Capítulo 13 - Coragem

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RAFAEL

Manobrei o carro pelo estacionamento em busca de uma vaga.  A viagem ate a escola havia sido silenciosa, Adam estava perdido em seus pensamentos enquanto eu me perguntava no que ele pensava. O ultimo ano não foi um dos melhores para ele, eu sabia disso, as coisas boas e ruins começaram aqui. Eu sabia que ele sentia receio de voltar aquele lugar, mas não podíamos evitar era nosso ultimo ano e no ano seguinte teríamos a faculdade, então como sempre apenas deixei que ele se perde-se em sua própria mente, pelo menos ate que eu para-se o carro. Por sorte achei uma vaga ao norte o prédio principal e parei carro ali.

- Adam...

Ele piscou duas vezes saindo do seu mundinho e se concentrando na minha voz.

- Esta tudo bem? – perguntei.

- Estou com medo. – disse ele por fim abaixando a cabeça e brincando com os dedos em um sinal de impaciência e nervosismo.

Aproximei-me dele e o abracei o mais forte que eu pude e lhe dei um beijo na testa.

- Eu sempre vou cuidar de você, não importa o que aconteça. – dei um breve sorriso.

Adam me olhou e deu um sorriso breve, mas o suficiente para me deixar tranquilizado. Descemos do carro, ele fechou a porta e ficou a observar o aglomerado de prédios como se procura-se por algo e não viu chegar e ficar do seu lado. Ele me olhou e então estendi minha mão e toquei-lhe a face, acariciando-a em meio a um sorriso, ele fechou os olhos e os reabriu então minha mão desceu e segurou a dele.

- Tem certeza de que quer fazer isso?

- Nunca tive tanta certeza em toda a minha vida. – respondi em meio a um sorriso.

Segurei sua mão e caminhamos pelo estacionamento, não havia muitas pessoas, mas podia-se notar que ela nos olhavam e esboçavam todas as reações possíveis. Eu não estava preocupado com o que eles iriam pensar, eu não iria simplesmente deixar que ditassem o que iria ser feito da minha vida. Mas os fuzilamentos se concentravam em Adam, ele continuava de cabisbaixo.

Soltei sua mão e ele me olhou imediatamente, passei meu braço sobre sua cintura e o trouxe para mais próximo de mim, fazendo com que sua cabeça se apoia-se no meu ombro.

- Não vou deixar que nada de aconteça. É uma promessa – sussurrei em seu ouvido.

Os corredores estavam cheios e todos nos olhavam, mas eu estava concentrado no centro do meu mundo, aquele que fazia meu coração acelerar e me deixar nervoso, aquele que me fazia sentir como se houvesse borboletas em meu estômago, aquele que me deixava preocupado quando ficava triste, aquele que deixava feliz com o menor dos risos. Adam me mostrou que não precisamos de muito para sermos felizes, mas somos tudo um para o outro.

Ao entramos na sala, meus olhos vão de encontro aos de Lisa. Sua face estava indecifrável, ela nos seguia com os olhos e pude sentir que ela nos fuzilava mesmo depois de não tela, mas em meu campo de visão.

Sentamos um ao lado do outro, Adam continuava na dele, e isso me preocupava, mas algo e dizia que a partir dali nossas vidas iriam mudar drasticamente.

As aulas do dia ocorreram normalmente e pude ver que Adam estava melhorando aos poucos, prestava atenção nas aulas e participava, mas sempre era fuzilado por Lisa com seu rosto inexpressivo, mas ele não notara. O sinal para o almoço soara então me aproximei de Adam, beije-lhe a boca e sentir seu corpo relaxar, ele segurou meu rosto e depois de um longo tempo nos separamos.

- Você não vai almoçar? – ele me indagou.

- Nos não vamos?

Ele riu.

- Não estou com fome, mas aceito aqueles pudins de chocolate – disse ele em meio a um sorriso bobo em seu rosto.

- Tudo o que você quiser. – disse sorrindo.

Dei um selinho antes de sala e ir para cantina e trazer o pudim que ele tanto queria.

ADAM

Ao mesmo tempo que Rafael saia da sala, uma presença que ate agora eu não havia notado se direcionava ate mim. Ela vinha caminhando devagar, sem pressa, sua face inerte não esboçava nenhum sentimento. Então ele puxou a cadeira a minha frente e se sentou, me olhou nos olhos e disse:

- No que pensa que esta fazendo?

- Como assim? Não entendi.

- O que você acha que faz com meu namorado?

- Ele não é seu namorado. – retruquei.

Então vi sua face tomar se tornar sombria e de sua boca vinha um sorriso estreito e seus olhos se focalizavam nos meus.

- Primeiro: você é só um passatempo para o Rafael. Você acha mesmo que ele gosta de você. Olhe só para você, um inútil e deprimente viadinho. Vamos ser realistas, vocês só estão juntos ate que ele... Bem você sabe não é? Depois disso você leva um pé na bunda é esquecido e eu volto mais gloriosa do que nunca.

Meus olhos se encheram de lágrimas. Eu sabia que não era verdade, Rafael não era assim. Ele não faria isso comigo, mas as palavras dela me cortavam por dentro.

- Segundo: ele é meu e vou fazer tudo o que eu puder para acabar com você. Então você esta avisado, "gazela saltitante".

Ela deu um sorriso simpático e saio de perto de mim a passos ate a porta da sala. Abaixo minha cabeça procurando por ar e tentando me acalmar antes que Rafael volta-se, mas pelo visto meus problemas só estavam começando e quando dei por mim, João Paulo estava em pé me olhando da porta da sala, com um sorriso no rosto.

De Repente Amor | Romance BLOnde as histórias ganham vida. Descobre agora