Encontros e Renovos

770 70 20
                                    

Foi estranho ficar sozinha no apartamento.
Depois de lavar a louça não tinha o que ser feito, já  que tudo era externamente limpo e arrumado.

Hye Lin ligou o notebook, e aproveitou para visitar suas redes sociais.
Algumas pessoas que a acompanhavam deixaram mensagens e comentários perguntando de seu sumiço.
Foi o bsstante para que ela se sentisse querida e relembrasse os bons momentos que havia tido em sua carreira como modelo.

Se havia um coisa que tinha apreendido  em sua reabilitação é que tudo na vida tem seu lado bom, basta nos permitir enxergar.
Muitas das vezes os sentimentos como raiva, frustração e medo nos impede de ver com clareza, e tudo se torna ruim. Mas se dermos uma chance, poderemos nos surpreender.

Ela postou uma foto sua sorrindo, com uma legenda dizendo estar bem e de férias. Uma das poucas fotos que tinha tirado na clínica.
Na imagem Hye Lin pousava despreocupada sentada num dos bancos da área externa.
Ela usava um gorro mostarda, e o casaco grosso impedia que fosse visto seu peso extra.
O vento fez com que mechas de seu cabelo ficasse em seu rosto, e ela tinha levado uma das mãos ao lado da orelha no momento do click, como se tentasse segurar a rebeldia do cabelo.

Ximen havia tirado a foto. Ele era um fotógrafo e tanto, e pequenos detalhes lhe chamava atenção.
Lembrar dele foi saudoso e confuso. Hye Lin nunca tinha imaginado que ele poderia gostar dela.
E aquela foi a primeira vez que um homem tinha se declarado para ela, e não podia negar que as palavras dele tinham atingido seu coração.

A verdade era que ela ainda se sentia insegura com ralação à Wonwoo.
Muitas vezes chegava a pensar que ele só tinha ido atrás dela por pena quando soube da sua situação de saúde.

Por mais que ficasse comovida com a declaração de Ximen, seus sentimentos por Wonwoo eram diferentes, e lutaria por isso. Lutaria para que ele a amasse também.

Perto do meio dia Hye Lin resolveu sair. Tinha ficado tanto tempo reclusa que a ideia de passar o dia todo dentro do apartamento lhe tava desespero.
Por sorte Wonwoo havia deixado um cartão para que ela usasse.

Ao sair na rua reconheceu o lugar. Era apenas algumas quadras de distância da casa de Hani.
Pediu um taxi, que a levou até um shopping próximo.

Mesmo que estivesse presa, na clínica tinha pessoas ao seu redor o tempo todo, e assim que ela se viu em meio à multidão se sentiu isolada, como um peixe fora d'água.
Sentiu vontade de voltar para casa, mas se lembrou das palavras de sua terapeuta: não fuja do seu medo. O enfrente, pois nada pode ser maior do que sua força de vontade.

Escolheu um fast-food para comer. Era algo que ela não comia à anos, e talvez aquele fosse um bom momento para se permitir.
Foi indescritível o prazer que sentiu quando sentiu o sabor do lanche.
Como pôde viver tanto tempo sem comer aquilo?

- Hye Lin? Park Hye Lin?

Ela escutou seu nome e se virou para encarar quem havia chamado.

- Sr. Kang? - fitou um dos secretários da agência para a qual trabalhou.

- Graças à Deus! - ele levantou as mãos para cima - eu ouvi dizer que você tinha voltado mas ninguém consegue te encontrar! Quando vai voltar para a empresa?

- Voltar? - ela riu sarcástica - eu não vou voltar.

- Como assim? Nosso casting está incompleto desde que saiu. Tem empregador que só quer fechar conosco para que você esteja na campanha, estamos perdendo dinheiro.

- Isso não é mais problema meu - ela se virou e colocou uma batata frita na boca.

- O que você quer para voltar? Aumentar o valor do seu cachê? Faremos isso!

Trauma (Jeon Wonwoo)Where stories live. Discover now