Nunca esquecida

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Miro estava sentado em sua cama, fazia exatamente quatro dias que ele não dormia. O que não era nenhuma novidade, pois havia sido jogado na Terra e separado da pessoa mais importante para ele.

- 4 Dias antes -

Vozes ecoavam pela pequena sala.

- Pirralho? Ei! Acorda!

- Não fale assim com ele, seu bruto.

Aos poucos Miro foi abrindo seus olhos e viu três pessoas, não sabia exatamente se era bom ou ruim, porém sabia exatamente quem eram.

- Olá, príncipe Miro, bem-vindo à Grécia!- Um homem alto de cabelos ruivos dizia, fazendo uma reverência para o menino.

- O que vocês estão fazendo aqui? - Miro disse fechando a cara- e onde estão minhas irmãs?

- Para um príncipe, ele é bem mal-humorado- o garoto de mais ou menos 13 anos falou apontando para ele.

- Olha essa boca! - A mulher de cabelos prata deu um chute em suas costas, assustando a todos com sua brutalidade, mas depois virou animada para seu príncipe- Miro, querido, sei que é difícil e você deve ter passado por muitas coisas nessas últimas horas, mas espero que entenda a partir de agora, seremos sua família, sei que é difícil de acreditar, mas, estamos aqui para ajudar você.

Miro olhou para a mulher platinada que conhecia como uma das damas da sua falecida mãe e repetiu a pergunta.

- O que vocês estão fazendo aqui? Minha família não são vocês- levantou irritado- acham mesmo que eu devo supor que tudo isso não passa de uma coincidência? EU QUERO MINHA IRMÃ E EU QUERO AGORA! Não acredito em vocês e quero ir para casa.

Flora (como a conhecia) o abraçou de um jeito carinhoso.
- Querido, não posso responder suas perguntas e nem dizer onde sua irmã se encontra porque, sinceramente, eu também não sei. A única coisa que posso prometer a você é que vou manter-lhe seguro.

- Eu não quero isso! Quero minha família de volta! - Ele a empurrou e correu pelo corredor até encontrar um quarto onde pudesse se trancar. E nenhum deles o seguiu.

- Tempo atual -

Miro escutou alguém abrir a porta e enfiou o rosto dentro do travesseiro para não ver quem era.

- Para toda birra existe um limite, meu príncipe- falou o homem ruivo, que o garoto lembrava como sendo o marido de Flora, Flynn.

- Me deixe em paz! - Diz abafado ainda com o rosto no travesseiro.

Flynn suspira alto.
- Você acha que isso é fácil para nós? Estamos tentando ajustá-lo em nossa família. Largamos tudo e viemos para a Terra por conta de uma ordem estúpida de esperar e cuidar de você.

Miro levantou imediatamente com um olhar incrédulo.
- Que ordem?!

- Sabe que não posso contar essa informação.

- Então por que comentou sobre ela?- Falou enquanto levantava uma de suas sobrancelhas.

Flynn sorriu de lado.
- Menino esperto- sentou na cama e o olhou- eu não vim aqui para fazer você aceitar essa situação e sim para lhe aconselhar em como mudá-la.... - O menino escutava atentamente esperando que ele continuasse-.... Você é um garoto realmente esperto e maduro, então ao invés de ficar aqui enfiado nesse quarto e ignorando a gente, pense em como você vai trazer seu povo de volta ao normal e ficar junto de sua tão amada irmã.

- Eu já estava pensando nisso- mentiu virando o rosto, fazendo com que o homem tornasse a rir.

- Muito bem então, gênio- diz levantando e estendendo a mão- que tal agora você sair daqui e irmos para a cozinha comer algo?

E assim, Miro passou 5 anos procurando uma forma de reverter o feitiço que Trevas colocou em seu povo, sem deixar de procurar Minaco com seu globo mágico de localização.

Não foi fácil, mas com 11 anos ele já tinha revertido a petrificação em seu povo e trazido suas irmãs mais velhas de volta a vida, assim como destruído a escuridão que pairava sobre o local. Todavia, o vazio de não encontrar Minaco o estava deixando louco e fazendo com que destruísse muitas das fotos que mostravam o rosto da mais nova, simplesmente para descontar sua raiva.

Passados 2 anos quando já estava desistindo de procurar por ela algo inesperado acontece em uma noite: uma luz fraca situada em seu globo.

Quando Miro se aproximou da luz para ver melhor, ela pareceu reagir, começou a brilhar mais forte pulsando de maneira vibrante e descontrolada. E, quando passou a ponta dos dedos sobre a pequena luz, um grande holograma se abriu levando o garoto para uma pequena rua. Em um piscar de olhos passando ao lado dele apressada estava ela, a garota dos cabelos longos e loiros que voavam ao vento. Miro virou rapidamente para tentar segurá-la, mas suas mãos atravessaram a jovem menina, e ele então parou e a observou se afastar dali. Com lágrimas nos olhos rubis o garoto levantou a mão em direção a Minaco e prometeu que a protegeria, que nunca havia desistido dela e ainda a amava muito. E, de acordo com que a miragem ia sumindo, ele acreditava que viu a menina olhar em sua direção, como se pudesse tê-lo ouvido, mas não o visto.

O Diário dos 12 guerreiros  (Livro 1) (Sendo Editada)Onde histórias criam vida. Descubra agora