Vidas Feridas (Repostando)

Capítulo Dez

--- Sua casa é bem bonita. -- disse me sentando no sofá. --- quem mais mora aqui?

--- Apenas eu e meu irmão. Minha mãe vive viajando, e por isso sempre vive fora.

A casa mais parecia uma mansão, repleto de lustres e plantas. Um sonho de casa, uma das melhores que eu já havia frequentado. A escada era enorme, os cômodos eram muito maiores que o da minha casa.

Kleber nos seguiu e ficou observando.. Ela segurou o meu rosto, e tentou beijar novamente, eu tentava evitar a o encontro de rostos que aconteceria. Então, inventei que desejava assistir um filme, e se havia algum bom o suficiente para nos proporcionar uma ótima manhã e tarde. Ela um pouco desconfiada me leva até uma sala meio escura, onde está presente um telão. E me posiciona lá, adiciona um filme em sua televisão e logo senta ao meu lado, eu me tremia, não sabia o por quê, a verdade era que eu não queria estar ali, ainda mais fazendo aquilo.

O objetivo era Kleber entrar, e vasculhar o quarto dela a procura de alguma pista do paradeiro de Larissa, tentei distrai-lá, a todo custo. Quando Kleber estava entrando na porta tive que a beijar.. Por alguns segundos, isso evitou que ela visse o que estava prestes a acontecer. Enquanto a beijava, olhava os movimentos de Kleber subindo as escadas. Quando chegara no topo, cancelei e encerrei o beijo, e recuperei o ar. Ela logo falou:

-- Sempre esperei por esse momento, você é demais. -- dizia ela, com um olhar apaixonado e alisando o meu rosto.

Eu não estava nem um pouco confortável com ela ao meu lado, queria que Kleber achasse algo imediatamente, e logo saíssemos dali. E um barulho ocorreu no quarto, quebra de objetos. Kleber falhou, deve ter acabado quebrando algo sem querer.. O que seria de nós? Estamos fritos.

Sophia já estava desconfiada, e nesse momento, já estava sem dúvidas. Me olhou com um olhar um tanto mórbido e logo falou:

--- O que foi isso? -- dizia, de uma maneira sarcástica -- fica aqui, eu irei lá ver.

--- Não, fica aqui. Não deve ser nada demais, fica aqui comigo -- disse, a abraçando e a arrastando para o sofá da escura sala.

--- Não! Esse barulho foi estranho.. Preciso ver o que é. -- disse me empurrando para o sofá, e saindo da sala, e em seguida subindo as escadas.

-- Sophia, não faz isso. Fica aqui comigo.

Sophia subiu as escadas, e foi em direção ao seu quarto, onde Kleber se encontrava, Queira Deus que Kleber tenha conseguido fugir, eu tentava segurar ela, mas ela estava totalmente determinada a descobrir o que havia ocasionado o "barulho".

Ela entrou no quarto primeiro do que eu, não me deixou ir na frente dela, nosso plano havia ido por água a baixo, quando entrei no quarto.. Lá estava Sophia, segurando Kleber por trás. Como ela conseguiu? Sophia sempre foi cheia de mistérios.

-- Me desculpa, Lucas. Eu falhei, ela me pegou despercebido -- dizia Kleber, com uma certa tristeza em seu olhar por ter falhado.

--- Então quer dizer, que vocês tentaram me enganar? Logo eu, Lucas? Tudo aquilo foi parte de um plano de vocês? Eu te amo Lucas, eu gosto de você de verdade. Brincou comigo, que nem Larissa fez com Audrew, ele morreu por sua culpa. -- Dizia Sophia, chorando.

Eu fiquei sem reação, não sabia o que fazer. E agora? Sophia não largava Kleber, o segurava com toda força pelo pescoço, ela viu o celular dela na mão de Kleber, e ele percebeu e logo jogou em minha direção, sem hesitar, exclamou:

--- Lucas, fuja! Pega esse celular e descubra tudo o que precisa. Eu falhei, você não pode fazer o mesmo -- dizia ele, tentando se soltar.

-- Mas, eu não posso te deixar aqui, Kleber. Não mesmo. -- eu respondi.

-- Somente fuja Lucas, eu me viro.

-- Nem pense nisso, Lucas. Você não seria capaz -- Sophia disse, me olhando com os olhos esbugalhados.

Com muita dor na consciência eu corri, desci as escadas correndo, quase tropeçando, e sai pela porta. Não havia ninguém atrás de mim, nem ao menos Sophia. Eu estava correndo pelo quintal, para ir em direção a rua aberta, e um barulho estrondoso me assustou, era o alarme, começou a tocar sem parar, eu agora não sabia o que fazer, nem para onde correr. Então, eu me escondi dentre os arbustos.

Nenhum sinal de Kleber, eu estava preocupado. Preciso voltar até lá, mas ao mesmo tempo pode ser perigoso. Sophia saiu, procurou por todo o quintal, e não conseguiu me avistar, felizmente. Mas, Kleber? Aonde estaria ele? Enquanto ela procurava, eu precisava ver como Kleber estava, então entrei novamente para a casa. E Kleber estava amarrado, eu rapidamente desamarrei somente os seus pés. E ele correu com as mãos amarradas, era o essencial para fugirmos dali. Conseguimos passar pelo quintal, nenhum sinal de Sophia.. Agora eu tinha o celular de Sophia em minhas mãos, mas quando tentei desbloquear, havia senha. Merda!

Não serviu de nada todo esse sacrifício, quando já estavámos na rua, desamarrei os braços de Kleber, e começamos a correr mais rapidamente. Todos na rua nos olhavam, como se fossemos fugitivos da polícia.

Estávamos correndo, e eu olhei para trás para ver se havia a presença de alguém atrás de nós, nos perseguindo. E para a nossa sorte, tudo parecia limpo. O celular de Sophia simplesmente escorregou da minha mão, e eu olhei novamente para trás.

Quando olhei para a frente, para continuar caminhando me bati em uma mulher formosa, parecia ser de uma classe bastante alta, pois apresentava uma roupa bastante chamativa, nos olhamos e eu pedi desculpas por ter me esbarrado, Kleber parou naquele momento com o que acabara de acontecer, era Larissa.