Trinta e cinco - Alice

103 17 0
                                    

Eu não sabia se devia sair naquele instante ou se devia esperar

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

Eu não sabia se devia sair naquele instante ou se devia esperar. Rumpel não tinha dito nada específico, não tinha me dado nenhuma instrução.

Por alguns minutos, fiquei parada dentro do banheiro, porta fechada, respirando pesado, com um pouco de medo de ir verificar se a porta estava realmente destrancada. Se ela estivesse, então Rumpel tinham honrado sua parte do acordo; se não estivesse, então eu ficaria ali presa sem poder ajudar Jax de forma nenhuma. Enquanto eu não fosse verificar, qualquer uma das duas continuava possível e eu tinha medo de me decepcionar com qualquer que fosse o resultado.

Fiquei ali, sentada, até que a agonia de não saber venceu e eu caminhei até a porta. Alguma coisa dentro de mim se revirou quando a porta se abriu.

Caminhei pelo quarto, quase esperando ver Quentin deitado na cama, esperando por mim com um sorriso cruel no rosto. Ele não estava lá, é claro. Provavelmente estava ocupado demais fazendo o que quer que fosse com Jax e algo se apertou em minha garganta quando pensei naquilo.

Passei pelo quarto, minha mão na maçaneta da porta. Respirando fundo, girei-a e saí para o corredor.

Estava deserto e eu quase desejei que não estivesse, porque tudo estava acontecendo como Rumpelstiltskin tinha dito que ia acontecer. Enquanto eu caminhava pelo corredor, podia sentir meus batimentos reverberando por todo meu corpo. Eu não tinha ideia de onde estava indo, sabia que estava indo para o lugar certo.

Não sei por quanto tempo andei e não me lembro das curvas que fiz ou das escadas que subi e desci. Era como se eu estivesse em transe, sendo guiada por alguma mão invisível, me levando exatamente para onde eu precisava ir. Tudo o que sei é que cheguei a um lance de escadas de pedra em espiral, subindo e subindo para onde só poderia ser a torre do castelo. E foi quando eu ouvi vozes.

- O que nós fazemos com a fada, senhor? - disse uma das vozes.

- Essa não foi a fada que começou toda a confusão no salão?

Meu coração gelou com a resposta. Era Quentin.

– Sim, senhor – a primeira voz respondeu. – O senhor quer que eu a extermine?

Quentin riu, uma risada fria e desprovida de qualquer sentimento.

– Exterminar? Não, ainda não. Se ela quis tanto salvar os Trent a ponto de começar uma algazarra e vir até aqui, então vai assistir a execução dos dois.

Execução.

Engoli em seco, minha respiração começando a ficar mais rápida e entrecortada.

– Podem prendê-lo – disse Quentin. – Usem ferro.

A fada começou a gritar. Era um grito agudo, gutural, o tipo de grito que não se espera sair da boca de uma pessoa. O tipo de grito que não devia sair da boca de uma pessoa.

Me encolhi, tapando minha boca para disfarçar a respiração entrecortada, mesmo sabendo que dificilmente seria ouvida com os gritos que vinham de dentro da torre. Quentin cruzou os braços e ficou observando os guardas arrastarem a fada e seguraram-na contra a parede, enquanto outro prendia os braços e as pernas dela com algemas de ferro. Assim que ficou presa, ela simplesmente desabou no chão como um boneco de pano, gemendo e tremendo.

Coração de vidro [FINALIZADA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora