Capítulo 31| Obrigada

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Não sabia o que fazer,Othon caminha até mim com um sorriso debochado na cara.

- Harris....- Ele diz assim que fica de frente a mim,aperto minha bolsa contra o peito e engulo seco.

- O que você  quer?- Quase grito e ele faz um sinal com a mão.

- Não vai me pedir desculpas?- Ele fala com ironia.

- Vai se fuder,você vai pra cadeia.- Cuspo as palavras e ele fica sério.

- Se eu fosse você não teria tanta certeza disso...- Ele diz enquanto ajeita os cabelos.

- Você não vai sair impune dessa.- Falo e quando me viro pra sair ele começa a falar:

- Vai em frente,me processa,no final quem vai se ferrar é você e seu namoradinho de merda.- Sinto a raiva na voz de Othon e me viro. Ele continua: 

- Ninguem viu eu tentando te forçar a ter algo,posso muito bem dizer que voce surtou por ter levado um fora meu.... Agora a surra que seu namorado me deu... todos viram,ele até me ameaçou de morte.  Abbie,voce não tem provas, mas eu sim,me processa e eu coloco ele na cadeia.— A satisfação estava estampada no rosto de Othon e meus sangue fervia.

— Você é um canalha.— Cuspo as palavras

— Tenta a sorte Harris,coloca seu namorado na cadeia.— Falando isso Othon sai caminhando vitorioso enquanto eu sinto aa lágrimas escorrerem pelo meus rosto.

Não acreditava no que acabara de acontecer,ele não podia fazer isso!

No caminho de volta pra casa pensei no que Othon disse,analisei todos os fatos,ele sabia o que estava fazendo.

Eu não tinha provas e nenhuma garota ia depor ao meu favor,mas o Callum se expôs,não poderia correr o risco dele ser preso..... Não suportaria isso.

Durante toda a tarde ignorei as mensagens e ligações de Callum,estava com a cabeça cheia,precisa pensar em tudo e analisar os fatos,aquela bomba havia caído no meu colo e eu estava surtando.

Por essa merda tinha que acontecer comigo ?

Endy ficou preocupada comigo e bateu diversas vezes na porta perguntando se eu estava bem,eu mentia dizendo que só estava com um mal estar.

Estava tudo muito bagunçado e acontecendo muito rápido, o Callum só tinha vinte e cinco anos e já passou por tanta coisa,sei que a prisão ia destrui-lo

Depois do incidente não havia mais falado com Aquiles,apesar dele me mandar mensagem todos os dias perguntando se estou bem,ele estava doido pra que eu fosse já polícia assim como Callum,mas eu estava muito mal pra pensar nisso,e bem,agora não tinha para onde correr.

A noite chegou rapidamente e antes de dormir meu celular tocou,olho pro visor e vejo o nome de Callum. Suspiro.

"Alô ?"  Falo assim que atendo o telefone e escuro um suspiro de alívio.

"Oi doce." A voz de Callum era calma e meio exausta. "Fiquei preocupado,você sumiu desde manhã."  Sinto o tom de preocupação na voz de Callum e mordo o lábio.

"Tá tudo bem,só estive ocupada com as coisas da faculdade."  Minto descaradamente .

"Ah."  Sinto um leve desapontamento na voz dele."Tudo bem,Só liguei pra saber se estava bem"

"Estou ótima."  Mais uma mentira. "E você?"

"Eu estou bem sim e...." antes que ele conclua a frase escuto uma voz de fundo dizendo 'doutor Scott comparecer a emergência.'  

Segundos depois Callum se despediu com um 'te amo' e desligou.

*****

Acordei com berros,era Bernardo chorando,abro os olhos lentamente e murmuro,era por volta das oito da manhã e suspiro com o frio que estava fazendo.

Desço as escadas e vejo Bernardo no colo de Endy,a ruiva o balançava e cantava uma música de criança.

— Bom dia.— Minha voz sai rouca e ela me fita.

— Bom dia, o Bernado te acordou ?

— Não.— Minto e caminho até a cozinha,comi um misto quente com café enquanto trocava algumas mensagens com Callum,e eu,sempre ocultando o fato de Othon ter vindo até mim.

Não demorou muito pra tarde chegar e eu resolvi ir visitar Aquiles,assim que entro na casa dele vejo que a casa está uma zona,roupas pela sala e louça empilhada.

Aquiles está com um aspecto cansado e me abraça.

— O que está acontecendo?— O olho tristonha.

— A Júlia ainda está péssima com a perda do bebê,não sai do quarto,eu não sei mais o que fazer.— Ele murmura.

— Tem que dar um tempo pra ela,foi muito ruim o que aconteceu.. O que você pode fazer é arrumar essa casa enquanto eu falo com ela.— Digo e ele concorda.

Subo as escadas e empurro a porta de madeira,a luz está acessa e Júlia está sentada em uma cadeira de balanço enrolada em um lençol.

— Ju. — A chamo e me aproximo,ela está com a expressão triste e parece cansada.

— Oi Abbie. — Ela tenta forçar um sorriso e eu a abraço.

— Não tive a oportunidade de falar direito com você depois do que aconteceu,sinto muito.— Minha voz é calma e Júlia suspira.

— Parece que essa dor nunca vai passar.— Júlia abaixa a cabeça.

— Imagino como deve ser doloroso isso,todos nós estamos sofrendo,mas a culpa não é de ninguém,a vida não acabou.— Dou uma pausa. — Vocês são jovens,podem ter vários filhos ainda,o Aquiles te ama e precisa da esposa dele.

A conversa entre mim e Júlia foi longa,ela falou tudo o que sentia e me agradeceu por ajudá-la.   Ela disse que ia ficar bem e voltar a ser sim era.

Quando voltei ao andar de baixo avistei  Aquiles suturando uma banana,a sala estava organizada e ele parecia concentrado.

— O que está fazendo?— Pergunto me aproximando e o loiro me olha.

— Me distraindo e praticando.— Ele diz e deixa a banana de lado.— Como foi a conversa ?

— Ela disse que vai ficar bem,leva ela pra jantar essa noite,conversem.— Respondo e meu irmão sorri.

— Obrigada por animar ela,Júlia precisava de uma amiga.— Aquiles vem até mim e me abraça. 

— Não tem que agradecer.

— Abbie,eu acho que nunca pedi perdão,perdão de verdade por todas as merda que eu já fiz com você.— Aquiles suspira e eu o olho confusa,então,ele continua: — As festas descontroladas na nossa casa,meu machismo,quando te xinguei de vadia ou quando interrompi o seu namoro com o Scott,eu me arrependo muito.

Aquiles estava com um aspecto triste e eu segurei seu ombro.

— Todos nós erramos Quiles,o que importa é que você já se arrependeu,foi você que cuidou de mim desde a morte da nossa mãe,você me protegeu e me ajudou,não tenho o que reclamar.— Sorrio e ele faz o mesmo.

Ajudei Aquiles a terminar de arrumar a cozinha e colocamos a conversa em dia,estava tudo bem até ele tocar no nome do Othon.

— Quando você vai na polícia?—  Suspiro assim que escuto.

— Prefiro não falar sobre isso.— Murmuro.

— Por que? Temos que fazer algo,você finge que não foi nada demais.— O loiro se senta no balcão,sua postura é rígida.

— Eu vou cuidar disso.— Respondo e me viro.

Não sei o que fazer

Crazy about Callum Vol. 2Where stories live. Discover now