capítulo 5

855 113 11
                                    

Pica-Pau

  Depois de conversar com o Menor saio do seu morro , indo para o meu .

   Não deveria ter aceitado o ajudar, não gosto da mina como ela também não gosta de mim .

   Sei que através disso vai vim um monte de B.O pro meu lado .

    Mais não tinha como eu não o ajudar , o cara fecha junto comigo direto e posso dizer o mesmo do coroa dele . Não tenho do que reclamar do pessoal de lá , mais essa mina me cheira problema .

    Sei que não deveria está lhe jugando , já que não chegamos a trocar meia dúzia de palavras . Mais você sabe quando o santo não bate ? Eu e ela é assim .
  Ela me lembra muito minha mãe e eu sei o quanto meu pai sofreu com o gênio dela , não que eu vou ter que lidar diariamente com a mina , mais eu sei que ela com certeza vai arranjar um monte de confusão no morro como minha mãe faz até hoje . Vai acabar sobrando tudo nas costas do otário aqui por não saber dizer não .

  Paro o carro no sinal , olho para o lado e vejo o movimento até o sinal abrir de novo , continuo o meu caminho pensando .

   Até que uma fagulha de esperança surge , eu sei que ela também não vai com a minha fuça , então é capaz da mina nem aceitar vim para cá .

   Chego no morro dou sinal prós moleques indo direto para a boca , estaciono o carro do outro lado da rua para não ficar de frente a viela da boca . Saindo do carro aciono as travas e atravesso a rua entrando na viela vendo os moleques trabalhando , só comprimento com a cabeça e entro no barraco .

  Vejo que o Nando sentado fazendo a contabilidade .

Pica-Pau – Tudo suave aí ?

Nando – Tá nada !

Pica-Pau – Como assim ?

Nando – Olha essas contas aqui

Olhei e não vi nada de anormal

Pica-Pau – Não to vendo nada de errado Nando .

Nando – De primeira eu também não reparei Pica-Pau , mais se você pegar as anotações do que é passado para as bocas você percebe o erro !
Pica-Pau – Não to entendo parça explica direitinho isso aí .

  Nando – Nós mandamos as remessas para abastecer as biqueiras pelos moleques que os gerentes manda , cada remessa tá indo um tanto de cada coisa , anotamos se mandamos tudo que mandamos , se é vinte de verde , trinta de pó ...

    Pica-Pau – Isso eu sei Nando ,desde que eu assumi tá sendo assim , eu não tô é entendo como o bagulho tá dando errado nas contas

  Nando – Quando embalamos o bagulho fazemos a contagem não é ?

Pica-Pau – Claro , para saber certinho das coisas aqui .

Nando - Só Eu fiz a contagem hoje , do que vendeu e no que tem lá dentro .

   Pica-Pau – E aí ?
Nando – As contas das bocas tá certa tá batendo , por isso eu tava refazendo , só que as contas dos bagulhos que saiu ,os que voltaram com o  que tá lá dentro não bate . Tá faltando mercadoria . Quando volta só colocamos lá dentro para reembalar , e não tem o que era para ter .

Pica-Pau – Tá faltando o estoque ou que voltou ?

Nando – Dos dois sendo o que tá faltando é bala , lança e pó .

Pica-Pau – Então as pedras e a erva tá normal ?

Nando – Tá sim , o que está me deixando paranóico é que não é de agora , peguei as anotações anteriores de um ano para cá.

Mudanças   Serie  Realidade Da Vida    Livro 3 Where stories live. Discover now