Pendências

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Jungkook

Minha primeira reação diante daquela mulher foi a temer, porém meus pensamentos de medo foram se dissipando quando comecei a reparar em detalhes nela, algo que eu pouco fazia antes, mas agora percebia o quanto era útil examinar bem os pequenas minúcias antes de tomar qualquer decisão ou ter alguma reação, averiguar o espaço era o mais adequado antes de confrontar o inimigo.

A Kim parecia cansada, como se tivesse feito algum exercício físico recentemente, havia suor em sua testa e a respiração ofegava, ela tentava impôr uma pose dominadora, mas suas mãos tremiam, as pálpebras piscavam mais vezes do que o comum e ela com certeza estava insegura e raivosa.

Hyojung não lembrava em nada a mulher que eu tanto senti medo nos últimos dias, sua expressão me causava uma certa pena, era lamentável perceber que alguém que poderia ter tido um futuro glorioso acabou fazendo tantas escolhas erradas em sua vida e sido vítima de seu próprio orgulho e inveja, não que eu perdoasse o que ela havia feito, pois a vingança nunca foi algo que considerei compreensível, ainda mais numa situação como aquela, então assim como deseja que Taehyung se arrependesse, eu queria o mesmo para ela.

Porém claramente sua presença ali significava que ela ainda buscava sua retaliação, eu não entendia porque a Kim continuava considerando minha mãe como motivo de tudo que deu errado para si, talvez algumas pessoas não conseguissem aceitar que na grande parte das vezes o motivo de seu fracasso em algo foi elas mesmas, e não um terceiro envolvido. Admitir uma perda é mais fácil do que sentir raiva de quem você tentou colocar a culpa.

— Onde está minha mãe? — Indaguei o que mais estava me preocupando naquele instante.

— Não se preocupe, ela está naquele porão nojento que vocês usam para guardar seus preciosos itens mágicos, sua presença não iria ser necessária já que meu assunto não é mais com ela. — A voz de Hyojung carregava um sarcasmo desnecessário, chegando a ser irritante, parecia carregar tanto ódio na voz quando se referia a minha mãe.

— Como você conseguiu entrar aqui? — Indaguei franzindo o cenho, afinal sabia que ela não tinha mais poderes que facilitariam sua entrada em qualquer ambiente, mas talvez isso não fizesse diferença para alguém tão ardilosa.

— Pela porta dos fundos, deveriam trancar ela com mais freqüência! — Exclamou sorrindo cinicamente novamente. — E principalmente colocar uma trava nessa caixa de energia. — Apontou para a caixa que ficava na parede da sala, isso explicava aquela escuridão que nos recebeu.

— Não quero ser um anfitrião ruim, mas você poderia falar logo o que veio fazer aqui antes que eu chame a polícia? — Tio Sun expressou, ganhando a atenção da mulher.

— Não precisa ficar hostil dessa forma, Changsun. — Deu um passo em sua direção, mas virou o rosto para mim mais uma vez. — Minha conversa é com esse moleque.

— Comigo? — Apontei para mim mesmo. Por que ela tinha essa cisma comigo sendo que nem nos conhecíamos? Queria tanto assim atingir minha mãe ao ponto ir pra cima do filho dela? Isso era insano.

— Onde está o meu filho? — Ela questionou séria, me pegando de surpresa por não esperar que Taehyung fosse o motivo daquela visita suspeita.

— E como é que eu vou saber? — Retruquei dando de ombros, Taehyung com certeza não era um problema meu.

— Por culpa de vocês ele se virou contra mim, me acusou de coisas horríveis. — Seu tom de voz tentava passar tristeza, mas era claro que Hyojung tinha mais ironia na ponta da língua do que verdades.

— Ah, não tente se fazer de vítima logo agora, seu filho apenas abriu os olhos para ver a cobra que você realmente é. — Changsun falou rolando seus olhos.

Até Que o Feitiço Acabe ||ji•kook||Onde as histórias ganham vida. Descobre agora