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No final da tarde, Louis facilmente notou um carro incomum parado em frente a sua casa. Ele esteve fora a tarde toda, fazendo hora extra para finalizar um de seus projetos, portanto, não tem ideia de quem seja. A casa em silêncio causa incômodo, as crianças costumam estudar neste horário, um bom comportamento da nova rotina sem o futebol. Ambos ficam entediados ao ponto de procurarem livros para lerem, facilmente ganharam o hábito de leitura nos últimos dias. O choro de bebê faz falta, Alicia dorme pelo menos um par de horas quando está prestes a anoitecer. A risada familiar lhe relembra o conforto de seu lar, Harry conversa alegre na sala de estar, com a curiosidade alarmada para descobrir com quem o rapaz dividia as risadas altas, Louis deixa a maleta e calçados na cozinha, entrando sorrateiros pelos corredores.

O primeiro detalhe que pode observar fora a mesa de centro, que comportava uma bandeja de prata com duas garrafas de cerveja e um par de copos. Ao perceber que estaria sendo extremamente conviniente espiando Harry recebendo visitas, Louis da meia volta, caminhando para a escadaria. O tom de voz conhecido o faz parar com os passos, desta maneira, não está espiando... Apenas prestando atenção na conversa alheia. Ele escuta com clareza a voz rouca chamando carinhosamente o nome de Robert, logo soube a quem pertencia o carro estacionado em frente à casa. Louis espreme os olhos, contraindo os dedos do pé, seu dia piora gradativamente.

Como não se sente confortável em permanecer no mesmo teto junto ao médico sarado, Louis se vê pensando em uma saída, um lugar onde possa ir para relaxar... É claro, onde possa levar as crianças consigo. Passar o dia todo longe dos filhos, lhe causa angústia, deixa-los com um desconhecido na casa o agrada menos ainda.

Ao entrar na sala, despercebido, Louis pigarreia, atraindo a atenção do ambiente para si.

"Com licença... Harry, posso falar com você, por um minuto?"

Harry levanta hesitante, Robert segura uma de suas mãos quando pergunta. "Garanto que possa falar com ele ao meu lado."

Louis inspira, tudo bem. "Harry, levarei as crianças para jantar na casa de minha mãe, ela sente falta dos netos."

"Oh... Tudo bem. Estão no andar de cima, estudando."

"Alicia?"

O corpo de Harry sobressai, seus olhos encaram Louis em pura confusão. "Pretende levar até mesmo Alicia? Quero dizer, seria trabalhoso ficar com o bebê."

"Minha família não a vê muitas vezes." Louis balança os ombros, singelo e encarando o chão, a situação causa desconforto.

"Certo, Johanna cuidará bem dela." Harry leva seu dedo mindinho em lábios mordendo a unha. "Vou arrumar a mala do bebê, também irei colocar algumas coisas para as crianças."

Com isso, Harry se apressa em subir as escadas, chamando eufórico pelos nomes dos filhos. Louis lança um breve aceno a Robert antes de sair da sala de estar. O castanho não presta atenção no que Harry faz, mantendo ocupado organziar a maleta de trabalho, jogando os papéis velhos fora e os substituindo por novos, ele precisará dar uma revisada no em seu novo projeto, o que pode ser feito na acolhedora casa de Johanna. A voz infantil de Anna o chama, a maleta é esquecida na cama.

"Já podem ir." De forma desengonçada, Harry segura Alicia em um braço e empurra os ombros dos filhos com o outro. Ele passa a bolsa do bebê para Tyler, a mala lilás parece pesar nos braços do menino, o rosto retorcido em uma carranca esclarece o descontentamento do menino.

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