Minha Esposa.

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Lembranças

Mahina estava ofegante, os ferimentos nos seus braços estavam demorando para curar, mas ainda estava de pé. Encarou as deidades a sua frente, o seu pai estava caído e sua mãe de joelhos, estavam lutando a décadas, e somente um poderia sair vencedor daquele lugar. 

— Desistam... Não quero matar vocês — pediu a loira, jogando a espada no chão.

— Eu ainda não morri — falou o rei dos demônios, sentando-se. — E nem você.

— Para que me fizeram... Se querem me matar? — perguntou a deusa mais nova. — Apenas...

— Mahina — a voz da Deidade suprema, saiu severa, encarando a loira. — NÃO OUSE ESCONDER O PODER DENTRO DE VOCÊ. 

Após falar isso a morena voou para cima da mais nova, que desviou do golpe da mãe graciosamente, enfiando a espada nas costas da Suprema. Mahina tinha sido treinada pelo melhor espadachim e também pelo Primordial, vencê-las em ataques com as espadas, era praticamente impossível. Ela tinha reflexos rápidos, e ataques fortes. 

Mas ela não estava lutando apenas com mãe, e foi em um momento de descuido que sentiu a mão do pai adentrar com força na sua barriga, atravessando-a. A mesma ficou paralisada, sentido a dor por todo o seu corpo e o sangue começar a escorrer pela sua boca.

— Eu vou te matar — murmurou o rei dos demônios, no ouvido da mais nova. — Depois vou matar os seus irmãos, do mesmo jeito que estou matando esse monstrinho de dentro de você. 

— Ryudoshel e o Mael também vão morrer — disse a Deidade, enfiando a lamina devagar, em um dos poucos corações que restou da deusa. — Igual a sua irmã Elizabeth... E o seu tão querido mestre.

Não, não e não. Era tudo que a Mahina pensava, quando segurou o braço do seu pai com força e o encarou com raiva, raiva não, ódio. A cor de seus olhos não era mais o dourado angelical e nem o roxo demoníaco, e sim de um branco, um branco tão reluzente que queria fazer as deidades se afastarem. Os ferimentos começaram a se curar e em um golpe rápido, tirou o a mão do rei dos demônios da sua barriga e a lamina de suas costas.

 — Vocês é que vão morrer hoje — a voz dela saiu sombria, ao mesmo tempo que era serena. — E vão implorar para sair vivos daqui.

— Que menina insolente... — a Divindade não conseguiu terminar, pois mais rápido do que um raio, Mahina voou para cima dela, arrancando-lhe um dos dois corações que a restava.

— Vamos acabar logo com isso.

— Você não é a Mahina — murmurou o rei, com um certo receio.

— Não, eu sou o monstro que vocês fizeram — a loira tinha um sorriso no canto dos lábios. — E vocês vão pagar pelo o que me disseram, e vão pagar por terem matado meu filho.

Nesse momento, uma onda de poder exalou da loira, fazendo as divindades sentirem seus corpos serem perfurados por aquela claridade. E naquele segundo, eles já sabiam que perderiam.

Lembranças Off

— Cadê a Mahina?— Zeldris perguntou assim que viu o Meliodas.

— Ela... — o mais velho não conseguia continuar, as palavras o fugiram e seus olhos estavam com lagrimas. — Ela...

— Se foi — murmurou o Gowther, não sentindo mais a presença da irmã. 

— Como isso é possível? Ela... Isso não é justo — falou o príncipe, enfurecido. — Ela mal voltou e já...

— Ela ainda vive — murmurou Meliodas. — Você não sente ela? 

— Eu sinto — a voz do Ryudoshel soou perto deles. — Eu vou atrás dela.  Ela ainda não pode morrer, não me explicou o que aconteceu a milênios atrás.

Mahina estava fraca, jamais poderia vencer as dividades com o nível atual de poder. Ela tinha noção de que se perde-se, o seu pai tomaria o seu corpo e a sua mãe mataria aqueles que ela ama. Se ganhasse, pelo menos os levaria para o mundo dos mortos. 

— Cadê aquele poder de anos atrás? — questionou o deus, com um ironia. — Sabe? Se não tivéssemos te prendido naquele exato momento, você teria nos matado.

— Desista Mahina — falou a deidade. — Assim o seu pai toma o seu corpo e eu tiro metade daquele poder incrível para mim. Você se tornou muito poderosa nesses últimos milênios, o mago fez um ótimo trabalho, pena que aquele bastardo era apenas leal a você.

— Não. Fale. Do. Meu. Pai — murmurou com raiva, apoiando-se na espada para levantar. — Ele é mil vezes melhor do que vocês.

— Ofendi o seu querido? Não se preocupe, logo você se juntará a ele... E também, aquele bebê, se podemos chamar aquilo de bebê — a morena parou ao lado do demônio.

— Vocês mataram o meu filho, por medo dele — disse com o olhar abaixado. — E isso eu jamais vou perdoar.

— Ninguém precisa do seu perdão. Você foi um erro que deveria ter morrido a muito tempo.

O demônio falou, erguendo a lamina e como a velocidade da luz, ele atacou-lhe. Mas estranhou quando foi arremessado para longe, quando olhou para a filha, viu o ser que — ao seu ver — foi a perdição da sua criação perfeita.

— Não toque na minha esposa.

— Ryudoshel? — Mahina encarou o moreno incrédula, ela tinha certeza que ele a odiava, mas porque ele a salvou? — Você...

— Acho que temos muito que conversar — o mesmo virou um pouco um rosto, abrindo seus olhos, aquelas iris azuis que ela tanto amava. — Você não pode morrer agora. Não vou te perder agora, não quando as minhas memórias estão voltando.

— Ryudoshel — ela sorriu quando ele estendeu  a mão para a mesma se apoiar. — Obrigada.

— Me agradeça quando tivemos acabado aqui — desviou o olhar para deidades. — Eu nunca pensei que você se rebaixaria tanto.

— Não diga o que você não sabe — a deidade encarou o arcanjo. — Como você foi sempre tão leal, eu irei perdoar essa sua audácia.

Ryudoshel sabia que não tinha poder para lutar contra aqueles seres, mas não iria embora agora, não quando as suas memórias com a Mahina voltaram, ele não a odiava, e sim a amava. Seus olhos azuis caíram sobre a loira, percebendo que estava cheia de ferimentos.

— Se recupere, temos uma chance de vencer se você tiver com todo o seu poder — murmurou o arcanjo, ficando a frente da loira.

— Você não pode lutar contra eles, sozinho —  ela segurou no braço do mesmo. — Não quero...

— Quem disse que estou sozinho? — o mesmo tinha um sorriso nos lábios, apontando com a cabeça para trás dela.

— Você não está sozinha — viu os cabelos negros do Zeldris e sorriu. — Achou mesmo que íamos perder essa?

— Ainda tenho muitas coisas que quero perguntar sobre o nosso pai — Gowther deu um passo para perto dela. 

— E eu tenho que te agradecer — Elizabeth olhou para loira, a mesma segurava a mão do Meliodas. — Irmã. 

— Essa não é uma batalha para se lutar sozinha — Meliodas sorriu para ela. — Está na hora dos nossos pais aprenderem de uma vez por todas... Não somos brinquedos deles.

— Você está certo — a loira ergueu a cabeça, e encarou as divindades. — Está na hora de lutamos pelo que queremos. 

E naquele momento se iniciava a maior batalha que os céus ou o inferno jamais presenciou. Os criadores versus suas criações. Uma batalha de deuses, somente um deles sairão vitoriosos desse derramamento de sangue. 

Só mais um capítulos e a história acaba. ❤

Mahina- * Nanatsu no Taizai *Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt