Capítulo 11 - Joana

Start from the beginning
                                    

- Oi? - ela me olhou com cara de nojo e não respondeu.

- Se a senhora estiver falando comigo, saiba que eu tenho tanto direito de estar aqui quanto a senhora. - digo no meu tom mais educado.

- Ah mas não tem mesmo querida! Se ponha no seu lugar, que com certeza não é esse!

- Olha não vou discutir com a senhora, não vale a pena, e além do mais minha mãe me ensinou a respeitar os mais velhos - dou uma risadinha. A mulher devia ter no máximo uns 35 anos, ela só faltou por fogo pelas ventas

- Ora sua favelada insolente - Sorri mais ainda mostrando todos os dentes e dei as costas. É assim que se trata gente ignorante.

Ela mudou para o caixa livre e acabamos de passar as compras juntas, não sei, mas as vezes parecia que ela estava me observando meus movimentos, me esperando... como se quisesse a garantia do exato momento em que eu iria sair dali, enrolei o máximo possível, quando eu decidi sair e atravessar aaquela briguinhaporta que apita ela estava do meu lado copiando meus movimentos, Foi tudo muito rápido, a porta apitou indicando furto e os 5 seguranças frontais caíram violentamente pra cima de mim, me prenderam pelos braços e se comunicaram com alguém dizendo:

- Pegamos uma mediante tentando praticar um furto senhor! - estava em choque sem reação - Sim senhor, estamos esperando! - depois ele me olhou e disse:

- Bem que quando eu te vi entrando aqui eu desconfiei, esse lugar não é pra você, veio até aqui pra aprontar, não é? Vamos ter que dar um jeito em você. - Meu estado de choque migrou pra desespero, comecei a chorar não acreditando naquela situação, quando o chefe da segurança chegou foi logo me perguntando grosseiramente:

- O que é que você roubou? - me senti completamente humilhada deslocada, como jamais estive na vida. - Anda Fala! Sua ladra sem vergonha! - apertou meu queixo a ponto de machucar.

- Eu não roubei nada, eu juro! - disse chorando alto e soluçando. - Aii você tá me machucado...

- Sério que você quer que eu acredite nisso?! Jorge abra a bolsa e as sacolas dela, jogue tudo no chão, vamos ver se você não pegou nada mesmo!

- Meu Deus, Eu quero morrer! Isso só pode ser um pesadelo!.

- Isso é bem real e você não vai morrer, você vai pra cadeia, lá é o lugar de gente como você. - disse com um sorriso diabólico.

- Porque o senhor está fazendo isso comigo? Não viu que uma outra senhora atravessou essa porta junto comigo? Porque você não a revista também? - os granfinos que passavam observavam a cena e saíam sorrindo, sim eu estava me sentindo um lixo humano.

- Simples querida! Olhe pra ela e olhe pra você, não temos dúvida de quem é a verdadeira criminosa por aqui.- Não estava acreditando no que ouvi

- É porque eu sou negra é? - ficaram em silêncio - Respondam! - gritei - Não estou acreditando nisso em pleno século XXI. Meu Deus! Infelizmente estou acostumada com o racismo velado, mas assim e a primeira vez

- Cala a sua boca mocinha, você deu jeito de esconder seus furtos no meio dessas sacolas, mas achamos um cartão de crédito na sua bolsa que está no nome de uma de nossas clientes a Dra. Mônica Simonini, será que você o roubou também? Hein? - disse me segurando pelo braço a ponto de machucar. - Jorge a leve pro quartinho até a polícia chegar - Comecei a me debater e gritar pedindo por socorro enquanto era arrastada, ao passamos pelas laterais eis que uma boa alma vem ao meu socorro.

- O que está acontecendo aqui, porque estão arrastando essa moça? - um homem lindo de terno bem cortado pergunta.

- Ela é uma ladra senhor, um perigo pra sociedade, vamos coloca-lá na sala de segurança até a polícia chegar.

Sem FronteirasWhere stories live. Discover now