Chamado para a guerra - parte um

391 19 87
                                    

  N.I.A : CARALHO isso ficou enorme, 3417 palavras! Eu espero que vocês gostem porque deu um trabalho do cacete mas veio.

  E não acabou, vou postar as duas partes juntas com a pt 1 e pt 2, ok  ? Boa leitura <3

  Era uma péssima notícia.

Uma guerra, assim de uma hora para a outra. Um conflito de fronteiras brasileiras e paraguaias mesmo após a guerra do Paraguai ter dado fim à décadas. Mas mesmo assim, os soldados estavam sendo convocados até no Vale do Café. Brandão, Otávio e Randolfo estavam preocupados em como iam contar a suas esposas, no caso de Otávio, como ele iria contar a Luccino.

Brandão e Otávio decidiram contar juntos, num jantar na casa do Coronel, os amados dos militares não faziam ideia do porquê daquele jantar e ficaram embasbacados com a notícia.

— Guerra ? Com o Paraguai ? Mas eu achei que tudo estivesse resolvido, já fazem décadas desde a última guerra. — Mariana achou aquilo um absurdo.

— São as fronteiras, Mariana, estão em guerra, e o exército brasileiro está sendo convocado em massa. — Otávio replicou.

— Então vocês iram também ? — Luccino olhou para Otávio. — Você vai também ?

—...Vou sim, eu tenho que ir, Luccino. — Disse o Major antes de suspirar.

— Não. — Luccino disse sorrindo com desespero. — Não, não pode estar acontecendo.

— Luccino, ninguém quer lutar na guerra, mas é necessário. Nós precisamos ir defender a nossa pátria. — Brandão tentou acalmar o italiano.

— As favas com a pátria! — Luccino se levantou. — Eu não vou perder vocês dois, não vou! — Ele se levantou e saiu da casa do Coronel.

Otávio foi atrás dele, mas Luccino correu até sua casa, entrando nela com força, derrubando algumas coisas e se deitando na própria cama. O major o alcançou o mais rápido que pode, entrando no quarto e encontrando seu amado deitado, os olhos liberando lágrimas.

— Luccino, por favor, não chora...— Ele acariciou os cabelos do italiano.

— Eu vou perder você, como você quer que eu não chore ? — Luccino se sentou na cama.

— E quem disse que eu não vou voltar, Luccino ?  — Questionou ele, sorrindo.

— Eu não quero te perder. — Luccino abraçou Otávio.

— Você não vai perder, Luccino. Eu vou voltar pra você, eu prometo. — Otávio o olhou com ternura.

— Não me prometa se não for capaz de cumprir. — Disse o italiano, cabisbaixo.

— Nossa, Luccino. Eu fui treinado pra guerra, eu vou lutar e vou voltar vivo pra você! Você me acha incapaz de fazer isso ? — Otávio o mirou inseguro.

— Não, eu confio muito em você. — Luccino tocou a face do major. — Mas, eu sei que dificilmente as pessoas voltam da guerra como foram, eu tenho medo de você voltar e não ser o mesmo Otávio que foi.

— Tente não se preocupar, eu ficarei bem. — Otávio acariciou o rosto ainda molhado do mecânico. — E preciso que você também fique e espere por mim. Promete pra mim, que vai se cuidar e me esperar ?  — Ele mirou seu italiano com ternura.

— Prometo. — Luccino sussurrou, sorrindo.

  Os dias seguidos foram de treino intensivo entre os soldados, enquanto a notícia se espalhava pelo Vale. Ernesto exigiu que Ema levasse as crianças com ela para o exterior, não queria seus filhos num ambiente de guerra, também trouxe sua mãe, a irmã e o cunhado para ficar com ele na mansão da família. Luccino terminou todos os seus serviços o mais rápido que pôde, guardou o dinheiro que recebeu e trancou a oficina.  Brandão e Mariana quase tiveram uma briga quando ele quis que ela parasse com os passeios de moto a noite, Mariana apenas cedeu porque não queria deixar o marido preocupado. Luccino ficou na pensão com Otávio até o último dia antes da partida dos soldados para a área de batalha, ele tentava aproveitar o máximo o tempo com seu amado.

Contos LutávioWhere stories live. Discover now