Chuva que lava a alma

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Tempo, nome que damos à medida que designa a duração de algo.
Ele passa, seja rápido ou de vagar. Deixa marcas, cicatrizes, mas também cura as mais profundas feridas.
Não costumamos acreditar no poder do tempo, e não era diferente para Wonwoo.

Um ano havia se passado desde que cedera a mulher que amava para seu amigo, companheiro de uma vida e de carreira.

Ele dizia a si mesmo todos os dias que estava bem, tanto que chegou a acreditar em sua própria mentira, mas no fundo havia pedido o sentido do tempo.

Havia apenas duas coisas que ainda lhe faziam sorrir com sinceridade.
A primeira era Sooke. Sim, Ahn Sooke, a filha que o destino havia lhe dado, a qual ele aprendeu a amar mais que a sí mesmo.
Em segundo lugar estava a sua música.
Quando Wonwoo subia no palco podia esquecer de tudo, inclusive a solidão que sentia.

Ele havia se acostumado a ver Hani e Dokyeom juntos, e torcia com sinceridade para que fossem felizes, poia seu amor por ambos era puro, mas não podia evitar aquela pontada de dor.
Era como agulhadas que perfuravam seu coração inconsientemente e sem parar.

Nesse último ano ele viveu intensivamente os extremos entre o amor profundo por sua filha, e a tristeza em perder o primeiro amor de sua vida.
Ele descobriu então que o pior tipo de solidão é aquela que se sente mesmo cercado de pessoas.

Era uma quinta-feira do mês de dezembro e já podia-se sentir o frio doer em Seul.
Wonwoo estava animado aquele dia, pois iria buscar Sooke na creche e iria levá-la para jantar.

Para ele era engraçado como uma criatura tão pequena havia se tornado sua melhor companhia.
Sonhava em comprar uma bela casa de campo e montar um quarto digno de princesa para ela. Um lugar onde eles pudessem brincar com segurança e fosse um refúgio.
Seus planos empacavam, pois se sentia insegro de falar sobre isso com os verdadeiros pais da menina.

Wonwoo chegou na creche ansioso, com seu sorriso retangular estampado na cara.
Assim que colocou a cabeça para dentro da sala, a pequena o avitou e tentou correr com suas pernas curtinhas.

- Papá Nunu!

Ela disse enquanto ele se abaixava para recebe-la com os braços abertos.

- Minha princesa! - a apertou e a encheu de beijinhos - como passou o dia hoje?

Sem que percebesse uma das professoras se aproximou dele com o casaco de Sooke nas mãos.

- Annyeonghaseyo, Sr. Jeon - ela se curvou - vai levar Sooke hoje?

- Ah! Srta. Na - ele abaixou a cabeça antes de levantar com a menina no colo - Hoje eu vou levá-la sim.

A jovem professora então começou a vestir a pequena com o casaco.

- Ah sim. Ela não comeu bem hoje. Peço que observe seu apetite em casa.

- Ok. Irei observar.

Uma assistente bonita e tímida veio entregar a bolsa da bebê, que ele pegou 3 colocou no ombro.

- Vamos, pricesinha?

- Papá! - ela abraçou o pescoço dele.

Por sorte a creche ficava dentro do prédio da Pledis, e muitos funcionários deixavam seus filhos lá durante o expediente.

Cada dia que passava Sooke ficava mais esperta.
Parecia um papagaio, pois repetia as palavras que ouvia, fazendo com que todos ficassem em alerta perto dela.

Seu cabelo preto e lisinho estava no ombro, e uma franginha cobria sua testa branca, coisa que Wonwoo achava fofa.

Ao sair com ela da instalação da escolinha, encontrou Hani e Dokyeom.
Ele abraçava a noiva pela cintura com uma mão enquanto com a outra acariciava o cabelo dela rindo.
Conversavam sobre alguma coisa engraçada, e nem perceberam quando ele se aproximou.

Trauma (Jeon Wonwoo)Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα