Seguir em frente

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Alguns dias depois...

Depois de empurrar um ovo e uma fatia de pão, Hye Lin se jogou na cama de solteiro em seu quarto na casa da avó..
Ainda estava digerindo os últimos acontecimentos de sua vida.

Se declarar para Wonwoo: confere.
Sair correndo depois dele a ter rejeitado: confere.
Ficar com ele quando ele veio atrás: confere.
Ser apresentada para Yu Jun Su: cofere.
Ser abraçada por Yu Jun Su enquanto Wonwoo observava: confere.

Não, não estava nos planos se apaixonar por ele, mas aconteceu porquê Wonwoo foi o cara mais atencioso e cuidadoso que ela já tinha conhecido.
Ele a inspirava sim, sabia tirar o melhor de dentro dela, coisa que nem mesmo ela sabia que tinha guardado.

Estava cumprindo com sua promessa, e tinha se consultado com um psicólogo e com uma nutricionista, mas estava sendo uma luta constante para se controlar.

Naquele dia ela estava especialmente ansiosa. Três dias sem falar com ele, e ficou sabendo pelos vizinhos que ele voltaria para Seul depois do almoço.
Estava se controlando ao máximo para não enviar uma mensagem de texto.

Sentia uma falta tremenda de falar com ele, e agora sentia falta também de seu beijo.
Quando fechava os olhos ainda podia senti-lo a tocando.

- Filha - sua avó chamou da cozinha.

Ela se levantou com um suspiro e caminhou até ela.

- Sim, Halmeoni.

- Leve essa cesta até a casa da família Kim. A mãe daquela família está doente, e tem dois filhos em idade escolar.

- Sim, halmeoni.

Ela pegou a cesta sorrindo mais que o normal, pois a casa daquela família ficava de frete para a casa da família Jeon.

Estava muito frio naquela manhã, e ela colocou um capuz de lã grossa e cachecol para se proteger do vento gelado.
Caminhou alegre e bateu à porta quando chegou.

Um garoto de aproximadamente doze anos atendeu sorridente.

- É comida para você e seu irmão. - ela disse estendendo a cesta - a família Park estima a melhora da sua mãe.

- Komawo, noona! - ele pegou a cesta se cuvando.

Hye Lin ficou feliz ao ver a alegria do garoto, e se curvou também em despedida.
Se virou e andou lentamente, encarando o sobrado dos pais de Wonwoo.

Seu coração parou ao vê-lo no jardim.
Ele segurava Sooke no colo, e a rodava enquanto Hani fingia tentar pegá-la.
Eles pareciam uma família feliz.

Naquele momento Hye Lin percebeu que talvez ele não voltasse para ela. Talvez ele continuasse sua vida se alimentando de pequenos momentos ao lado de Hani.
Talvez a declaração que ela fez não valesse nada. Talvez aquele beijo intenso foi apenas fruto de carência masculina.
Talvez Wonwoo nunca fosse capaz de sentir algo por ela.

Hye Lin correu o mais rápido que pôde.
Quando chegou em casa, percebeu que sua avó estava na sala de costura, e se aproveitou para abrir a geladeira.
Tudo que ela não tinha comido nos últimos dias e sentia vontade ela pegou.

Se sentou na frente do eletrodoméstico e começou a comer desesperada, como se sua vida dependesse daquilo. Como se aquela comida fosse acabar com todas suas frustações.
Conforme comia, as lágrimas escorreram pelo seu rosto.

Uma voz, aquela de sempre, a acusou por estar pondo a dieta à baixo, e ela chorou mais ainda.
Hye Lin guardou os restos dentro da geladeira e cambaleou chorando até o banheiro.
Fechou a porta, ajoelhou-se na frente do vaso sanitário e fez o que a voz lhe pedia.
Pôs tudo para fora.

Trauma (Jeon Wonwoo)Where stories live. Discover now