- Ele sempre me proibiu de tocá la, sempre disse que você era dele, que você pertencia somente a ele, mas nunca falou nada sobre você me procurar, acho que não estou quebrando as regras se é você quem invade meu quarto.

- Ele? Ele quem? - perguntei surpresa por suas palavras, mas não querendo saber realmente a resposta.

-Shiiii fique calma! Eu não conto se você não contar! - ele estava bêbado, o cheiro do álcool era forte me deixando enjoada. Mas do que ele estava falando? Será que estava me confundindo com alguém? Dei alguns passos para trás, tentando escapar de seu toque, mas fiquei presa entre ele e a cama, me virei para o lado tentando correr, mas, com força, ele agarrou meus cabelos e meu corpo se chocando contra o dele, me fazendo estar sob o seu poder, gritei alto para que alguém me ouvisse. Sua respiração errática e o calor da sua língua em meu ouvido me fez tremer de medo, me jogando com toda força sobre a cama falou com malícia.

- Vamos ver o porquê você é tão valiosa para ele. - Com um puxão forte, ele abriu minha camiseta fazendo alguns botões saltarem longe e deixando meus seios ainda cobertos pelo sutiã à mostra. Seus olhos brilharam e ele grunhiu mais do que satisfeito com o que via. Tentei me levantar, mas, seu corpo veio sobre o meu, seu peso me forçando contra a cama e sua boca veio sobre a minha e forçava com sua língua para que eu abrisse meus lábios. Ainda que eu tentasse lutar para me soltar, ele tinha muito mais força do que eu, então, abri levemente meus lábios e mordi com toda força seu lábio, fazendo o se afastar, me vi liberada de suas mãos, mas o primeiro tapa em minha face queimou feito brasa.

- Por favor, me deixe ir, ainda está em tempo, não darei queixa sobre você. - tinha que tentar fazê lo entrar na razão, mostrar a gravidade de seus atos se continuasse.

- Agora já é tarde para voltar atrás, e você não fará queixas sobre mim, presa numa solitária.

Comecei a negar freneticamente com a cabeça e me debater com braveza entre seus braços, não podia deixar ele me intimidar como acontecia com Darla.

- Suas ameaças não me intimidam. - Acertei com o joelho em suas partes, mas o golpe não surtiu o efeito que eu esperava, pela minha má posição, mas mesmo assim consegui me soltar de suas mãos, engatinhando para fora da cama, antes que eu pudesse me levantar ele me acertou um chute, me fazendo cair ao chão vindo para cima de mim, tapando minha boca para evitar que eu gritasse, me debati e mordi sua mão até tirar sangue, fiquei tonta quando ele me acertou outro tapa com as costas da mão. Tentou baixar minhas calças, mas o chutei e soquei, esperneando sem parar, cansar o meu agressor, esse era o objetivo, mas ele agarrou meu pescoço com força, me deixando sem ar, arranhei seus braços e mãos me debatendo tentando me livrar do aperto, querendo a todo custo respirar.

- Por favor, me solta! - o som da minha voz saiu estrangulado.

- Shiiiu... Calma, princesa, isso vai acabar logo.

A ardência na minha traquéia estava muito dolorosa e isso fez a tentativa de tirá-lo de cima de mim, ainda mais desesperadora. Oh Deus eu iria morrer. Desesperada por ar, comecei a me debater, lágrimas escorriam dos meus olhos involuntárias, minha mão foi em direção de seu rosto e o arranhei com toda força, fazendo minhas unhas quebrarem e fazendo assim, instantâneamente, o aperto no meu pescoço afrouxar, o ar entrou nos meus pulmões com tanta força que o som da sucção foi audível, desesperada para me livrar dele, comecei a empurrá lo para longe, mas com a mão direita ele socou minhas costelas algumas vezes até eu parar de me debater, a dor insuportável me tirou o ar. - Você tem que ficar quietinha ou vou ter que te sedar. - tirando uma seringa do jaleco e me mostrando, me apavorei mais ainda gritando na esperança de que alguém me ouvisse, mas nem mesmo eu conseguia ouvir minha própria voz. Perdi os sentidos por alguns segundos quando ele bateu minha cabeça com toda força no chão.

Quando voltei a mim já não reagia mais,

minha garganta ficou seca e meus pulmões doíam, eu tinha que respirar.
Abri a boca tentando puxar o ar, mas minha garganta queimava e o que eu mais evitei estava acontecendo. Já não era mais Scott ali e sim ele... Estava de volta a minha infância, no chão úmido e frio do celeiro e eu sabia que não era real, eu estava tendo uma droga de crise de Pânico. Não podia ser, não agora. Eu tinha que reagir. Tinha que aguentar para ficar viva, Darla já suportou muito mais por mim, tinha que ser forte por ela. Ele me beijou grosseiramente, e senti o gosto de sangue e do álcool, meu lábio ardia com sua agressividade, fechei os olhos tentando não pensar, não sentir, chorei ao ver que não tinha jeito, que eu não tinha como sair dessa. Me perguntei se Deus estaria me olhando nesse momento? Se estava, por que ele não fazia nada? A covardia me invadiu quando ele tirou minhas calças e implorei.

- Por favor! Eu não quero sentir, não quero sentir mais dor, por favor o sedativo! Eu não quero sentir. - Me olhando desconfiado, ele pegou o sedativo do bolso e o aplicou devagar no meu braço, vi o líquido amarelo sendo injetado aos poucos, queria dormir logo, queria dormir e não acordar mais. Como seria quando eu acordasse? Será que seria como acordar de um pesadelo? Pensei em Tyler, na vista do lago, me imaginei lá, bem no meio deixando a água me consumir, com o rosto de Tyler lá, me olhando afundar e ele dizia para deixar a água me levar, deixar ela levar a dor embora.

Senti o peso de Scott sobre mim, mas não queria abrir os olhos, ele estava tão pesado. Tentei empurrá lo, mas estava fraca demais, eu não sentia mais nada, meu corpo estava inerte, toda minha força havia se esgotado então ele foi tirado de cima de mim, por uma Darla assustada, ela falava comigo, mas eu não a entendia, fiquei lá deitada, como se estivesse flutuando, fechei os olhos aceitando o sono, cheiro forte de álcool me despertou. Darla falava comigo mas parecia tão longe...

- Você não pode dormir agora, fica comigo, Callie, por favor, você precisa se levantar, precisa me ajudar a te tirar daqui. - ela colocou minha calça e tentava me levantar, mas eu estava tão cansada e acabamos caindo nós duas sentadas, gemi de dor nas costelas, minha vontade era de deitar e dormir, mas Darla não desistia, me encostando na cama falando alto e gesticulando na frente do meu rosto - Callie, eu não sei o que fazer, vou ter que chamar um médico, por favor o que esse desgraçado fez com você? - Chorava apavorada e chutando Scott desmaiado, tentei falar, mas sem forças.

- Darla... chama... o Tyler, o celular. - tentei pegar o celular, mas falhando, ela veio e revistou os bolsos achando o celular e ligando, tentava manter meus olhos abertos, mas era tão difícil, tão cansativo, me forcei a levantar, mas minhas pernas não me aguentaram, via que Darla falava no celular, parecia uma imagem borrada, ela veio me levantar novamente, me levando de arrasto para a lavanderia, tentei ao máximo ajudá-la me mantendo de pé, mas falhando e fazendo nos cair várias vezes até chegar aos esgotos, chegando lá ela me sentou encostada na parede, minha cabeça doía e pesava levei os dedos atrás da cabeça e senti o sangue, mas o sono venceu​ a dor. Em meus sonhos vi Tyler, ele estava ali para me salvar estava ali para mim, sorri para ele. - Você veio me salvar.

- Estou aqui ratinha, estou aqui, e prometo nunca mais te abandonar! - então eu abracei a escuridão deixando ela me levar.

Vocês querem o próximo capítulo narrado pelo Tyler? Comentem e deixe sua estrelinha se quiserem. Beijos de Paola e até a próxima. 🥰










Anjo Negro (Concluído)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora