Cinco - Alice

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Saber que há um pequeno exército de trolls atrás de você e que, por acaso, seu marido pode ser a pessoa a controlá-los, não é o tipo de notícia que você quer receber quando está no meio das Terras Não-Clamadas

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Saber que há um pequeno exército de trolls atrás de você e que, por acaso, seu marido pode ser a pessoa a controlá-los, não é o tipo de notícia que você quer receber quando está no meio das Terras Não-Clamadas. Aparentemente, Tobias não se importava com isso.

– Você precisa saber para ficar vigilante – ele disse, com seu ar de superioridade. – Não vou estar o tempo todo ao seu lado.

– O que você quer dizer que não vai ficar o tempo todo ao meu lado? - guinchei, alarmada. – Quer dizer que é assim? Você me tira do castelo...

– Você queria sair de lá, não finja o contrário.

– Me faz voar em um tapete voador...

– Mustafah é um ótimo tapete voador.

– E me traz para as Terras Não-Clamadas – continuei, ignorando seus comentários. – para me encontrar com alguém que eu nem conheço e, como se não fosse o suficiente, ainda vai me deixar a Deus dará?

Eu estava exaltada, mas Tobias continuava a andar, com seu autocontrole felino acima do normal.

– Não seja dramática, princesa. Se tudo correr como o planejado, você me agradecerá no fim das contas.

E ele sorriu. Gato insuportável.

Continuamos andando pela floresta fechada, perto da trilha só por precaução e, depois de mais algum tempo, Tobias desceu por um pequeno caminho, quase imperceptível no meio das folhas grandes.

Precisei me apoiar nos troncos para descer, era bem íngreme e as folhas no chão escorregavam conforme meus pés pisavam nelas. Tobias saltava pelos galhos, irritantemente elegante, mesmo com suas botas.

Depois uns trinta metros de descida, mais ou menos, avistei uma casinha na base da montanha. Era bem pequena, e havia fumaça branca saindo de uma chaminé que parecia improvisada, meio torta.

– Não me diga que é ali. – arfei. Eu estava começando a ter certeza de que Tobias gostava de me ver sofrer.

Ele me olhou com um brilho travesso nos olhos, claramente achando aquilo tudo muito divertido.

– Você pelo menos conhece quem mora ali? – perguntei, me pendurando em um galho para alcançar uma pedra mais embaixo sem precisar pular.

– Mas é claro – ele respondeu, acelerando o passo. – Precisamos ir mais rápido, ele não gosta de fazer favores durante e dia.

Eu não estava gostando daquilo, não estava mesmo. Eu não conseguia me lembrar de ninguém que morasse em uma casinha nas Terras Não-Clamadas, mas o que eu realmente conhecia sobre aquele lugar, além do fato de que eu não devia estar ali?

Me obriguei a acompanhar Tobias, meio correndo, meio pulando e escorregando, mas, finalmente, chegamos à base daquele morro e começamos a andar na direção da casa.

Coração de vidro [FINALIZADA]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora