Capítulo 19 - Find You

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Eu podia sentir suas mãos em meu rosto, sua respiração estava tranquila então seus lábios tocaram minha testa, permaneci com os olhos fechados, eu podia sentir o vento balançando alguns fios do meus cabelo, então me aninhei em seus braços e entrei em um mundo que era apenas meus.

- Adam... – sua voz calma e serena me chamava.

- Hmm... – me virei pro outro lado negando-me a abrir meus olhos.

Ele riu.

- Vamos Adam, abra os olhos.

Suspirei.

- Prefiro continuar com eles fechados – retruquei.

Ele riu novamente.

- Quando aparece um problema você não pode simplesmente fugir deles. Vai ter que enfrenta-los mais cedo ou mais tarde e porque não se antecipar e resolvê-los antes que se arrependa de algo?

          Abri os meus olhos relutantemente, o céu estava alaranjado, as nuvens brancas pareciam ter sido tingidas de laranjas, aves voavam no céu e o vento balançava a copa das árvores em um movimento continuo e tranquilo, então vire-me para Gutho e o olhei para o seu rosto, seus olhos estavam focados nos meus e suas mãos acariciavam meus braços e cabelo. Fiquei em silencio pensando.

- Vamos? – disse ele me tirando dos meus devaneios.

- Sim. – respondi.

Sentei-me na grama e Gutho se levantou, limpou sua calça e me deu a mão, eu a segurei e ele me ajudou a levantar, limpei-me e começamos a andar em direção ao carro. Ele se aproximou de mim e suas mãos tocavam as minhas, então nossos dedos se entrelaçaram e continuamos caminhando enquanto o sol se põe no horizonte ate o carro, entramos, ele ligou o carro e demos meia volta, indo em direção a River Spring e a origem de todos os meus problemas.

Gutho me deixou em frente a minha casa, acenou e saio, caminhei pela trilha que leva ate a entrada da minha casa quando ouço uma voz familiar me chamar.

- Adam!

Viro-me e tenho uma enorme surpresa.

Ela tinha os cabelos longos e loiros, pele alva e olhos verdes claros, vestia uma calça jeans e uma blusa preta usando o costumeiro All Star. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, ela vinha em minha direção e eu na dela então nos abraçamos.

- Como me achou?

- Sua mãe – rimos juntos.

- Faz tanto tempo. O que esta fazendo aqui? Onde você esta morado? O que anda fazendo? Como vai a vida amorosa? Ainda usa aquele coturno?

Ela riu e levantou o dedo indicador.

- Nossa são muitas perguntas.

Rimos novamente.

- Desculpe. Eu realmente estava precisando de você aqui.

- Tudo bem. Mas antes quero um sorvete. Ainda se lembra do sabor?

- Morango e baunilha. Sorte sua que foi minha mãe que fez as compras e tenho no congelador um pote.

- E o que estamos esperando? A noite é uma criança.

Mais uma vez estávamos rindo a toa em frente a minha casa. Entramos e ela olhou para a decoração enquanto íamos para a cozinha.

- Esta diferente.

- Sim, um pouco. - abri o congelador e peguei o pote de sorvete – Minha mãe fez alterações para me acomodar aqui. – peguei os talheres e segui para a sala com ela me seguindo – Mas ainda sim é a casa da vovó.

- Eu sei.

Joguei-me no sofá e ela me acompanhou, pegamos os talheres e abrimos o pote e começamos a nos deliciar com o sorvete então ela fez uma pausa e disse:

- Vamos as respostas de sua metralhadora de perguntas. – rimos – Vim te visitar já que ta meio difícil você ir me ver.

- Não sei onde você mora, lembra-se que vive mudando?

- É eu sei que não é culpa sua, mas agora estou fixa num lugar só, estou na França em Paris. E isso responde a sua segunda pergunta.

Comemos mais um pouco e ela continuou.

- Eu fazendo o de sempre, estudar. Papai e mamãe não mudaram nada e sempre perguntam por você. – ela piscou e eu ri – Estou namorando, o nome dele é Luke. Estamos felizes. E não. Não uso aquele coturno porque nunca me disse que aquela coisa era ridícula?

Eu gargalhei.

- Eu tinha que ri um pouco não acha não?

Rimos e ela me jogou uma almofada na cara e voltamos a ri novamente.

- E você Adam, sua mãe me disse por alto que...

Ela esperou em silencio então eu contei tudo o que havia acontecido no ultimo ano, mostrei as marcas em minhas costas e para onde eu fora depois da surra e os últimos acontecimentos. Ela não me interrompia em nenhum momento concordando comigo com pequenos ruídos de “Hmmm” e quando eu terminei já era noite. A sala estava bem iluminada e ela sentada com os pés em cima do sofá me olhando.

- Então foi uma boa ideia ter vindo.

- Por quê?

- Falei com sua mãe e agora com você. Quero que vá passar uns meses comigo na França. Vai ser bom você se distancia dessa vida, pensar bem e decidir o que vai fazer. Então o que me diz?

Fiquei pensativo e olhei para a casa em silencio. Eu estava confuso quanto a tudo, ao que deveria fazer com Rafael e o que deveria pensar de João Paulo e refletir sobre esse estranho sentimento que nascera sobre o Gutho em meu peito.

- Você vem comigo? – ela me estendeu a mão e eu a segurei.

- Sim. – dei um breve sorriso.

Não importava o quanto tempo passa-se ela me entendia muito bem e me aceitara de uma forma que ninguém me aceitaria. Ela é única para mim. Ela é aquela que me faz rir no momento de dor e que me protege quando nem eu mesmo posso me defender. Eu não poderia negar isso a ela. Não a ela.

Ela é Jane e é...

Minha ex-namorada.

De Repente Amor | Romance BLOnde as histórias ganham vida. Descobre agora