Capítulo 5 - Leonel

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Saimos sob os olhares curiosos dos outros funcionários, a conduzi silenciosamente pelo estacionamento em direção ao meu Porsche preto, pela sua reação acho que ela nunca tinha visto um carro daquele porte de perto e isso me fez orgulhar ainda mais de possuir a patente exclusiva para comercializar esse modelo aqui no Brasil, mas enfim, abri a porta pra que ela entrasse e ela afundou no banco com aquela carinha linda de menina travessa e perdida que acabara de ganhar uma boneca nova, fiquei totalmente encantado por ela. No restaurante ela ficou apavorada, acho que assim como o carro, nunca teve contato ou frequentou um estabelecimento neste estilo.

- Leonel... Quer dizer... Sr... Eu...eu nunca almocei ou jantei em um restaurante assim... Aqui é um lugar chique... Não sei essas coisas de etiqueta não - murmurou envergonhada e vermelinha como um pimentão... Linda! Meu Deus só não me deixe esquecer que ela é uma favelada... E que mora naquele antro maldito.

- Me chame de Leonel aqui Tina, estamos fora da empresa, portanto sem formalidades! Quanto ao restaurante não se preucupe, vou lhe ensinar o básico mas coma como se sentir a vontade ... Isso é uma ordem! - digo em um tom firme e solícito.

- Sim... Tudo bem, Le...Leonel! - disse ainda sem graça e de cabeça baixa.

O almoço seguiu agradável, Tina quis comer bife com batata frita e eu obriguei ao chefe a preparar, ensinei que os talheres deveriam ser usados de fora para dentro, assim como localização correta dos guardanapos, a serventia de cada taça de acordo com tamanho e espessura e a nunca colocação dos cotovelos em cima da mesa, ela aprendeu bem rápido e percebi que também enquando comia esbanjava graciosidade, conversamos também sobre suas novas funções detalhadamente e ela me pareceu disposta a dar o seu nelhor como já tinha me dito. Tina só me surpreendeu ao me fazer um convite..

- Sabe Leonel, já que você está nos ajudando lá na ONG... É um dos nossos benfeitores... Eu pensei...pensei... E bom queria te convidar pra festa de comemoração dos 5 anos da EducAfro, quero que você.conheça melhor nosso trabalho, nossa comunidade e o porque dela existir. - É isso mesmo? Ela quer que eu vá naquele reduto? O lugar que mataram meu irmão Ben.

- Mas de jeito nenhum. Não vou naquele lugar - digo num rosnado irritado.

- Olha eu não sei o que aconteceu pra você ter toda essa raiva da gente... Eu só quero que veja que somos trabalhadores, batalhadores e que sua ajuda valerá mesmo a pena... Quero que veja que seu pai não estava equivocado quando te obrigou a nos patrocinar. - ela murmurou seria e olhando profundamente nos meus olhos, confesso que dei uma balançada mas continuei dizendo firme.

Esta decidido Tina, agradeço pelo convite mas não vou! - disse mais calmo porem num tom firme.

- Como a minha falecida mãe sempre dizia: "Gente ruim existe em todo lugar" Seja quem for que te tenha feito mal, pensa nisto, e tira essa armagura do coração, se depois se decidir ir me avise. - disse sorindo e eu, sem palavras, apenas acenei positivamente.

Ao voltarmos pra empresa nos despedimos com um solene tchau e cada um foi pra sua sala. Sempre fui um mulherengo filha da puta acostumado a sair com patricinhas loiras e siliconadas, daquelas que só falam em cabelos, roupas, spas e depilação e estou espantado por Ficar relembrando do nosso almoço, das suas palavras... Do seu rosto, corpo...E principalmente do momento em que o tive contra o meu na sua sala, ela estava tão sexy naquela roupa de ginastica que não deu pra controlar meu desejo, fiquei de pau duro e ela percebeu, vi como estremesseu quando o esfreguei discretamente em sua barriga e quase morri quando empinou aquele bumbum grande e lindo pra subir na mesa. É, eu não queria adimitir mais essa favelada me tira do eixo, é oficial eu a desejo.

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