Treze - Alice

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Um coração

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Um coração.

Jax continuou com a mão no peito, confuso, mas um sorriso brotava em seus lábios. Era um sorriso pequeno, muito sutil, mas, pela primeira vez, não parecia completamente vazio. Ele franziu as sobrancelhas outra vez e me encarou.

– Eu acho... Agora parou, mas eu senti. Meu coração... bateu.

– Não é isso que os corações fazem? – perguntei, me lembrando da imagem na fonte e da pulsação inexistente.

Jax deixou o braço cair e ficou parado, me olhando. Seus olhos escuros estavam ligeiramente cerrados, e ele varreu todo meu corpo, me fazendo perceber que minhas roupas estavam completamente encharcadas. Aquilo me fez sentir exposta. Nua. O sangue inundou minhas bochechas e, em um impulso, me vi abraçando meu próprio corpo para me proteger.

– Não o meu – disse ele por fim, voltando a me encarar. – Ele... Acho que eu preciso te mostrar uma coisa.

Filippa se aproximou de Jax e ele afagou seu pescoço, depois se virou para mim outra vez e apontou o animal com a cabeça, enquanto seus dedos ainda estavam firmes em sua crina.

– Bom, não podemos ir andando.

– Na Filippa? – perguntei, e Jax assentiu. – Nós dois? Sem sela nem nada?

É claro que a ideia não era de toda ruim, mas segurança em primeiro lugar. Eu nunca tinha andado a cavalo sem sela antes e, pelo que Sebastian tinha dito, Jax era do tipo que gostava de correr. Aquilo não seria nada bom para um principiante.

Quando viu que eu hesitava, a expressão de Jax se tornou fria outra vez.

– Se você não quiser ir, vai ter de voltar andando.

Bom, isso não me deixava lá muitas opções. Eu me aproximei com cautela enquanto Jax levava Filippa até uma pedra, provavelmente para que pudesse me servir de apoio. Ele afagou o pescoço da égua e montou nela com um único impulso, de um jeito gracioso e selvagem, como se duas realidades se chocassem nele. Ela resfolegou e Jax deu uns tapinhas em seus flancos, depois estendeu a mão para mim, sem dizer nada. Mas ele não precisava. Havia um brilho em seus olhos, alguma coisa que não tinha estado ali antes.

Eu agarrei sua mão, fria e úmida por causa da água, mas firme. Era calejada pelo uso do machado e da lança, mas seu toque era surpreendentemente suave. Seus dedos se fecharam ao redor dos meus, tão grandes que minha mão desapareceu em sua palma. Apesar disso, o encaixe era perfeito. Quentin tinha pegado em minha mão também, mas nós não combinávamos desse jeito. Com Jax, era como se fôssemos duas formas, finalmente colocadas juntas. Era perturbador.

– Apenas passe a perna pelas costas de Filippa que eu te puxo.

Obedeci. Eu não tinha muita flexibilidade, é claro, mas assim que meus pés passaram para o outro lado da égua, Jax me puxou como se eu não pesasse nada e seus lábios se curvaram um pouquinho outra vez. Talvez ele tivesse perdido a prática de sorrir.

Coração de vidro [FINALIZADA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora