Batalhão 16: A Lista de Fogo (Romance & Mistério) - Livro 2

Capítulo 07 - Intenções Reveladas

- Eu vou te perguntar apenas uma vez, Cabo Stewart Sully. Quem fez essas fotos? - Falei com uma fúria por dentro, uma mistura de fúria e medo.

- E isso importa, Sargento Braz? - Ele respondia com aquele sorriso insano que eu queria muito quebrar de murro àquele momento.

- Eu vou te dizer o que você vai fazer agora; você vai apagar essas fotos na minha frente, ou vou agora conseguir sua demissão, e o motivo você sabe muito bem qual é. - Eu estava falando de sua quinta falta no serviço, a mesma que daria dispensa àquele homem se eu colaborasse para aquilo.

- Não, eu vou te dizer o que você vai fazer agora, ou você perde o seu emprego, a sua vida será arruinada e a do Daniel também. - Ele responde, me desafiando.

Avisto o Daniel passando pelo portão de entrada do quartel, logo bem atrás do Sully, fechei os olhos ao ver aquilo, o circo parece que estava se fechando em favor do Sully, meu coração acelera, minhas mãos começam a tremer, eu cerro os punhos, e a vontade que me vem em todo o corpo é de quebrar a cara do Sully alí dentro do Quartel mesmo, para que todos vissem. Mas eu não podia fazer aquilo, eu seria expulso com desonra e por justa causa do meu serviço, do serviço que eu dediquei a minha vida inteira nele. Eu precisava pensar em algo rápido.

- Boa tarde Sargento Braz, Cabo Sully. - Fala o Daniel, passando por nós dois, sem parar, mas aquilo ia acontecer a mando do Sully, eu sabia.

- Boa tarde Daniel, por favor, venha aqui. - Responde o Sully.

Continuei com os olhos fechados, a raiva reinava dentro de mim, tentava ao máximo me segurar para não acontecer uma tragédia alí dentro daquele batalhão. O Sully mostrou as fotos ao Daniel também, ele ficou em estado de choque praticamente, nos convenceu a ir para a minha sala, para termos uma conversa mais civilizada, segundo ele, com aquele sorriso que outrora eu já teria tirado daquela cara imunda, estampado em seu rosto. Pensamento nenhum vinha em minha cabeça, idéia alguma, se eu conseguisse sua demissão alí, naquele momento, ele entregaria aquelas imagens para os meus superiores, ou publicaria na internet mesmo assim, o Daniel e eu estaríamos ferrados e eu sabia que ele seria capaz de fazer aquilo. De um jeito ou de outro nós estávamos presos em sua chantagem, agora era ter que se sentar e ouvir.

- Por gentileza, Sargento. - Era o Sully falando, apontando para a porta do meu escritório, para eu abri-la.

Abri a porta com uma vontade grande de pegar o Sully numa chave de braço, arrasta-lo para dentro da minha sala e mata-lo sufocado lá dentro. Só pensamentos insanos de matar aquele cara alí mesmo vinham em minha mente. Eu não sabia o que fazer naquele momento a não ser entrar em minha sala com o Daniel e o Sully e ouvir o que aquele desgraçado teria para nos dizer.

- Então, sentem, senhores. - Ele falava, sentando na minha cadeira, praticamente mandando nós dois sentarmos nas duas cadeiras que ficavam à frente da minha mesa.

- Sully, você vai se dar mal. Cuidado com o que você está pensando em fazer. - Era o Daniel falando, muito tenso com a situação também, já sentado.

- Anda Sully, fala logo, antes que eu faça uma besteira e te mate aqui dentro mesmo. - Eu falava com os dentes cerrados, a raiva já estava quase incontrolável.

- Calma, Sargento, você não vai fazer isso, certo? Eu quero propor algo para vocês dois, e em troca, ninguém verá essas fotos e nem saberão de nada. - Sully responde, mostrando novamente as imagens em seu smartphone.

- Sully, se você souber a fúria que estou sentindo agora por dentro, talvez você teria medo do que possa lhe acontecer. - Eu falava, novamente com os olhos fixados naquele homem, de tanto ódio que eu sentia.