capítulo 2

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  Pica-Pau

    Vida de bandido não é fácil não meu irmão , deitado na minha jega com os pensamentos a milhão , tem 5 meses que tô na tranca , 5 meses que tô sem ver a rua , sem sentir a brisa do vendo batendo no rosto quando andamos de moto ou até mesmo a pé pela quebrada .

    Não entrei para essa vida porque quis entrei por necessidade , com oito anos de idade fugi de casa para parar de ser estnrupado pelo meu próprio pai , minha mãe sabia mais não fazia nada , fui parar na rua passando fome e necessidades , as pessoas passavam por mim e me olhavam como se eu fosse um lixo , quando eu pedia ajuda para comer falavam que eu era nóia , cheguei apanhar pedindo ajuda simplesmente para me alimentar , dormia em baixo dos toldos das lojas e lá apanhava também dos comerciantes .

   A vida para mim nunca foi fácil , desde que eu me lembro eu era abusado e esculachado por ela , foi andando pelo rio de janeiro que cheguei no morro do Dendê , hoje eu não me lembro a quanto tempo eu estava morando na rua , sei que já fazia muito , mais eu me lembro a primeira vez que eu vi aquele morro na minha frente, parado na entrada do morro olhando aquela imensidão , os vapores me olhando de cara feia com nojo da minha beka toda suja e rasgada , lembro que naquela época já tinha pegado há maldade do mundo , acho que sempre tive essa maldade , só que morando nas ruas elas afloraram mais rápido . Encarando eles sem mostrar medo ou exitar eu entro para vê aquilo tudo de perto .

   Nos dias que se passaram lá dentro era a mesma coisa que no asfalto , dormindo em qualquer canto e comendo o que me davam ou eu achava , até que um dia eu dormi na frente de um salão de cabeleireiro e eu acordei com um barulho de uma moto sendo estacionada , a moto era linda da garupa dela desceu um homem e uma mulher , que hoje em dia eu os considero meus pais .

   Maloka era o dono do morro naquela época e o salão era da sua esposa , eles me acolheram e me deram um lar.  Quando ele foi morto em uma invasão há uns anos atrás eu assumi o lugar dele . Lembro dos últimos anos como eu não dava mais valor a nada que no começo eu dava quando eu fui morar com eles e dou agora de novo , por estar privado você da valor há um simples café fresco , um sorvete na pracinha em coisas mínimas do cotidiano .

   Sei o que Márcia vai me falar amanhã , já estava preparado há uns meses , sei que ela vai me falar que vai largar o bonde , sempre soube que ela não é mulher de vim aqui dentro , não desmerecendo as cunhadas que vem , mais Márcia sempre foi patricinha , morava no asfalto antes de me conhecer , só foi para o morro por mim , mais se acha que eu tô ligando ? se acha tá errado , não sou um cara ligado vc há essas coisas não , para mim que se foda , ela saindo daqui já coloco outra no lugar , não é porque tô na tranca que vou ficar sem foder , não sou esses caras ligados há sentimentos , há vida me fez ser duro e o crime me fez ser ruim .

   Assumi ela porque ela queria brincar de casinha , queria e teve o que quis , e eu queria ter uma boceta fixa sem ter outro pau entrando e eu também tive , não que eu não comece outras , claro que comia se o cardápio é vasto porque ficar só no arroz e feijão ? E não pense que ela não sabia e não aceitava , porque eu nunca fiz questão de esconder , pode me julgar a vontade mais eu sou um cara transparente e desde o começo eu avisei como eu era e ela aceitou . Se para ela agora não tá bom é só dá no pé , não vou ficar de mimi e fazer a vida da mina um inferno , nunca forcei ninguém a nada e não vai ser agora que eu vou fazer .

    Apago meu cigarro e me arrumo na jega , Menor tá tirando o descanso dele faz tempo , o leke é firmeza que nem o pai , por isso virou meu chegado , não sou de trocar ideia com todo mundo , aqui dentro é cobra comendo cobra , pior que quando está na liberdade .

  Jogo a quimba dentro de um copo com água e me cubro , aqui pode estar o calor que for mais nem o sol esquenta o clima dentro de uma dela , fecho meus olhos e tento fazer minha mente parar de funcionar , pois os pensamentos está a milhão , sei que minha Lili não vai cantar tão cedo , tenho que dar um jeito de sair daqui pois minha quebrada precisa de mim e principalmente eu preciso da minha quebrada .

  O sono vem que eu nem vejo , acordo com  de madrugada com o carcereiro mandando agente acordar para se arrumar para as visitas

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O próximo será capítulo novo

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