Capítulo 10 - Sete chaves

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"Onde estão os planos que fizemos para nós dois? Sim, eu, eu sei que é difícil recordar as pessoas que éramos. É ainda mais difícil imaginar que você não está aqui ao meu lado. Você disse que é tarde demais para conseguir, mas será tarde demais para tentar?
... Ainda estou preso naquele tempo em que chamávamos isso de amor. Mas até mesmo o sol se põe no paraíso... Se o felizes para sempre existisse, eu ainda estaria segurando você assim. Todos esses contos de fadas são cheios de besteiras. Mais uma canção maldita de amor e estarei de saco cheio." (Payphone - Marron 5 ft. Wiz khalifa)

Eu já havia perdido as contas de em quantas lojas havíamos entrado, mas pela dor insuportável em meus pés, eu podia ter quase certeza de que aquela era a milésima loja em que entrávamos.

Meu estômago roncou estrondosamente enquanto eu passava por uma das atendentes fazendo com ela me fitasse com os olhos arregalados de surpresa. Forcei um sorriso para a atendente e tentei acompanhar Francesca que corria em direção as roupas que eram mais caras que o meu lindo e velho carro.

Francesca pegou algumas peças aleatoriamente e se dirigiu para o provador. Sem escolha a acompanhei mais uma vez e agradeci aos céus quando vi um estofado vermelho sangue em frente os provadores. Me sentei sobre o mesmo rapidamente e não pude evitar sorrir quando me livrei de minhas sapatilhas que me torturavam.

- Será que o motivo desse sorriso sou eu? – Enzo apareceu sorrindo timidamente.

- O que você acha? – balancei meus pés para aliviar a dor.

- Algo me diz que posso acreditar que sou eu. – seu sorriso aumentou.

- Convencido. – meneei a cabeça em reprovação.

- Posso? – ele apontou para o espaço ao meu lado.

- Claro. – dei de ombros tirando minha bolsa para que ele pudesse se sentar. – Ela não se cansa? – indiquei com a cabeça Francesca que entrava no provador com mais algumas peças.

- Acho que não. – ele sorriu. – E você, por que não escolhe algo? Francesca pode lhe ajudar.

- Não, obrigada. – forcei um sorriso. – Quando entrarmos em uma loja em que as roupas não forem mais caras que meu carro, talvez eu compre algo.

- Então é por isso? – ele gargalhou. – Não se preocupe, eu lhe dou sem cobrar algo em troca. – seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso. – Mas se quiser me dar, não irei recusar.

- Obrigada – sorri polidamente. –, mas não posso aceitar. Não quero dar mais motivos para Francesca me odiar.

- Ela não odeia você.

- Mas também não gosta de mim. – dei uma piscadela.

- Olhem este. – Francesca parou diante de nós trajando um vestido verde musgo com uma fenda na perna direita.

- É lindo! – disse analisando-a. – Mas se não me falhe a memória, você comprou um vestido igual a este na outra loja.

- Não é igual bobinha! – ela gargalhou. – Aquele outro é verde pântano e este é musgo...

Francesca continuou a falar, mas eu sequer prestei atenção. Eu apenas assentia fingindo concordar com o que ela falava e torcia para que ela não me fizesse perguntas.

- Entendeu? – ela sorriu.

- Perfeitamente. – sorri. – Como eu pude deixar de notar tantos detalhes?

- Com o tempo você aprende. – ela disse girando nos calcanhares. – Agora vou experimentar o próximo. Eu já volto.

- Você é uma ótima atriz, sabia? – Enzo disse com um pequeno sorriso.

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