Código 121 ∆ taekook (Concluída)

17- Instinto

— Eu não sei também – Taehyung se deixou escorregar no assento acolchoado. —, Jungkook é uma incógnita. Ele me deixa perdido, acho que é por isso que o quero por perto.

— Acho que agora entendo – murmurou o ruivo, sorrindo em agradecimento a atendente que lhe servira o um cappuccino.

Taehyung ergueu o olhar, confuso com a observação do melhor amigo.

— Você não consegue ler ele, digo, como faz com as outras pessoas, você acha que lê mas na verdade se surpreende com algo totalmente diferente – constatou e Taehyung se manteve calado. Hoseok o conhecia realmente bem. — e por não saber oque ele fará logo depois está curioso. O mistério sempre te atraiu Taehy e agora temos o próprio em forma humana, é compreensível que você não consiga se afastar.

— As vezes você me assusta – murmurou Taehyung encarando sua própria cabeça de chá, se perguntando porque havia pedido aquilo.

Hoseok sorriu indiferente.

— Eu apenas te conheço bem, não há nada de errado em ser mais acessível com outras pessoas. Ter apenas a mim deve ser deprimente. 

Taehyung não disse nada. Ele sabia que a única pessoa em quem podia conversar sobre coisas assim era Hoseok, e desejava encontrar mais pessoas como ele, porém não conseguia. Todos sempre lhe pareciam tão falsos, e talvez isso se devesse ao fato de ele ser capaz de ler seus comportamentos.

Seu dom às vezes era um peso.

— Será que podemos falar em outra coisa?

— Aish... tudo bem – reclamou Hoseok, o mesmo também não estava no clima para mais sermões. Ainda mais quando ele mesmo também deveria receber alguns. — Agora me diga, quando estará livre? Soube que abrirá uma balada nova em Gangnam.

Taehyung poderia estar disponível sempre que quisesse. Ele gostava de dizer que era ocupado, mas era o próprio que se colocava em situações trabalhosas, se quisesse, poderia continuar uma investigação no dia seguinte ou apenas transferi-la para outro detetive ou oficial.

No fundo Taehyung sabia porque trabalhava tanto. Era mais que amor ao seu emprego, era medo de conviver com outras pessoas e um dia encontrar alguém importante e vivenciar o medo de perdê-la para seus inimigos.

Porque, fora os presos, Taehyung tinha outros milhares.

— Amanhã – murmurou pensativo. Ele precisava esfriar a cabeça, sair e beber. — me envie uma mensagem com endereço e hora, podemos nos encontrar lá.

Hoseok concordou animado, havia anos desde a última vez que se lembrava de se divertir com Taehyung. Eles precisavam disso, descanso para a mente.

•

— Senhor... — Jimin entrara na sala de Yoongi que encarava a janela embaçada pela chuva fraca do lado de fora. — posso entrar?

Não houve resposta e ansiando por uma oportunidade de conversar com Yoongi, o Park adentrou no cômodo, cabisbaixo.

A passos lentos se aproximou do delegado, que ainda imóvel encarava a janela sem expressão alguma, perdido em pensamentos.

Antes que Jimin pudesse falar, a voz grave porém suave de Yoongi tomou o cômodo vazio, o sussurro fraco do Min fazendo os pelos de seu pescoço levantar.