Capítulo 2 - A Torre de Pisa

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Eu parei no vão da porta esperando pela boa vontade do bonitão sair do caminho para eu ir ao encontro Léo, porque a minha esquerda, havia uma bancada de aproximadamente um metro e meio e, na minha direita, um armário que ocupava quase toda a parede.

O homem loiro segurava um copo de uísque na mão direita enquanto me analisava com um sorriso de lado. Me senti um pouco incomodada e resolvi acabar com aquilo.

- Poderia me dar licença, por favor?

Ele assentiu se virando, mas pareceu pensar melhor e se voltou para mim com um sorriso presunçoso.

- Depende. – ele tomou um pouco de sua bebida.

Cerrei os punhos na mesma hora. A minha vontade era de tirá-lo do meu caminho a força, mas logo a voz de mamãe ecoou em minha mente: "Meninas, quero que se lembrem disso pelo o resto da vida, principalmente você, Alana. Uma verdadeira dama pode estar quase explodindo de raiva, mas nunca perde a compostura.".

Respirei fundo tentando manter a calma.

- Depende de quê? – olhei para ele impaciente.

- Do que vou ganhar com isso.

Pela voz e o seu jeito abusado de falar comigo, concluí que ele era Marcos, o amigo de Léo.

A minha compostura foi para o espaço no mesmo instante. Com a cara fechada, dei dois passos para frente ficando a pouquíssimos centímetros dele, certa de que isso iria intimidá-lo.

- Você pode evitar ganhar um chute nos países baixos, babaca! – cruzei os braços encarando-o.

Me arrependi de ter feito isso quando ele se aproveitou da nossa proximidade para me agarrar e me colocando contra a bancada. Os dedos de sua mão esquerda acariciavam minha cintura com ternura como se ele estivesse esperado por isso há muito tempo. Seus olhos cor de esmeralda cintilaram quando encontraram os meus. Ele começou a se inclinar para o meu lado, mas para a minha surpresa, ele o fez para colocar o copo sobre a bancada.

Suspirei aliviada com seu gesto.

Com um sorriso terno, ele arredou meus cabelos para trás deixando meu pescoço à mostra. Prendi a respiração quando ele começou a se inclinar para depositar um beijo em meu pescoço. Fechei os olhos não para apreciar o que iria sentir quando seus lábios tocassem minha pele, mas tentando arrumar forças para sair dali.

- Oh meu Deus! – olhei por cima do ombro de Marcos e vi tia Dóris atravessando a cozinha tampando o rosto com as mãos. – Me desculpem, finjam que não estou aqui. Podem continuar crianças.

Com o susto que tia Dolores nos deu, Marcos recuou e eu aproveitei a oportunidade para pegar uma distância segura dele e atravessei a cozinha ficando próxima a mesa onde estava meu celular.

Meu rosto queimava de tanta vergonha. O que ela poderia pensar de mim agarrando um homem dentro da sua casa? Para não pensar nisso, comecei a redigir uma enorme mensagem para Julie para informá-la de que seu palpite estava certo e, para contar o que acabara de acontecer.

- Está tudo bem? – Leonardo apareceu do meu lado me assustando.

Meneei a cabeça em sinal positivo e continuei a escrever a mensagem.

- Tem certeza? – Léo colocou a mão sobre o meu celular me obrigando a olhá-lo.

- Absoluta. – forcei um sorriso para fingir que estava, mas ele me conhecia há bastante tempo para saber que não estava.

- O que a Jú queria?

- Saber quem e como é o seu amigo. – sorri. – Sabe como ela é curiosa.

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