CAPÍTULO 27

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CHARLOTTE

Encarei a melhor sentada na cadeira e não pude deixar de notar a semelhança. Eu não podia acreditar que eu tinha o mesmo sangue que essa vadia mas era inevitável.

Era evidente que eu iria para o inferno, pois machucar ela e a ouvir gritar de dor é uma sensação libertadora. Por culpa dessa mulher eu não cresci como uma criança normal, não recebi amor e carinho e o único toque que recebia quando era criança eram de cintos, corda dentre outras coisas que podem ferir e marcar profundamente.

__ Acabe logo com isso.__ implorou cuspindo sangue.

Eu avisei que não ia pegar leve com ela. Provavelmente ela estava sem uma boa parte dos dente, algumas costelas quebradas, e algumas marcas de faca pelo corpo. Mas eu me importo? Eu ligo para ela implorar?

A resposta é não, mas eu já não estava mais afim de respirar o mesmo oxigênio que ela. Peguei minha arma na bolsa e mirei em sua cabeça já ferida pelas pancadas.

__ A gente se vê no inferno tia.__ apertei o gatilho e a desamarrei deixando seu corpo sangrento caído no chão.

Saio de lá e assim que subo para a área principal, agora vazia com apenas os corpos dos seguranças sinto braços me envolverem e não sei como reagir. Agnes me abraça e segura meu rosto me encarando. Eu estava cheia de sangue e ela parecia nem se importar.

__ Minha menina__ suas lágrimas mexiam comigo de uma forma estranha.__ Eu sinto muito, me perdoe.__ implorou e limpei suas lágrimas.

__ A culpa não foi sua.__ dei de ombro meio sem jeito.

Eu iria precisar de tempo para me acostumar com isso mas acho que a sensação de pertencer a algum lugar, de me encaixar em uma família iria ser boa e diferente.

__ É bom ter você na família pirralha.__ Fernando diz me tomando para um abraço.

__ Se me chamar de pirralha de novo eu acabo com você.__ falo e sinto sua risada.

Saímos do lugar e sentir o vento gelido da madrugada me causa uma sensação boa. É como se eu finalmente estivesse livre de um peso que a muito tempo eu carregava. Um sorriso fácil se espalhou pelo meu rosto ao ver as três pirralhas com o pai.

Missão cumprida!

__ Charlotte!__ Annabeth gritou e correu em minha direção.

__ Oi.__ a abracei e Vi Lorenzo me encarar sem nenhum emoção.

__ Que bom que está bem.__ ela disse e Annelise se aproximou de mim.

__ Que bom que está viva babá.__ falou e a puxei para um abraço.

Eu as soltei e Lorenzo chegou perto de mim com cautela. Eu sei que ele viu hoje um lado meu que eu tentei esconder mas é melhor assim.

__ Você vai embora não vai?__ perguntou e assenti.__ Por que?

Respirei fundo e não soube o que falar. Eu não queria mas precisava me afastar eu não era boa companhia nem para mim mesma imagina para elas. Além de tudo que é loucura eu me relacionar com o pai das minha primas de segundo grau. Eu preciso de um tempo para me reorganizar e dar um jeito na minha vida.

__ É melhor pra todos que eu me afaste.__ dei um beijo casto em seus labio e entrei na van onde Jhonny me olhou mas não disse nada e acelerou.

Era melhor eu me afastar e ficar sozinha por um tempo é exatamente o que preciso.

.......

Oiê

Gente o livro tá entrando na fase final por isso vou focar agora na vida da Charlotte que agora tem uma nova visão das coisas. Afinal ela tem família agora.

E eu decidi que o próximo livro será o da ruiva. Já estou até pensando no prólogo.

CharlotteWhere stories live. Discover now