Haviam colocado um saco, preto em meu rosto me impossibilitando de gritar, esperneiar ou me defender. A avenida em que me encontrava, estava totalmente vazia, deixando fora de cogitação uma possível ajuda.

Acordo, estou em uma sala. Completamente suja, e com insetos, ratos, baratas ao meu redor. O cheiro era insuportável, acordei assustado. Quem poderia ter feito isso? Por quê? Com a visão um pouco embaçada, avistei a porta trancada. Embaixo da mesma, um bilhete.

"Pegue a chave ao lado."

Eu não entendi, simplesmente acatei. O estômago totalmente vazio, me fazia delirar. 

Cai sentado no chão, avistei a chave e a peguei. Rodei o trinco da porta, e estava situado em um corredor. Uma sensação de medo em não saber o que me esperava me deixava louco, meus passos eram completamente imprecisos e não conseguia controlá-los, as minhas pernas bambas eram a verdadeira definição de assustado.

Os barulhos de uma porta se grunhindo, se centralizaram no local, as luzes acesas e voltadas a mim. Uma porta aberta, sinônimo de medo. Tinha que enfrentar, quem sabe o que eu estava aqui? Mensagens nas paredes.

"Bem vindo, perdedor."

"Como vai? Bem? Depois de hoje, acho que será difícil."

Todas em um tom chamativo, minha voz ecoando perguntando de quem se tratava, apenas a minha voz. E nada além disso estava ali, uma grande tela em que se passavam fotos minhas e de Larissa. Luzes voltadas ainda para mim, chorei. Chorei bastante, o coração apertado por nunca mais desfrutar do nosso amor juntos novamente. Nossas fotos juntas, eram o verdadeiro sentido de eu estar ali. Havia alguma relação com a volta de Larissa, sou surpreendido quando sou puxando por uma mão, que me direcionou a uma sala extensa e totalmente bagunçada.

--- Kleber?!

--- Me desculpa..

--- Você está por trás de tudo isso?

Me senti completamente traído. Me destruiu.

Vidas Feridas (Repostando)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant