Capítulo Vinte e Três

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Na manhã seguinte Drelk acordou bem cedo completamente disposto. Ao passar rapidamente pela cozinha onde seus tios estavam tomando o café da manhã, ignorando a enorme mesa farta e sem ao menos se sentar, apenas escolheu uma magra xícara de café puro e beliscou um pedaço de pão caseiro. Sua atitude chamou a atenção dos tios.

— Hei menino! Onde você pretende ir que a pressa não lhe permite ao menos tomar seu café direito? — perguntou Yousef, olhando-o com o cenho curvado sobre seus pequenos olhos azuis numa expressão fechada. — Sente-se um pouco Drelk, e aprecie o bolo de milho que sua tia preparou, está uma delicia! Não seja mal educado.

— Me desculpe, mas é que estou com um pouco de pressa. — devolveu Drelk sem dar muita importância à cara feia do tio, mas sentando-se para bebericar um café fumegante.

— Eu acho que já sei aonde este moleque vai. — comentou Margaret sorvendo seu chá quente enquanto encarava o sobrinho por cima da xícara.

— Já sei; tem haver com a filha do compadre Gustav? — perguntou Yousef fixando um olhar magro na direção da mulher.

— Homem..., por acaso você ainda tem alguma duvidas? Não viu como os dois ficaram conversando aos cochichos ontem? — Perguntou a mulher, agora completando sua xícara com café e um pouco de leite morno para abrandar a temperatura.

— Não sei do que vocês estão falando! — desconversou o sobrinho já sem jeito com os tios.

— E eu sou o papa tirando umas férias neste lugar. — ironizou Yousef extraindo um discreto sorriso de Drelk.
 
— Ok, está bom assim? Eu vou me encontrar com a Vayla... Combinamos de fazermos umas coisas hoje e, antes que os dois encham a cabeça de caraminholas; vou ajuda-la com um assunto. — esclareceu Drelk sentando-se de qualquer jeito sobre a cadeira para cortar uma fatia do bolo que seu tio lhe oferecera anteriormente.

— Cuidado filho! O pai dela é uma pessoa muito conservadora e não aprova esses namoricos de hoje em dia. —   o alertou Yousef Savioli.

— Não é nada disso tio, fiquem tranquilos, eu estou apenas querendo fazer novas amizades, e ela é apenas uma amiga! — Explicou o rapaz engolindo seco e quase se engasgando com uma fatia de bolo.

— Seeei...! — riu a senhora Savioli, olhando desconfiada para o seu velho.

— Pronto, tomei o meu café e já estou de saída. Acho melhor eu me apressar, antes que vocês me arrumem um padre para me fazer casar com a Vayla a força. — despediu Drelk sorridente, mas sem deixar de pensar que a ideia talvez não fosse tão ruim assim.

Vayla que ainda estava em seu quarto, olhava o relógio de minuto em minuto enquanto se arrumava para encontrar-se com Drelk. Na noite anterior após se deitar, ela torceu para que Drelk cumprisse com o prometido e fosse visitá-la logo cedo. Inquieta esperando a chegada de Drelk, estava aflita para lhe falar o que seu pai lhe havia revelado.

Sua agonia acabou quando ela finalmente ouviu seu pai falando com alguém. Era o Drelk que acabara de chegar cumprimentando-o num esplendoroso bom dia.

Para ter certeza de que realmente era quem esperava, Vayla espiou pela janela de seu quarto do segundo andar da casa. “Sem dúvida é ele”. — Pensou ela sorrindo aliviada.

Gustav se aproximava da varanda da casa, vestindo um gasto avental de couro cru e um enorme chapéu de palha, enquanto conduzia o jovem Drelk que o seguia todo sorridente, quando Vayla os viu de seu quarto. Mesmo ansiosa, ela esperou que seu pai o anunciasse chamando-a para descer. Vayla não queria que ambos percebessem o seu evidente entusiasmo e tivessem uma má impressão, principalmente seu pai. Do jeito que era cismado, poderia impedi-la de sair.

Dramagerom "Herdeiro Guardião"Where stories live. Discover now