Capítulo 3

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estou a ponto de cometer um crime

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...estou a ponto de cometer um crime. Não posso suportá-lo mais Jaydan, tornou-se impossível. E mesmo que tenha levado mais linhas que o imaginado para mostra-lhe minha clara indignação com relação a Lorde Langdon, não escrevo apenas para falar-lhe isso.

Sei que em todas as cartas declaro que sinto sua falta. Mas na data em que estou escrevendo essa em particular, completam-se exatos oito anos desde que nos vimos pela última vez. Estou com muitas saudades. Todos esses anos se passaram, e como disse da última vez, escrever cartas não se iguala a ver-te e poder conversar pessoalmente.

Acredito que esteja viajando demasiadamente. Recebo cartas de todos os lugares, e por muitas vezes não sei qual a ordem ou a data, mas agradeço a cada uma que me escreve. Sinto que posso encontrar partes suas nelas. E então, me apego firmemente a esperança de que nosso reencontro está próximo.

Além disso, preciso pedir-lhe que venha o quanto antes. Me impeça de ser expulsa da sociedade. Se tiver de passar mais um minuto sequer ao lado de Langdon posso realmente concretizar as ideias que surgem em minha mente com muita frequência. Elas tendem a ser cada vez mais cruéis.

Sinto imensamente sua falta.

Charlotte Isobel Johnson
19 de agosto de 1821

(Carta extraviada)

O toque horrível em seus lábios durou apenas alguns segundos, mas esses foram os instantes mais terríveis em sua vida.

Seu estômago revirou, um gosto amargo subiu-lhe pela garganta, estava prestes a vomitar. Tomou todo o impulso que seu corpo lhe proporcionou e se separou do homem.

O metro de distância que existia entre eles, parecia-lhe pouco demais e era sufocante. Precisava de um precipício para separá-los, mas talvez nem aquilo fosse o bastante.

Mas, por mais por incrível que parecesse, sentiu seus pés a guiando para perto dele novamente. A mão se levantava aos poucos, e quando já estava perto o bastante, um tapa estralado ecoou no ar.

Sua mão ardia, mas a ardência lhe dava um prazer indescritível.

A mão que antes segurava seu braço com força, agora via-se cobrindo a parte avermelhada – a marca dos dedos de Charlotte – do rosto do sujeito.

E mesmo depois de tudo aquilo, Charlie não pode acreditar que viu um sorriso passar pelos lábios do visconde.

Sua paciência se esvaiu, o fio que sobrara dela se arrebentou de vez.
Determinada a não passar mais um segundo que fosse ali, Charlie partiu – dessa vez correndo – em direção a Eliza.

Com a respiração descompassada, chegou ofegante perto da amiga. Sequer parou um segundo para respirar.

– Vamos – vociferou.

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⏰ Last updated: Mar 31, 2019 ⏰

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