Charlotte

CAPÍTULO 11

Observo o local a procura das gêmeas.  Mas o lugar onde deveria ser o colégio está completamente em chamas, todos ao redor chorando e gritando desesperados.

Olho no aparelho e as gêmeas estava dentro do colégio. Saio correndo e ouço os bombeiros chamando por mim.

__ Senhorita não pode entra aí!__ grita e lhe mostro meu dedo do meio.

Foda-se, as meninas precisam de ajuda.

Assim que entro no local o calor é infernal e a fumaça está sufocante. Sigo na direção onde aparece a localização das duas. A porta está completamente queimada e consigo ver as duas meninas deitadas no chão.

__ Annelise, Annabeth.__ grito me sentindo sufocada e elas me olham. Seus olhos completamente desesperados me deixam incomodada.

Entro no local desviando dos estilhaços e madeiras em chama mas ainda sim me queimo um pouco na mão. Levanto elas que se agarram em minhas pernas, mas Annelise desmaia e começo a tossir. Tiro minha jaqueta e coloco sobre as duas e depois pego elas meio sem jeito e corro na direção da saída.

Mas para meu completo desespero a entrada estava coberta de fogo. Tudo parecia sem saída e meu desespero para tirar elas daqui estava aumentando.

__ O ginásio,__ Annabeth diz respirando com dificuldade.__ tem uma saída pelo ginásio, ele dá direto no campo.

Assinto e corro com dificuldade até o ginásio que não estava pior do que o colégio. Mas não daria para ir com as meninas no colo.

__ Annabeth eu preciso que vá andando ao meu lado, não vou conseguir ir com as duas e sua irmã está desacordada.

__  Tudo bem,__ diz e a coloco no chão.__ mas Charlotte, por favor não solta minha mão.__ pede e assinto ao ver tanto medo em seus olhos.

Segurando a mão dela corremos até a saímos do lugar e de repente ouço uma explosão e sinto algo bater em minhas costas e fico com falta de ar por alguns segundos. Annabeth chora e me abraça quando sento no chão longe o suficiente do colégio.

__ Annelise acorde.__ a deito em meu colo e seguro seu rosto e faço pressão em seu pulmão para ela voltar a respirar direito.__ Vamos lá Lise.

Ela tosse e abre os olhos confusa. Annabeth abraça irmã e as pego no colo para levar elas até a ambulância. Bombeiros e policiais correm até nós e as coloco na maca sentindo uma tontura e falta de ar.

__ Não deveria ter ninguém dentro do colégio, como sabia?__ um bombeiro pergunta.

__ Só tô fazendo meu trabalho de babá.__ respondo sentindo todo meu corpo exausto.

__ Você está bem?

__ Maravilhosa como sempre.__ respondo e ele sorri.

__ Charlotte fique com a gente.__ Annelise pede segurando em minha mão e tento não gemer de dor por causa da queimadura.

__ Tudo bem.__ falo e caminho ao lado da maca.

__ Miller. __ ouço o grito de Lorenzo e me viro o vendo derrubar um policial e correr até às filhas.__ Como vocês estão meus anjos? Que medo fiquei de perder vocês.

__ Bem papai graças a Charlotte.__ diz e sorrio fracamente tentando respirar normalmente.

Lorenzo me olha e agradeçe sorrindo mas quando olha para minha mão ele se levanta e vem até mim segurando a mesma. Meu braço ardia um pouco por causa do calor que queimou minha pele.

__ Você está bem Charlotte?__ analisa a queimadura com cuidado.

Sua preocupação me comove. Uma sensação boa mas estranha o suficiente para me fazer temer.

__ Estou ótima.__ falo sentindo meu coração traidor acelerar quando sua mão acaricia meu rosto e tudo parece sumir quando ele olha em meus olhos.__ Já estive pior Loiro.__ falo me lembrando do inferno que passei no orfanato.

Aquele profundo azul brilhante de seus olhos e aqueles lábios carnudos e rosados me fazem esquecer por um momento tudo de ruim que passei.

__ Cuida das meninas Smith, eu preciso ir.

Me afasto para longe dele e respiro fundo. Esse loiro mexe comigo de um modo inexplicável desde o primeiro momento que o vi. O modo como ele falou e como ficou surpreso por eu ser uma mulher, e depois como não me julgou por eu fazer o que faço.

Bom ele faz as mesmas coisas mas ainda sim somos incompatíveis, ele tem uma família para amar e proteger. E quanto a mim? O que eu tenho? Nada, eu não tenho nada.

Eu não sei como é isso de me apaixonar e me envolver amorosamente com uma pessoa, não sei como é ter amor incondicional. A única coisa que tenho é meu emprego e no momento está sendo suficiente para mim. E não posso dizer que estou apaixonada se só trabalho com ele há uma semana.

Quem precisa de amor quando se tem armas?