Eight.

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...

Harry dança com o bebê pela sala de estar, o sorriso banguela da filha revela o momento precioso que dividia com Alicia. Com a correria do dia e as outras ocupações de sua cabeça, ele se esquece de como é gostoso ter um bebê em casa. Apesar de todo o trabalho, é gratificante conviver com um ser tão puro e fiel. As bochechas fartas tornam-se gomos quando a pequena sorri espalhafatosa, é inevitável espelhar beijos pela pele sedosa que sempre cheira bem. Quando se trata dos filhos, Harry não é nada além de uma manteiga derretida, seu peito contrai ao observar a menina, ele é capaz de sentir tanto amor e adoração ao ponto de explodir. A dolor nos braços o lembra de como o bebê tem crescido ao longo dos dias, Alicia cresceu sem freio nas últimas semanas, perdeu inúmeras roupas novas em folha e diversos sapatos intocados, em compensação ganhou uma noite ao lado do pai choroso que não aguenta ver seu bebê crescer. Alicia está completando setes meses de vida, seu corpo já tem firmeza para manter-se sentado e tem poucos dias que a menina consegue curvar e apoiar as mãos no chão, logo irá engatinhar.

Os resmungos do bebê se tornam barulhentos e seus movimentos revelam que estava incomodada, Harry decide parar o agrado para evitar uma sessão de choro sem fim. Ele a deixa em sua cadeira de alimentação, indo terminar de preparar o café da manhã das crianças, segunda-feira costuma ser um dia preguiçoso, assim como seus filhos neste horário matutino.

"Bom dia, princesa!" Vozes partem da escadaria, uma sequência de sussurros infantis seguidos da voz grossa e enfática. "É seu... Mesversário!"

"Oh, faz alguns meses que Alicia nasceu." Os cochichos partem da escadaria.

"Sete, Tyler." Annalise corrige o irmão.

A cozinha é preenchida por Louis, vestindo roupas casuais ao invés de suas típicas vestimentas de serviços, as crianças já estão uniformizadas para a escola. Louis pega a bebê em braços, beijando todo o rosto delicado, seus carinhos são retribuídos por resmungos descontentes. Alicia não havia seguido seu sono nessa manhã, há tempos não acorda mais tão cedo, a pequena já passa uma noite inteira sem ter o sono interrompido, ter acordado as seis da manhã não a deixou nada feliz. Harry costuma levantar da cama com um sorriso no rosto, não importa o horário. Ele queria que seus filhos agissem da mesma maneira, no entanto fazem o contrário, acordando com mau humor e uma carranca já estampada no rosto.

"Bom dia, queridos! Temos salada de de frutas e torradas temperadas." Harry saúda os filhos com abraços e um beijo na testa.

"Quero o cereal." Tyler apoia os cotovelos na mesa, encarando o prato de torradas com desdém.

"Tyler, temos torradas e frutas, apenas." Harry está evitando comprar cereais há meses, não lhe agrada a ideia dos filhos ingerirem uma grande quantidade de açúcar logo no café da manhã. Desde então, optou por substituir o cereal por alimentos nutritivos que garantem energia aos filhos.

"O papai comeu cereal ontem, por que não podemos comer?" Ele torna a questionar, encarando o pai de forma desafiadora.

"Eu não posso balancear as refeições de seu pai, apenas as suas e de sua irmã. A Annalise não reclamou das torradas."

Annalise não nega comida, a pequena sempre teve o apetite variado desde menor, aceitando com bom gosto as comidas oferecidas pelos pais. Enquanto Tyler, o garoto mostrou ser enjoado com alguns tipos de alimentos quando ainda era um bebê, negava-se a tomar a fórmula láctea que Harry preparava. Tyler não come todas as torradas distribuídas pelo prato, ele prefere comer a salada de frutas, seu rosto permaneceu fechado pelo resto do café. Eles partem silenciosos para a escola, Louis não conversa com Harry pela manhã, dando lhe apenas um aceno ao deixar a casa. É desconfortável e incômodo, Harry não tem idéia de como as coisas podem ter fluido para esse nível.

always youWhere stories live. Discover now