Capítulo 14 - Medo Oculto

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"Você está triste e cansado de viver a vida em um carrossel... Quando o silêncio não é tranquilo e parece que está ficando difícil de respirar, eu sei que você se sente como se estivesse morrendo... Tudo o que precisamos é esperança e para isso temos um ao outro. "

(Rise Up – Andra Day)

Assim que cheguei ao meu quarto recebi uma ligação de meus pais me perguntando como eu estava, porque desde a minha volta eu sequer dei notícias. Aproveitei a ligação e avisei sobre a minha ida à casa da mãe de Marcos. Papai ficou um pouco apreensivo e pediu para eu esperar ele conversar com tia Dóris para saber se Marcos era uma pessoa confiável. Não demorou muito para que ele retornasse a ligação. Sua voz ao mesmo tempo soava com preocupação e alegria por eu viajar com um estranho, e ter terminado meu namoro com Jason, respectivamente.

- Filha, espero que se divirta muito, mas com juízo. – fez uma pausa. – Não faça nada com que possa se arrepender depois.

- Tá bom, papai. – não pude evitar sorrir diante de sua preocupação. Ele ainda me via como sua princesinha.

- E mais uma coisa, meu anjo: Não nos envergonhe, por favor! – disse em tom zombeteiro. – Controle a boca tanto na hora da refeição como na hora raiva. – pude ouvi-lo sorrir do outro lado.

- Papai! – o acompanhei na risada, mas me detive quando Marcos apareceu à porta do meu quarto. – Eu já vou indo papà. Tenho que arrumar minhas coisas.

- Tudo bem filha. – suspirou com preocupação. – Se ele tentar alguma gracinha afunda o nariz dele como fez com aquele idiota do parque.

- Nem precisa pedir papai. – respondi olhando para Marcos que me esperava pacientemente no vão da porta com Catrina. – Não precisa se preocupar com ele. – sorri. – Marcos está cuidando muito bem de mim.

- Assim espero. – sua voz estava carregada de ciúmes. – E avise a ele que assim que chegarmos, eu quero conhecer o futuro marido da minha filha. – gargalhou. – Eu ri, mas estou falando sério mocinha.

- Espero que não.

- Não quero atrasar vocês. Boa viagem filha. Nos vemos em breve.

A ligação foi finalizada e Marcos entrou em meu quarto em seguida segurando uma pequena bandeja de café da manhã que eu sequer havia percebido que ele segurava.

- Então quer dizer que eu estou cuidando muito bem de você? – seus lábios se curvaram em um largo sorriso enquanto pousava a bandeja sobre minha cama.

- Eu disse a verdade – analisei seu sorriso e tentei desfazer o pequeno mal entendido. – Você está sendo um ótimo amigo relâmpago. – beberiquei um pouco do líquido escuro fumegante.

Seu rosto se contorceu em uma pequena careta, mas ele sorriu em seguida.

- Por enquanto, felina. – sorriu maliciosamente. – Estou te esperando lá embaixo. Assim que terminar de arrumar a mala me chama que eu a levo para você. Não quero saber de você carregar peso. – disse se retirando do quarto rapidamente.

Enquanto tomava meu café, eu tentava entender o que papai queria dizer com nos vemos em breve. Ele sempre dizia isso quando eu saía mais cedo do consultório para estudar para minhas provas. Poderia ser apenas um costume, mas algo me dizia que não.

Só de imaginar que Francesca poderia maltratá-los como fez comigo, me dava vontade de voltar no mesmo instante para Itália, arrastá-la até o Jardim da mansão e esfregar a cara dela nas coroas de cristo da tia Manú.

Abaixo o Amor!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora