A Irmã mais velha

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Claro que está! - o homem riu e sua gargalhada preencheu o local, assim como o coração de Hye Lin - Eu vou deixar vocês duas sozinhas agora. - se levantou e saiu do quarto.

A moça se sentou na poltrona que estava posicionada entre a cama e o berço branco. Ela olhou os ítens de bebê e seu coração encheu um pouco mais. Felicidade ou tristeza?

- Eu esperei que viesse! - a mãe já possuía lágrimas nos olhos.

- Eu sei. Mas acho que você esperou pouco perto do que eu esperei, não é? Sabe o quanto fiquei preocupada? Cheguei a pensar o pior!

- Eu sei, filha! Eu entendi que não mereço o seu perdão. O que eu fiz foi horrível, mas entenda, eu não podia te levar naquele momento. Eu tive vergonha, também.

- Sabe por quê eu vim aqui? - ela abriu um meio sorriso - A senhora que limpa o apartamento estava me contando sobre sua filha e sua neta hoje cedo e depois levamos a filha de Wonwoo no parque. Eu me senti um pouco mãe, acho que esse sentimento despertou dentro de mim. Me fez pensar que talvez eu tivesse sendo egoísta em não te ouvir. Me fez pensar também que um dia eu terei meus próprios filhos e eles não teriam a oportunidade de conhecer a avó e de vivenciar coisas com ela, assim como a neta da Sra Chin. Você não me veria grávida, não iria me visitar no hospital e nem olharia meus filhos quando eu precisasse sair com urgência. Eu descobri hoje que mães erram também, porquê mesmo sendo mães, são humanas.

- Hye Lin... - ela apertou a mão da filha.

- Eu te perdoo, mãe. Também não quero que ela cresça sem uma irmã.

A jovem se levantou e se sentou ao lado da mãe, que levantou com dificuldade para abraçá-la.
Hye Lin não aguentou segurar as lágrimas no meio do abraço. Tinha saudade, tinha carinho e, o mais importante, a leveza do perdão.

Ela descobriu que não era fácil perdoar, mas era necessário para que seu coração encontrasse a paz.
Nem sempre as pessoas merecem as coisas, mas se fizermos a nossa parte nos sentiremos bem.

- Senti sua falta! - a mais velha falou.

- Eu também senti a sua. - falou ainda chorosa.

- Agora estou em paz. - sorriu. - Quer ver as coisas da sua irmãzinha? Eu sei que ela vai chegar logo.

Sra Park se levantou com dificuldade e deu um passo em direção ao berço.
Hye Lin sorriu, observando a mãe, até que percebeu o chão molhado embaixo dos pés Dela.

- Mãe...

- Hye Lin... - ela tentou se virar.

- O que é...?

- É a bolsa! É a bolsa!

- Vai nascer? Agora?

- Vai! Chama o Myoung. Vamos para o hospital.

A jovem correu até a sala, onde o padrasto estava vendo TV.

- A bolsa... Minha mãe disse... acho que...

- A bolsa? - ele se pôs em pé num pulo. - Vai nascer?

- Vai!

A jovem assistiu, meio entorpecida, enquanto o homem ajudava sua mãe e pegava todas as coisas que ela apontava.
Minutos mais tarde eles já estavam no táxi rumo ao hospital.
Myoung não soltou a mão de Ha Ri no percurso e Hye Lin observou o quanto ele se preocupava e cuidava de sua mãe.

Foi uma confirmação. Ha Ri nunca tinha sido tratada bem pelo ex marido. Toda mulher merece um homem que a respeite e a ame do jeitinho que é e esse pensamento fez com que a jovem sorrisse. Estava mesmo em paz.
Não importava mais o passado, agora sua mãe estava vivendo bem e feliz, sendo cuidada por um homem que a amava de verdade e isso era o que realmente importava.

Trauma (Jeon Wonwoo)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum