CAPÍTULO 6

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Entro na casa com a chave reserva que fiz- para caso de emergência- e tudo esta em completo silêncio. Olho no relógio e pelo horário às garotas deveriam estar prontas para ir ao colégio.

Subo as escadas sem fazer barulho e quando abro a porta do quarto de uma delas vejo Annelise sentada em sua cama esfregando os olhos.

__ O que está olhando babá?__ pergunta e me olha.

__ Esteja lá em baixo em 15 minutos sem gracinhas antes  da aula.__ falo e ela assente.__ Avise a sua irmã.

Saio de lá e vou ao quarto que parece ser o da bebê e como sempre eu estava certa. Adentrei o lugar e olhei para o rostinho dela. Ela dormia serena e sua respiração estava suave.

Como alguém abandona um criatura tão indefesa e tão linda?

__ Ela é linda não é?

Me viro assustada e vejo o loiro olhando com um sorriso carinhoso para a filha.

__ Não gosto de crianças mas essa até que é bonitinha.__ respondo e ele dá uma risada baixa que percorre todo meu corpo. Ele está de jaqueta de couro, uma camiseta branca por dentro e uma calça jeans preta sem contar um cheiro maravilhoso.

__ A mãe dela só queria dinheiro. Estávamos ficando havia alguns meses e ela descobriu a gravidez mas queria abortar. Eu resisti e ofereci uma grana preta.

__ Torça ela para não esbarrar comigo,__ falo__ eu não costumo ter piedade.

__ Não vale a pena.

__ Vale, com certeza vale a pena.

__ Eu não deixaria que fizesse isso.__ diz me encarando.

Loiro burro.

Reviro os olhos e saio do quarto e quando chego na cozinha vejo as gêmeas tomando café.

__ Por que não se junta a nós babá?__ Annabeth pergunta e sorrio.

Bobinhas.

__ Odeio café.__ falo e elas bufam.__Mas obrigada eu já comi.

__ Você é quem sabe se mudar de ideia sua xícara está ali.__ Annelise indica a cafeteira mas apenas nego e pego uma xícara e coloco água..

Lorenzo entra na cozinha e pega a xícara na cafeteira e me seguro para não rir da cara de desespero delas.

__ Papai isso é da...

Tarde demais.

__ Merda isso está com gosto de sabão.__ ele diz depois de beber um gole e cuspir tudo no chão. Continuo encostada no balcão e não consigo segurar a risada.__ Meninas!

__ Estamos atrasadas.__ dizem em uníssono e saem correndo para a sala.

__ Meninas esperem.__ as chamo e entrego um controle do tamanho de meio dedo para cada uma.__ Se algo acontecer apertem esse botão e chego lá bem rápido.

__ Para que?__ Annelise pergunta.

__ Eu tenho a missão de proteger vocês, então já sabem.

Elas assentem e saem correndo. Eu já revistei o carro e os seguranças e tudo estava normal.

__ Eu estou indo para o escritório.__ o loiro diz tomando um copo de suco.__ Como você sabia da pegadinha e não bebeu o café? Todas caem no falso trato de paz.

__ Eu aprontei muito quando era criança.__ me lembro da época do orfanato em que eu enlouquecia todos lá dentro.

__ Seus país deveria querer te matar a todo momento.__ diz e sinto uma pontada no peito.

__ Bom se queriam eu nunca soube, nunca os conheci.__ respondo friamente e saio da cozinha.

__ Eu sinto muito.__ ele diz e pego minha jaqueta e jogo o mesmo controle para ele.

__ Me avise se precisar.

Saio de lá e vou para minha casa. Abro o computador e ativo as câmeras tentando em vão esquecer o que ele falou.

Será que eu fui indesejada desde o começo ou só depois que nasci? Até hoje me pergunto no que deu neles para me abandonarem. Será que ainda estão vivos?

Quem se importa eles me abandonaram então que sofram no inferno se estiverem mortos.

Volto minha atenção para a tela do computador atenta a cada passo que dão dentro da casa.

E sou surpreendida ao encontrar um pouco de ação.

E lá vamos nós!

CharlotteWhere stories live. Discover now