Prólogo

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Sr. Herrera,

Venho através desde e-mail para pedir a sua ajuda profissional. O senhor sabe o que é perder alguém que se ama muito, então sei que poderá me ajudar.

Minha filha Anahí tem 24 anos, acabou de se formar em Letras e há 01 mês se mudou ai para a capital para trabalhar na editora Blackstone S.A.

Aos 14 anos ela presenciou a morte do meu primeiro marido (pai dela). Ele era policial e Any foi à única testemunha e peça chave para prender os assassinos, ela só sobreviveu porque o pai a escondeu dentro do carro e os assassinos não a viram.

Eu vivi os últimos 10 anos a protegendo, com medo que os assassinos fugissem ou alguém se vingasse por eles... Ontem à noite meu medo se tornou realidade.

Minha filha não sabe, mas um dos assassinos, filho de um homem rico, foi posto em liberdade, mas ele jurou se vingar da minha menina quando saísse da cadeia.

Por favor, aceite cuidar da segurança dela agora que estou longe, eu sei que você entende o meu medo e é o melhor para proteger a minha filha.

Desde já obrigada.

Marichello Von Uckermann.

PS: O anexo é uma foto recente da minha filha.

Suspirei ao terminar de ler o e-mail. Realmente eu entendia o medo daquela mulher, ela havia perdido o marido de forma brusca e quase perdera a filha junto.

E eu sabia o que era perder alguém que se amava, eu não havia me tornado dono de uma empresa de segurança à toa.

A tal Anahí e eu tínhamos uma coisa em comum e a mãe dela sabia. Nós dois havíamos presenciado a morte dos nossos pais, vimos eles serem assassinados na nossa frente sem que pudéssemos fazer algo.

Aconteceu comigo quando eu tinha 18 anos. Minha mãe e eu fomos ao supermercado e na saída um trombadinha nos assaltou. Minha mãe já havia lhe entregado tudo, mas o assaltante ouviu um barulho e no susto a arma disparou.

Minha mãe foi atingida no peito e o cara fugiu sem levar nada. Ela caiu nos meus braços e morreu no meu colo, sem eu poder fazer nada, na verdade não deu tempo de fazer nada.

Precisei de terapia e até hoje sonho com aquela noite. Foi por não ter conseguido salvá-la que montei minha empresa de segurança, a mais famosa do país. Quero fazer pelos outros o que não pude fazer pela minha mãe.

A maioria dos meus clientes são políticos, atletas famosos e algumas celebridades, mas coincidência ou não, nunca trabalhei para alguém que foi testemunha de um assassinato, provavelmente porque a policia tem seus programas de proteção para testemunha.

Mas Marichello havia pedido ajuda pra mim, provavelmente pela situação que eu e a filha dela havíamos presenciado e vivido.

Foi essa coincidência que me fez ler aquele e-mail até o final e pensar em aceitar o pedido. Mas quando abri aquela foto do anexo e vi aqueles olhos azuis, aquele sorriso, aquele rosto tão lindo tudo mudou. Eu fiquei obcecado por aquela garota, alguma coisa nela me hipnotizou e eu só conseguia pensar em uma forma de conhecê-la pessoalmente.

Irresistível - O Caso Portillo ✔Where stories live. Discover now