Capítulo 6 - Acabou

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ADAM

Alguns dias antes...

As aulas não eram mais tão entediantes como eram a algum tempo atrás. Eu me sentia livre e leve quando conversava com Rafael eu não precisava fingir estar bem por que estar com ele me fazia bem.

Passávamos muito tempo um junto do outro, e por mais que eu não quisesse acreditar eu estava gostando de tudo o que fazíamos ao que parecia ele era a única exceção do meio esnobe em que fora criado.

Eu não precisava passar horas estudando como fazia ele para aprender o conteúdo, eu era um dos melhores alunos do Sigma e era motivo de orgulho escolar e familiar, mas nem tudo em minha vida poderia ser flores...

Talvez fosse de mais pedir pra ser "normal" e por mais que eu aceite eu tenho raiva de não poder ser como os outros... Isso não é bom eu sei, mas o que posso fazer com esses sentimentos?

O ultimo sinal soara.

Como todos os dias desde que ficamos amigos eu esperava por Rafael no estacionamento do colégio. Eu me pegava preso a pensamentos e a sentimentos que eu não poderia ter... Ainda mais com um amigo, eu não queria perde-lo.

Eu descia as escadas como de costume e esperei por Rafael no estacionamento ao lado do carro dele me encostando nele, foi quando João Paulo se aproximou de mim que nem cheguei a perceber sua presença ali, como se ele já me esperasse.

– Adam, o que você faz aqui?

– Esperando um amigo.

– Como você pode mentir na minha cara? Você esta esperando o Rafael não é?

– João Paulo não to afim de discutir com você. – me virei para o outro lado.

Ele segurou meu braço com força e ficou na minha frente.

– Não faça isso pra mim de novo.

– Como é!?

– Pensa que eu não sei que vocês tão se pegando! – ele gritou.

– Que!? Isso nunca aconteceu... Não pense bobagens.

Foi então que percebi que Rafael havia acabado de chegar e estava parado com os olhos semi-serrados nos olhando. Ele tirou os fones de ouvido e se aproximei rapidamente.

– O que você quer que eu pense? Eu não gosto que ande com ele.

– Não me enche João Paulo estou cansado disso.

– Eu ouvi direito?

– Ouviu sim.

João Paulo com um único movimento me lançou ao chão com um soco. Rafael deixou a mochila cair no chão, ele correu ate nós e começou a soca-lo que revidou e o derrubou no chão também, mas quando ele se levantou começou a esmurrá-lo. Levantei-me o mais rápido que pude e me coloquei entre os dois e gritei:

– Parem os dois!

Rafael me olhou e recuou, mas João Paulo parecia mais furioso do que já estava e me empurrou, fazendo com que meu corpo caísse no chão. Rafael fez um movimento de cabeça em reprovação ao que ele havia feito comigo e quando ele se virou começou a socá-lo, ele estava com muita raiva.

– Rafael... Pare por favor... – eu disse.

Os socos diminuíram e aos poucos ele o soltou.

O rosto de João Paulo estava ensangüentado e ele havia quebrado o nariz dele. Rafael se sentou ali mesmo e suspirou enquanto olhava para JP, ele se levantou devagar olhou para ele e disse:

– Nunca mais toque um dedo nele, por que na próxima eu vou deixar pior do que isso.

Ele veio ate mim e perguntou:

– Esta tudo bem?

– Esta. Não foi nada.

– Então vamos, vou te levar para casa.

Ele colocou seu braço sobre meu ombro e caminhamos ate o carro.

– Acabou João Paulo. – sussurrei.

De Repente Amor | Romance BLOnde as histórias ganham vida. Descobre agora